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Riqueza de temas e métodos marca seminário de acompanhamento de projetos do Edital de Pesquisa 2021

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Publicado em:07/12/2022
Por Barbara Souza

Diversidade. Esta foi a palavra escolhida pela vice-diretora de Pesquisa e Inovação da ENSP, Luciana Dias de Lima, para sintetizar a riqueza de temas, abordagens, enfoques e métodos dos projetos apresentados no I Seminário de Apresentação e Acompanhamento dos Projetos do Edital de Pesquisa 2021. O evento foi realizado nesta quarta-feira (30/11) na sala 410 da ENSP e reuniu pesquisadores e alunos de 16 projetos contemplados pelo Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Aplicado à Saúde Pública da ENSP/Fiocruz.

“Essa diversidade é muito interessante para nós, já que somos uma Escola de Saúde Pública que tem essa diversidade e isso se expressou nesse processo. Foi muito positivo. O que ficou muito claro também ao longo das apresentações é como alguns projetos estão fortemente imbricados com iniciativas de formação, cursos, produção de material pedagógico. Isso é super interessante, tendo em vista a missão da nossa Escola. Isso se articula muito com as nossas preocupações de disseminação e divulgação científica, que o Edital trazia. A incorporação de alunos também é muito positiva”, avaliou Luciana.

Ao longo do seminário, os coordenadores de cada projeto fizeram apresentações sobre o andamento de suas pesquisas, que estão em fases de desenvolvimento variadas, com seus avanços e desafios. Eles também mostraram balanços e expectativas das parcerias e estratégias de disseminação/divulgação científica. As apresentações foram divididas em blocos e, no final de cada um, todos compartilharam experiências, comentaram as pesquisas entre si e trocaram ideias a respeito dos trabalhos. 

No bloco 3, que abriu as apresentações do turno da tarde do seminário, o primeiro projeto apresentado foi “Vigilância Popular de Base Territorial: Experiências, Redes e Formação para Ação”, pela coordenadora Simone Oliveira. O projeto tem sistematizado, analisado e localizado as experiências e ações de vigilância popular e participativa em saúde de base territorial (saúde do trabalhador e ambiental) no território nacional. A iniciativa pretende ainda, entre outros objetivos específicos, elaborar um programa de formação em vigilância popular e participativa em saúde de base territorial. 


Em seguida, a pesquisadora Marly Marques da Cruz, coordenadora do projeto “Avaliação de Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra para a Garantia do Acesso e Equidade no Estado do Rio de Janeiro”, apresentou alguns resultados e pretensões da iniciativa. “Estamos aprendendo muito com o comitê gestor com o qual trabalhamos juntos. Apesar de já estarmos com comitês em outras pesquisas, nunca houve tanta participação de movimentos sociais como neste atual no Rio de Janeiro. Isso traz uma questão muito clara: qual é de fato a contribuição da pesquisa para mudarmos a realidade de uma política de tão baixa implementação?”, comentou Marly.

A terceira apresentação da tarde foi do projeto “Violência Política de Gênero, Discursos de Ódio e Desinformação em Interface com a Saúde”, coordenado por Vera Marques. Com os desafios enfrentados quando se investe num tema tão quente e atual, a pesquisa acompanhou campanhas eleitorais de pessoas LGBTI+ e mulheres, consideradas em sua pluralidade, mapeou os discursos de ódio e de desinformação produzidos em torno dessas campanhas e tem trabalho na identificação das estratégias de enfrentamento a esses discursos por parte das/os candidatas/os. Outro objetivo do projeto é identificar as repercussões dessas violências no exercício da política e na saúde das lideranças estudadas.


Já pesquisadora Laís Silveira Costa apresentou o andamento do projeto “Iniquidades de Saúde Enfrentadas pelas Pessoas com Deficiência (PDC): Cartografando Barreiras aos Direitos Humanos para Qualificar o Cuidado”. A coordenadora da iniciativa afirmou que “o esvaziamento do SUS gera efeitos desiguais sobre as pessoas” ao comentar estudos que comparam a qualidade e o acesso das pessoas aos serviços de saúde. Para Laís, a localização desse marcador é a principal contribuição em termos de formulação científica da pesquisa.

Apresentado pela coordenadora Letícia Pessoa Masson, o projeto “Saúde e Direitos Dos Trabalhadores em Tempos de Plataformas Digitais” tem como foco a situação dos motoristas e entregadores de aplicativos, questão que ganhou um pouco mais de notoriedade durante a pandemia de covid-19. O objetivo central é conhecer organizações coletivas desses trabalhadores.  

O projeto “Tratamento de Pessoas com Escoliose Idiopática do Adolescente no Brasil e os Desafios à Integralidade do Cuidado” foi apresentado pela coordenadora Maria Lúcia de Macedo Cardoso, que aproveitou a oportunidade para expor dados alarmantes sobre a condição no Brasil. Ela exibiu, por exemplo, dados que revelam que uma parcela ínfima dos casos tem indicação para cirurgia. No entanto, 55% dos estudos sobre o tema estão relacionados à operação. As meninas são o público majoritário entre os acometidos pela Escoliose Idiopática. 


Os dois últimos projetos apresentados têm relação com questões da gestação e da maternidade. O primeiro foi “Mortalidade Materna na Pesquisa Nascer no Brasil II, com Ênfase na Covid-19: um Estudo Caso-Controle, 2020/2021”, apresentado pela vice-coordenadora Silvana Granado Nogueira da Gama. Por último, “Vacinação e Ativação do Sistema Imunológico Materno na Gravidez: Transtornos Neurocomportamentais e Cognitivos na Prole” foi apresentado pelo coordenador Francisco Paumgartten. 

Com periodicidade anual, prevista no Edital, este foi o primeiro seminário para promover interação entre os 16 projetos contemplados no Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Aplicado à Saúde Pública da ENSP/Fiocruz.


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