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Formação docente em debate nos 25 anos de EAD da ENSP

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Publicado em:29/11/2023

O Seminário 25 Anos de EAD da ENSP: Contribuições para uma Educação sem Distância na Formação para o SUS, organizado pela Coordenação de Desenvolvimento Educacional e EAD (CDEAD), em celebração ao seu aniversário de 25 anos, debateu na tarde do primeiro dia de atividades, 27 de novembro, os aspectos relevantes da formação de docentes para EAD. A mesa 'A formação docente na EAD/ENSP: encurtando distâncias no processo formativo', foi coordenada pelo assessor pedagógico da CDEAD, Moacyr Torres Junior, e contou com a participação de orientadores de aprendizagem, assessores pedagógicos e tutores docentes de diferentes cursos ofertados pela Coordenação de Desenvolvimento Educacional e EAD.  

Mesa 'A formação docente na EAD/ENSP: encurtando distâncias no processo formativo', realizada da tarde de segunda-feira, 27 de novembro, durante as comemorações pelos 25 Anos de EAD da ENSP.


A docência na ENSP: um trabalho coletivo 

Foram convidados para o debate sobre a formação docente, Cleide Leitão, socióloga, mestre em educação e assessora pedagógica da CDEAD; Márcia Cid Araújo, orientadora de aprendizagem do curso Gestão em Saúde da Universidade Aberta do Brasil e ENSP; Luiz Albérico Araújo Montenegro, doutor e orientador de aprendizagem do curso Apoio Matricial na Atenção Básica, com ênfase nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família; Carla Cazelli, mestre e tutora-docente de vários cursos à distância da Escola; e Aureliano Lopes da Silva Junior, doutor e tutor-docente do curso Impactos da Violência na Escola da ENSP e UAB.  

A professora Cleide Leitão iniciou falando sobre o contexto institucional da formação em saúde, ressaltando a contribuição histórica da ENSP na luta pela democratização da saúde pública brasileira. Ela citou a responsabilidade da Escola com a missão de formar pesquisadores, docentes, gestores e trabalhadores da saúde compromissados com novos paradigmas, e da compreensão da saúde como fenômeno complexo e entendido conceito afirmativo de promoção da vida com mais qualidade.  

Para ela, a sustentabilidade do SUS traz novos desafios formativos, nos modos de gestão, com a descentralização e participação; nos modos de atenção à saúde, com a integralidade do cuidado; e nos processos de formação, que não se articulam as necessidades sociais. “A dimensão e a complexidade dos novos postos de trabalho, a diversidade dos contextos locais e dos sujeitos envolvidos com a saúde e a necessidade de capacidade técnica e política para responder as complexidades do setor, impulsionam a busca de novas alternativas de formação”, ponderou ela.

Leitão também pontuou em sua fala, o Projeto Político Pedagógico da ENSP, destacando entre seus valores e princípios, o compromisso com a transformação dos determinantes das desigualdades das condições de saúde e com a promoção da equidade, da cidadania e dos direitos sociais; além do direito universal à saúde e o dever do Estado em sua garantia sobre todo e qualquer outro interesse, numa ação mediadora entre ciência, economia, política e saúde, orientada pela ética que valoriza a vida.  

No contexto institucional da formação em saúde, a professora reforçou que a EAD tem sido uma estratégia importante capaz de oferecer oportunidades de formação integrada ao processo de trabalho e que atualmente acumula significativa experiência em processos de formação para trabalhadores da saúde e áreas afins, exercendo seu compromisso com a implementação e sustentabilidade de políticas públicas que concretizem o SUS e no enfrentamento responsável em termos políticos e pedagógicos na qualificação desses trabalhadores. Sobre a docência na EAD, Cleide descreveu que trabalho docente na educação a distância em saúde é reconhecido como uma mediação voltada à relação ensino-aprendizagem-realidade, construindo a saúde como direito de todas as pessoas. 

Moacyr Torres Junior, assessor pedagógico da CDEAD (ao centro, com o microfone), coordenando a mesa 'A formação docente na EAD/ENSP: encurtando distâncias no processo formativo', em celebração aos 25 anos da EAD da ENSP. 

