17ª CNS: Lula exalta conferência, profissionais do SUS e garante Nísia no Ministério da Saúde
Por Barbara Souza*
O último dia da 17ª Conferência Nacional de Saúde teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Saudado por milhares de usuários, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde no auditório do Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília, nesta quarta (5/7), ele afirmou que as conquistas nesse setor são resultado da atuação daqueles que participam das conferências em busca de melhorias. ““Há 37 anos, foi realizada a primeira conferência de saúde desse país e, desde então, as conferências têm determinado as melhorias na qualidade da saúde da população. Todas as conquistas que tivemos na saúde são obra e trabalho de vocês que fazem as Conferências Nacionais de Saúde”, disse.
Também estiveram no plenário da 17ª CNS a primeira-dama, Janja Lula, e vários ministros de Estado, como a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que também havia comparecido à abertura no domingo. “Cada delegado e delegada, cada conselho, junto conosco, está reconstruindo o Brasil. Quero agradecer ao Conselho Nacional de Saúde e a cada um que construiu essa Conferência”, disse a ministra, que caracterizou a conferência como um ato de resistência, mas também um ato de muito trabalho. “Pelas teses construídas nas etapas municipais, estaduais e Conferências Livres. Graças ao trabalho incansável do CNS, organizamos essa conferência em seis meses, sendo uma das primeiras ações de nosso governo, desde o primeiro dia da gestão”, destacou a Nísia Trindade.
Lula também assegurou o pagamento do piso da enfermagem que atua no serviço público, incluindo o retroativo desde maio. “O médico faz a consulta, passa o remédio, faz a cirurgia, mas quem cuida da gente o resto do dia é o pessoal da enfermagem. Esse trabalho não pode ser considerado menor. É preciso que se avalie efetivamente o valor do trabalho por aquilo que ele representa na nossa vida”, disse Lula, que anunciou em seguida: “Por isso, a companheira Nísia [Trindade Lima] tomou a decisão. Ela vai pagar o piso e o atrasado desde maio, e mais o 13º salário, para que a gente aprenda a começar a valorizar o ser humano nesse país”, afirmou o presidente da República.
Já o presidente do CNS, Fernando Pigatto, destacou as contribuições da 17ª CNS para o planejamento das políticas públicas em saúde do país. Ele também fez uma recepção calorosa ao presidente Lula: “Aqui é sua casa, a casa da democracia, onde todas as pessoas estão empenhadas pelo futuro do Brasil”. Na mesma cerimônia, a representante das trabalhadoras e trabalhadores do SUS, conselheira nacional de saúde Sueli Barrios, falou sobre a atuação do sistema e o Controle Social durante a pandemia, e o quanto o evento representa o amanhã de um novo dia, com referência ao tema da conferência: “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia”.
Democracia e saúde
As conferências de saúde são espaços de participação popular e diálogo entre gestores e sociedade. Realizam-se a cada quatro anos para definição e construção conjunta das políticas públicas do SUS. Gestores, fóruns regionais, organizações da sociedade civil, movimentos sociais e muitos outros atores se reúnem nesse evento organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Ministério da Saúde.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde, de 1986, foi um dos momentos mais importantes na definição do Sistema Único de Saúde (SUS) e debateu três temas principais: ‘A saúde como dever do Estado e direito do cidadão’, ‘A reformulação do Sistema Nacional de Saúde’ e ‘O financiamento setorial’. A 8ª CNS foi fundamental para a construção do sistema público de saúde que seria oficialmente criado dois anos depois, pela Constituição de 88.
As etapas preparatórias da 17ª edição contaram com mais de 2 milhões de participantes em todo Brasil – o dobro da última edição. Pela primeira vez na história, as propostas discutidas em 99 Conferências Livres, com a participação de mais de 42 mil pessoas em todo país, serão levadas para a etapa nacional. As conferências livres são organizadas por qualquer segmento da sociedade civil e promovidas em âmbito municipal, intermunicipal, regional, macrorregional, estadual, distrital e nacional. A CNS terá ainda 110 participantes internacionais.
Com o eixo temático ‘O Brasil que temos. O Brasil que queremos’, as plenárias e rodas de debates ocorrem no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). Ao todo, 4.34 pessoas foram eleitas delegadas para deliberar sobre 31 diretrizes e 329 propostas elaboradas em conferências municipais, estaduais, além das que foram debatidas em conferências livres. O resultado da etapa nacional será contemplado no próximo ciclo de planejamento da União, servindo de subsídio para a elaboração do Plano Nacional de Saúde e Plano Plurianual de 2024-2027.
Fotos: Augusto Coelho
*Com informações do Ministério da Saúde
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