Projeto contra TB drogarresistente que levará ambulatório itinerante à Baixada Fluminense dá primeiros passos
A primeira reunião técnico-operacional de execução de um projeto voltado para combate à tuberculose drogarresistente (TBDR) coordenado pelo chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (ENSP/Fiocruz), Paulo Victor Viana, foi realizada nesta quarta-feira (24/1). Contemplada pelo edital 29/2023 - Pesquisas em tuberculose para o fortalecimento da vigilância e controle da doença, a iniciativa é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com o Ministério da Saúde. O objetivo é implementar um ambulatório de referência terciária itinerante na Baixada Fluminense a fim de reduzir as faltas às consultas, além de aumentar a taxa de sucesso terapêutico e reduzir a interrupção do tratamento. O ambulatório vai oferecer um atendimento especializado e multidisciplinar de alta qualidade para pacientes com TBDR.
O projeto se destaca pela abordagem inovadora frente à complexidade do tratamento da TBDR, que exige um período prolongado de cerca de 18 meses e consultas frequentes. “Estas consultas são essenciais para a reavaliação clínica, monitoramento das reações adversas, controle bacteriológico, análises clínicas de marcadores bioquimicos, exames de imagem e eletrocardiogramas”, explica Paulo Victor Viana. Além da necessidade de uma abordagem médica rigorosa, o projeto enfatiza a importância de um cuidado multidisciplinar, envolvendo profissionais de enfermagem, serviço social, nutrição e farmácia.
Paulo Victor Viana aponta justamente o absenteísmo como uma barreira significativa no tratamento da tuberculose no ambulatório do Centro de Referência. A principal causa para as faltas é a escassez de recursos financeiros para transporte, um reflexo das condições de vulnerabilidade social dos pacientes, que frequentemente residem em áreas de difícil acesso na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Portanto, o projeto tem importância estratégica para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois se alinha diretamente aos objetivos do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose. O chefe do CRPHF destaca que, ao melhorar os indicadores de tratamento de TBDR em Nova Iguaçu (RJ), o projeto tem potencial de contribuir significativamente para a eficácia do SUS no combate à doença. Além disso, afirma Paulo Victor, o sucesso deste projeto poderá servir como modelo para outras regiões do Brasil e até mesmo de outros países, contribuindo para o avanço no controle da TB. “A reunião realizada nesta quarta-feira marca o começo de um esforço colaborativo e inovador para enfrentar um dos maiores desafios de saúde pública. Com a execução deste projeto, espera-se não apenas uma melhoria nos indicadores de saúde, mas também um modelo replicável de atendimento que pode transformar o combate à tuberculose em outras regiões, beneficiando pacientes e fortalecendo o sistema de saúde pública no Brasil”, explicou.
Além do chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, Paulo Victor Viana, a reunião também contou com a presença do Ambulatório de Pesquisa Germano Gerhardt (APGG), Jorge Rocha, cuja expertise contribui significativamente para o sucesso da iniciativa. Eles foram acompanhados por Erica Fernandes, farmacêutica do Centro de Referência Professor Hélio Fraga e pela enfermeira do APGG, Marcileia Allao. A presença desses profissionais reforçou a natureza colaborativa e multidisciplinar do projeto, essencial para seu sucesso e impacto no tratamento da tuberculose.
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