Por fim, a professora falou sobre a docência na EAD e a formação permanente, por meio do Curso de Formação Pedagógica para Docência em Educação a Distância, ofertado a todos os docentes que atuam na EAD como primeira etapa da formação permanente. Nele são desenvolvidas e aprofundadas as dimensões político-pedagógicas, teóricas, técnico-metodológicas e tecnológicas, inerentes aos processos mediatizados pelas tecnologias de informação e comunicação. "A formação permanente busca o fortalecimento da capacidade de interação e interlocução entre os diferentes sujeitos para a qualidade social pedagógica que se deseja construir no processo educativo", destacou ela. Em números, a docência na EAD já formou 2.451 tutores-docentes e 274 orientadores de aprendizagem vinculados ao AVA. Tendo 162 ofertas do curso Formação Pedagógica em EAD (entre 2004 e 2019); e 10 ofertas do curso Formação Pedagógica para Docência em EAD (entre 2020 e 2023). 

Márcia Cid Araújo, orientadora de aprendizagem do curso Gestão em Saúde da Universidade Aberta do Brasil (UAB/CAPES/MEC) e ENSP/Fiocruz, falou sobre a atuação como formadora de docentes-tutores como um trabalho coletivo. Ela citou sua experiência no Curso em Gestão em Saúde, no qual atua desde 2010. “Falo da minha experiência vivencial, do conhecimento do material e da aprendizagem de desaprender”, frisou. Cid ressaltou ainda, a qualidade dos tutores dos cursos de EAD e a participação deles na renovação do curso Gestão em Saúde desde o início. Além de pontuar a importância do acompanhamento técnico pedagógico e das ferramentas tecnológicas e dialógicas que interagem com a educação permanente e em movimento.  

Entre vivências, aprendizados e desafios, a professora destacou o trabalho como orientadora de aprendizagem e sua proximidade com as ações do Sistema Único de Saúde, e a potencialidade do sistema e dos seus profissionais; a ampliação do curso (levando a formação cada vez mais para onde o SUS acontece); e a promoção da atualização constante em novos temas e novas formas de fazer, como combustível para o acreditar e na esperança e num mundo melhor. 

Desafios na formação em saúde 

O doutor e orientador de aprendizagem do curso Apoio Matricial na Atenção Básica, Luiz Albérico Araújo Montenegro, falou sobre sua experiência na formação, que tem como tríade pedagógica: o dispositivo disparador, a proposta de intervenção continuada, e a oferta de ferramentas para a ação. Ele apresentou a organização do curso e os atores envolvidos, entre eles: educando, tutor, orientador de aprendizagem, e coordenador, todos envolvidos num processo de endocultura.

Segundo Luiz, o orientador de aprendizagem acompanha e avaliar a trajetória do tutor, pontuando o seu fazer na prática de tutoria, além de realizar atividades de formação permanente dos tutores, e acompanhar e analisar os relatórios de avaliação de desempenho do tutor. "Ele contribui para a manutenção de um ambiente favorável à aprendizagem", complementou ele. Por fim, Montenegro citou desafios na formação em saúde e na formação EAD.  

Carla Cazelli, mestre e tutora-docente de vários cursos à distância da ENSP, abordou o acompanhamento técnico e pedagógico dos alunos na modalidade EAD da Escola. Ela trouxe percepções e reflexões sobre sua atuação como docente-tutora. Para ela, o papel na tutoria mais importante reflete as comunicações à distância, que são fundamentais no processo de Educação a Distância, com a necessidade de ser singular, respeitando a subjetividade de cada um. “O ensino a distância, deve ser uma metodologia inclusiva e a presença do tutor é fundamental para manter o elo com o aluno e garantir sua adesão ao curso”, refletiu Carla.  

Por fim, Aureliano Lopes da Silva Junior, doutor e tutor-docente, falou sobre a mediação e a coletivização da experiência na EAD, no âmbito dos cursos de ‘Impactos da violência na Escola’ e ‘Impactos da violência na Saúde’, organizados pelo Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/ENSP). Ele destacou a diversidade dos alunos no curso de 'Impactos da violência na Escola', realizado entre 2016 e 2017, no polo Maceió; e entre 2018 e 2019, no polo Rio Branco. Além da diversidade do alunado no curso de 'Impactos da violência na Saúde', realizado entre 2020 e 2021, na região Norte. Como pontos da relação ensino-aprendizagem, o tutor-docente destacou a interação dialogada e a constituição de afetos; a mediação docente; e a coletivização da experiência como fundamentais. No que diz respeito ao processo formativo avaliativo, Aureliano citou a transformação da prática e da experiência em intervenção reflexiva, e a avaliação processual singularizada.  

+ Assista a mesa na íntegra!


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