Saúde, Alimentação e Sustentabilidade: ENSP oferta refeições agroecológicas
Publicado em:07/04/2025
Desde agosto do ano passado, está disponível o serviço de oferta de alimentação agroecológica na ENSP. As refeições à la carte são oferecidas diariamente no refeitório localizado no andar térreo do prédio principal da ENSP. A iniciativa busca promover uma alimentação saudável e sustentável para os alunos e demais frequentadores da Escola, sendo organizada e gerida pelo Serviço de Gestão da Sustentabilidade, em parceria com um grupo de processadoras da Rede Carioca de Agricultura Urbana.
A chefe do Serviço de Gestão da Sustentabilidade da ENSP, Flávia Guimarães, e a nutricionista sanitarista, mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Juliana Meckelburg, membro da equipe do SGS, falam sobre os impactos da agroecologia no cotidiano da ENSP e para o público envolvido, além do surgimento da iniciativa e dos benefícios para quem produz e consome.
A história da ENSP com a agroecologia
“A ENSP tem uma longa história com a agroecologia e com a questão da transição alimentar de trabalhadores e estudantes. Desde 2015, realizamos a 'Feira Agroecológica Josué de Castro' e, recentemente, em 2024, iniciamos a oferta das refeições no refeitório da ENSP”, citou Flávia Guimarães. Segundo ela, a aceitação positiva do público resultou na ideia de expansão da oferta de alimentação pronta para o consumo no refeitório da ENSP.
De acordo com Flávia, a reforma realizada no refeitório e cozinha em 2018 foi projetada com o critério principal de sustentabilidade e segurança do trabalho para preparar e servir as refeições adequadamente. “Na pandemia de Covid-19, o serviço foi interrompido por questões contratuais e posteriormente estruturais e, na reabertura, foi decidido reformular temporariamente, o uso desse espaço trazendo os produtos agroecológicos e pensando em como ofertar uma alimentação saudável e sustentável para a população da ENSP e da Fiocruz como um todo”, explicou ela.
Impactos diretos da oferta de alimentação saudável na ENSP
“Na ENSP, estávamos sem um espaço de alimentação atuante, com a participação de produtoras e processadoras. Enxergamos essa iniciativa de maneira muito positiva, pois ela possibilita fomentar um projeto de alimentação saudável diretamente envolvido com a saúde pública e sustentabilidade”, destacou Juliana.
Como exemplo dos impactos diretos do projeto, a nutricionista comentou sobre a Pesquisa de Satisfação aplicada ao público, que obteve um importante feedback sobre a oferta de refeições agroecológicas. “A pesquisa foi muito importante e satisfatória para o SGS/ENSP. Com ela, percebemos que o trabalho é bem avaliado pelos usuários e de extremo interesse do público da Escola”, enfatizou Juliana, que completou: "O refeitório é um espaço aberto a todos os interessados na oferta de alimentação saudável."
Seleção do cardápio e preferências do público
A seleção do cardápio das refeições conta com a contribuição da nutricionista do SGS da ENSP, Juliana Meckelburg, em colaboração com as processadoras culinaristas que produzem as refeições. Segundo ela, são oferecidas informações sobre o conhecimento de safras, insumos com melhor custo-benefício, aporte e equilíbrio nutricional, além de questões sobre sustentabilidade. “Com isso, construímos um cardápio mais saudável e equilibrado, acolhendo nossos clientes em suas preferências. Temos uma ótima conexão no espaço de alimentação, o que nos permite receber sugestões, elogios e trocas constantemente”, cita ela.
O balanço do projeto é superador, mesmo com menos de um ano de atividades, destaca Juliana. Para ela, “o acolhimento e participação dos visitantes e usuários reforça a importância e a relevância de uma Escola com a magnitude da ENSP ofertar uma alimentação que tenha como base os princípios da agroecologia”.
Processadoras culinaristas: mulheres se fortalecem na produção de alimentação saudável
A chefe do Serviço de Gestão da Sustentabilidade da ENSP, Flávia Guimarães, comenta que o perfil das processadoras culinaristas é composto por mulheres que se organizam em grupos distintos e se alternam diariamente na produção da oferta de alimentação saudável.
“É um aprendizado para todos. As processadoras, na aproximação com a instituição, aprendem as questões sanitárias e ambientais. Com elas, sobre a experiência da produção agroecológica, safras e como os insumos podem ser utilizados em uma culinária afetiva e saudável. Assim, o público tem compreendido e buscado cada vez mais essas refeições. É uma construção benéfica para os consumidores, para a comunidade ENSP e para a Fiocruz, fortalecendo o conceito de sustentabilidade e saúde através da alimentação, em parceria com os movimentos sociais e com apoio de uma instituição de saúde.”, destaca ela.
Confira a divulgação diária do cardápio nas redes sociais
O cardápio agroecológico do refeitório da ENSP conta com uma diversidade de pratos, sobremesas e bebidas, entre eles: panqueca de ora-pro-nóbis e chá gelado de capim-limão. Há também a opção do cardápio vegano: bobó de palmito com creme de aipim, leite de coco, tomate, pimentões e dendê, acompanhado de arroz branco com quinoa ou arroz integral. Além disso, é oferecido como cortesia um cafezinho agroecológico. A divulgação do cardápio é feita diariamente nas redes sociais, com opções de refeições, sobremesas e bebidas, além de informações sobre as especialistas responsáveis por cada preparo. As processadoras culinaristas Scarlet e Ingrid das Mulheres em Ação e Francisca são alguns dos exemplos. Conheça as redes sociais do projeto!
Afinal, o que é a Agroecologia?
A agroecologia é um campo científico que aborda um conjunto de metodologias e conceitos voltados para o estudo, a gestão e a avaliação de agrossistemas (espaços modificados por indivíduos para a produção agrícola), com o objetivo de promover e desenvolver práticas agrícolas mais sustentáveis.
*Por Isabelle Ferreira, sob supervisão de Tatiane Vargas.
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