Conheça 6 conceitos fundamentais relacionados a desastres
Para que um evento seja considerado um desastre, precisa combinar ameaças de origem natural e/ou tecnológica, exposição, condições de vulnerabilidade e capacidades de prevenção e respostas para reduzir os riscos. Desse modo, um desastre requer um conjunto de aspectos que envolvem condições físicas e sociais. Veja os cards, conheça seis conceitos fundamentais relacionados ao tema e saiba mais! O conteúdo é baseado no ‘Guia de Preparação para Resposta à Emergência em Saúde Pública por Inundações Graduais’. A publicação é do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes/Fiocruz), coordenado pelo pesquisador da ENSP/Fiocruz Carlos Machado.
Este conteúdo está no perfil da ENSP no Instagram em formato de cards. Confira!
AMEAÇA
- processos físicos que podem ser gerados pela dinâmica da natureza (meteorológicos, hidrológicos, climatológicos, biológicos, geológico, etc.);
- ou pela atuação humana (degradação ambiental, ameaças tecnológicas como os acidentes químicos e radio nucleares e colapso de obras civis);
- podem ocorrer de forma individual, combinada ou sequencial em suas origens e efeitos;
- cada tipo de ameaça tem qualidades que são específicas, dependendo da localização, magnitude, intensidade, frequência e probabilidade;
- Chuvas fortes e contínuas são potenciais ameaças e podem desencadear um desastre ao combinar populações expostas, vulneráveis e não preparadas, com baixas capacidades institucionais e governamentais de prevenção, mitigação e respostas.
EXPOSIÇÃO
- permite estabelecer relações entre a população e as situações ambientais alteradas por eventos físicos ou condições de degradação ambiental;
- relaciona-se com contextos espaciais e temporais específicos e está condicionada a situações que vão desde a presença de lixo no ambiente até a aglomeração de pessoas em abrigos, o que aumenta risco de doenças transmissíveis, intoxicação alimentar, violência doméstica, etc.
- Algumas situações prolongam a exposição das populações. Em inundações, águas contaminadas e situações provisórias e/ou precárias em abrigos geram novos cenários de riscos de doenças que requerem a intensificação da vigilância em saúde e dos cuidados em saúde conjuntamente.
CONDIÇÕES DE VULNERABILIDADE
“a exposição não ocorre do mesmo modo em todos os lugares e para toda a população”
- resultam das condições socioeconômicas e de vida de grupos populacionais em territórios específicos;
- deriva da suscetibilidade de certas comunidades ou sociedades sofrerem desastres;
- quando reduzidas, diminuem os riscos de desastres, pois a melhoria das condições de vida, de infraestrutura e de capacidade de enfrentamento a desastres, reduz os potenciais impactos sociais, econômicos e à saúde.
- Em cenários de desastres, as populações com piores condições socioeconômicas são frequentemente as mais vulneráveis aos riscos destes eventos e sofrem por mais tempo seus impactos, prolongando a recuperação.
- Países, estados, municípios e locais que possuem mais recursos humanos, técnicos e financeiros para prevenção, além de uma melhor resposta, com planos de emergências envolvendo diferentes instituições e comunidades, têm mais capacidade de enfrentar os desafios colocados pelos desastres e, consequentemente, de fortalecer a resiliência dos territórios, instituições e populações.
- propicia a uma comunidade ou sociedade gerar uma melhor proteção futura;
- É fundamental que o princípio de “reconstruir de modo melhor e mais seguro” seja adotado, evitando que se repitam os mesmos cenários que existiam antes dos desastres, resultando em comunidades, municípios, estados e país melhor estruturados e preparados para riscos futuros.
- Nos eventos extremos vivenciados no país, processos de adaptação aos novos cenários de riscos, envolvendo as comunidades, escolas, estabelecimentos de saúde e o conjunto de atividades econômicas e sociais, são fundamentais para prosseguirmos de modo mais seguro e resiliente.