Brasil reduz em 84% o número de mortes por dengue em 2012
O número de óbitos por dengue no Brasil caiu 84% nos quatro primeiros meses de 2012 em comparação ao mesmo período de 2010. Há dois anos foram registradas 467 mortes pela doença entre janeiro e abril. Já no primeiro quadrimestre deste ano o número caiu para 74 óbitos. Os dados são do balanço apresentado na quinta-feira (17/5), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Brasília.
O balanço da dengue em 2012 revela outros índices positivos no combate à doença. Houve diminuição de 91% nos casos graves da doença, que passaram de 11.845 registros em 2010 para 1.083 em 2012. Já o número total de casos teve retração de 58% – foram 286.011 casos da doença em 2012, contra 682.130 em 2010.
O ministro destacou o conjunto de ações do Ministério da Saúde – em parceria com estados e municípios – como fator para a redução da doença. Exemplo disso é o repasse de R$92 milhões a 1.158 municípios, como adicional de 20% aos recursos regulares, com foco na qualificação das ações de prevenção e controle.
“Esses resultados expressivos só reforçam o trabalho do Ministério em parceria com os municípios e as secretarias estaduais nas ações durante o período fora da epidemia que foram pactuadas no ano passado. Os planos por incentivo de desempenho, a checagem pelo LIRAa, o acompanhamento do Plano de Contingência e as visitas aos estados contribuíram efetivamente para a organização mais eficiente da rede de assistência do SUS”, analisou Padilha.
Ele disse, ainda, que “o Ministério considera um crime contra a saúde pública qualquer paralisação das atividades de combate à dengue por causa das atividades eleitorais. O segundo semestre é fundamental para a mobilização no combate à doença. É o momento de estruturar os serviços de saúde, capacitar profissionais e organizar as ações de vigilância”, reforçou.
O repasse de verba garantiu também o abastecimento regular aos estados e municípios de insumos estratégicos, como os kits de diagnóstico, e a aquisição de inseticidas para o controle do mosquito Aedes aegypti. Foram adquiridos cerca de sete mil kits (suficientes para 640 mil exames), 2,5 milhões de quilos de larvicidas e 350 mil litros de adulticidas (fumacê).
Outra ação foi o investimento em atividades de mobilização da população, através da campanha Toda hora é hora de combater a dengue, além da distribuição aos municípios de 450 mil cartazes com orientações sobre a classificação de risco do paciente. E foi incrementado o esforço de capacitação dos profissionais de saúde.
O secretário Jarbas Barbosa, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, informou que as equipes das Secretarias de Atenção à Saúde (SAS) e de Vigilância em Saúde visitaram as regiões do país prestando assessoria técnica e as devidas orientações. “Estamos prontos para auxiliar nos planos de combate e nas ações de contingência. Essa parceira com os estados e municípios é fundamental e demonstrou, pela sequência de reduções de casos graves e óbitos, que estamos no caminho certo”, acrescentou.
Situação epidemiológica – Dez estados concentram 81,6% (233.488) dos casos notificados em 2012: Rio de Janeiro (80.160), Bahia (28.154), Pernambuco (27.393), São Paulo (19.670), Ceará (17.205), Minas Gerais (14.006), Mato Grosso (13.802), Tocantins (11.589), Pará (11.223) e Rio Grande do Norte (10.286).
Já os dez municípios com o maior número de casos no período foram: Rio de Janeiro (64.675), Fortaleza (10.156), Recife (6.343), Palmas (4.706), Cuiabá (4.460), Goiânia (4.128), Natal (3.779), Itabuna (3.088), Aparecida de Goiânia (3.022) e Teresina (3.000).
Considerando a incidência (calculada na proporção de um caso a cada 100 mil habitantes), os três municípios com as maiores taxas registradas foram: Palmas (2.494,7), Itabuna (1.445,3) e Rio de Janeiro (1.045,4), respectivamente.
Circulação viral – No país circulam quatro tipos de vírus da dengue. Em 2012, os tipos DEN-1 e DEN-4 foram os mais comuns, com 59,3% e 36,4%, respectivamente. Foram avaliadas 2.098 amostras positivas.
No entanto, essa distribuição apresenta variações entre as cinco regiões brasileiras. No Norte o percentual é de 85,5% e no Nordeste registrou-se 81,5% de predomínio do DEN-4. Nas regiões Centro-Oeste e Sul o DEN-1 circulou com maior predominância (53,3% e 83,8%). Já no Sudeste há equilíbrio entre os dois sorotipos – 46,8% de DEN-1 e 49,7% de DEN-4.
“É importante reforçar que não existe um tipo viral mais agressivo, mas a exposição da população a diversas infecções pelo vírus da dengue ao longo dos últimos anos se constitui em um fator de risco adicional para a ocorrência das formas mais graves da doença", explica o secretário.
Fonte: Portal da Saúde
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