INFORME ENSP

Este ano completa-se uma década que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A criação da data chama atenção para a importância de buscar a equidade de gênero nas carreiras científicas, espaço onde ainda prevalece, por exemplo, o "efeito tesoura": o fato de que, apesar de já haver mais mulheres do que homens ingressando em muitas áreas, são eles, e não elas, que ocupam a maioria dos cargos de liderança.

Nos dias 5 e 6 de dezembro, ocorrerá na Fiocruz o 8º Seminário Internacional A Epidemia das Drogas Psiquiátricas. Um de seus organizadores, o psiquiatra, sanitarista e pesquisadora da ENSP, Paulo Amarante, escreve para 'Outra Saúde' sobre o tema que norteará as discussões do evento: o desafio da retirada das drogas psiquiátricas. A inscrição para o Seminário é gratuita, está aberta até quarta-feira (4/12) e pode ser feita on-line.

O artigo 'É hora de mais práticas holísticas em saúde mental', publicado na revista científica PLOS Mental Health, tem ganhado grande repercussão internacional. Assinado pelo pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da ENSP/Fiocruz, o psiquiatra Paulo Amarante, pelo vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o neurocientista Sidarta Ribeiro, entre outros pesquisadores, o texto foi divulgado por diferentes veículos de imprensa nos EUA, entre eles, a revista de negócios e economia Forbes. No artigo os autores partem da constatação de que a psiquiatria tem se empobrecido epistemologicamente, perdendo as várias dimensões dos saberes sobre o sofrimento humano, inclusive a do próprio senso comum.

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) se solidariza com a população do Rio Grande do Sul, devastado, nos últimos dias, pelas fortes chuvas. Lamentamos as perdas materiais e as vidas perdidas. No Brasil e no mundo, torna-se evidente a tendência de aumento na frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, alertando, portanto, para a importância de políticas públicas intersetoriais a fim de reduzir os riscos de desastres. Nesta segunda-feira (6/5), a Fiocruz instalou uma sala de situação interna para apoiar as ações do Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde relativas à calamidade que afeta a região Sul do Brasil. A atuação objetiva apresentar sólidas ações emergenciais e estruturantes direcionadas ao campo da saúde, pautadas em experiências acumuladas pela instituição no enfrentamento de emergências e desastres.

Depois de quase quatro milhões de casos prováveis de dengue em 2024, finalmente a epidemia começa a emitir os primeiros sinais de redução de seu ritmo, aparentemente de forma sustentada, como é o caso, por exemplo, do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Evidentemente, ainda é cedo para comemorações, e qualquer descuido poderá gerar graves consequências. Sabemos que há represamento no processo de inserção das informações nos sistemas de notificação oficiais, e há ainda risco de recrudescência e aumento dos casos em alguns estados e regiões, razão pela qual toda cautela é recomendável.

Os pesquisadores da ENSP/Fiocruz, Rafael Almeida da Silva, Vera Lucia Luiza e Jorge Bermudez, produziram uma nota técnica que apresenta recomendações ao enfrentamento da resistência antimicrobiana gerada pelo excesso de antibióticos na agropecuária. A nota reforça que a resistência bacteriana aos antibióticos é considerada um dos maiores problemas de saúde global. Eles alertam que a resistência aos antibióticos pode pôr em xeque um dos maiores avanços da medicina moderna para o controle de doenças infecciosas, além de inviabilizar a possibilidade de procedimentos como cirurgias complexas e quimioterapias para o tratamento de câncer.

O pesquisador emérito da Fiocruz, Paulo Amarante, assinou o texto 'Franco e Franca', publicado na Revista Cult, do grupo uol, na edição do mês de março. No texto ele destaca a popularidade de Franco Basaglia no Brasil e sua proposta para a extinção progressiva dos manicômios e sua substituição por meios de cuidado territoriais. Confira a publicação!

O pesquisador emérito da Fiocruz, Paulo Amarante, escreveu para o site Outras Palavras, em homenagem à Fernando Freitas, que faleceu na última semana. No texto, Amarante destaca que Freitas contribuiu com o debate sobre a patologização da saúde mental. "Chamado guerreiro da mudança radical, Fernando era importante voz contra tornar doença o que é da ordem das experiências múltiplas da vida", recordou Paulo. 

O pesquisador da ENSP, Paulo Amarante, um dos protagonista do movimento pela Reforma Psiquiátrica, relembra seus primórdios e escreve: “Para retomá-la, não basta revogar os atos do pesadelo – é preciso construir um país que saiba defender-se dos fascistas. Isso se dará agindo com a sociedade e não para ela”.

A profissão da enfermagem reúne os elementos essenciais no que concerne ao projeto de profissionalização descrito pela sociologia das profissões. São eles: conhecimento esotérico próprio, vasto mercado de trabalho exclusivo, além de ser reconhecida como uma atividade da saúde. Trata-se da mais numerosa categoria profissional do sistema de saúde, maior Força de Trabalho em Saúde (FTS) feminina na área da Saúde, precursora do trabalho qualificado na saúde, bem como pioneira no tocante à profissionalização de equipes técnicas, elevando, portanto, a escolarização de sua FT e tornando-se exemplo às demais categorias da saúde.

O ex-Ministro da Saúde, pesquisador da ENSP e do CEE/Fiocruz, José Gomes Temporão, fala sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Segundo ele, o tema do CEIS inscreveu-se definitivamente na agenda da Reforma Sanitária Brasileira e da saúde pública. No entanto, ainda é pouco conhecido e discutido e, para nos aproximarmos dessa discussão, é necessário destacar o aspecto dual da saúde.

A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e coordenadora da Rede de Pesquisa em Atenção Primária da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Ligia Giovanella, fala sobre a mudança no padrão de consumo em saúde. No texto, produzido a partir de sua participação no Webnário Redesist: Saúde, Desenvolvimento e Território, ela ressalta que é hora de defender, com mais força, a proposta institucional, política e social de um sistema único de saúde, público e universal. 

O pesquisador da ENSP e coordenador do CEE-Fiocruz, Carlos Gadelha, publicou artigo no jornal O Globo on-line que defende que economia e saúde estão intrinsecamente ligadas. “Vida pode gerar renda, emprego, investimento”, escreve o pesquisador.

A ONU considera o acesso à higiene menstrual um direito que precisa ser tratado tanto como questão de saúde pública quanto de direitos humanos. Dados anteriores à pandemia de Covid-19 mostram que, entre os 1,9 bilhão de pessoas no mundo que menstruam, aproximadamente 500 milhões não têm as condições necessárias para gerenciar seu ciclo menstrual com saúde e dignidade. No artigo “Vacinas ou absorventes?", a pós-doutoranda do PPGBIOS, Pamella Liz Nunes Pereira aborda a questão do PL da saúde menstrual e o posicionamento do governo brasileiro. 

A equipe responsável pela pesquisa sobre as Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19 no Brasil elaborou um artigo sobre os efeitos do atual estágio da pandemia de Covid-19 na saúde e na vida dos trabalhadores que atuam na linha de frente. O texto destaca a forma como a desigualdade na vacinação favorece o surgimento de variantes como a Ômicron, alerta para a necessidade da vacinação das crianças na faixa etária de 5 a 11 anos e descreve a sobrecarga de trabalho, o medo da contaminação e da morte , além das perdas dos direitos trabalhistas, salários baixos e gastos extras com compras de EPIs complementares. A publicação também faz reflexões sobre as condições de trabalho e saúde mental dos trabalhadores no aspecto político administrativo; no SUS e órgãos federais de Controle; na Legislação de amparo aos trabalhadores, no Direito à saúde e na atuação do STF e o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Confira.