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Residência em Saúde da Família é debatida no Ceensp

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Publicado em:22/04/2021
O Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos (Ceensp) debateu “A formação interprofissional no SUS: a experiência da residência em saúde da família” e, segundo a mediadora e coordenadora da atividade, a pesquisadora do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Farias (CSEGSF), Denise Barros, a atividade visa mostrar como o curso “contribui para o fortalecimento não só da rede de saúde local, como também para o cotidiano dos profissionais que apoiam a formação dos residentes.”

A atividade contou com a participação das pesquisadoras do Departamento de Ciências Sociais (DCS) Mirna Teixeira e Regina Ferro e da pesquisadora da Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS) Ana Laura Brandão, todos membros da Residência multiprofissional em Saúde.

A história do programa, que completou 15 anos em 2020 e já formou mais de 200 alunos, foi contada pela pesquisadora do Departamento de Ciências Sociais (DCS) Mirna Teixeira, que trouxe para o debate a multiprofissionalidade da residência para o SUS.  “O norte da residência é a formação de sete categorias para o SUS, que surgiu na centralidade do usuário e da família, o que exige a reconfiguração dos profissionais de saúde, além da casualidade na atenção integral na saúde e a necessidade de integração entre profissional e usuário”, salientou a pesquisadora, que explicou as diversas etapas do curso e a importância de cada uma delas. 

A pesquisadora esclareceu, ainda, como é feita a composição de equipes e sua tipologia dentro da residência, o conceito de força de trabalho, os principais desafios, a capacidade de enfrentá-los e a interdisciplinaridade oportunizada pelo programa. “A residência proporciona a troca de saberes com sete categorias profissionais, que são formadas para trabalhar em equipe e ajudam na aprendizagem e aplicação do serviço.”

Já o modelo político pedagógico da residência foi apresentado pela professora e pesquisadora do Departamento de Ciências Sociais (DCS) Regina Ferro, que salientou o fato de que “as estratégias pedagógicas não podem estar dissociadas das questões políticas em saúde e da responsabilidade ética”. A visão geral do modelo pedagógico político do programa é baseada na problematização, o que, de acordo com a pesquisadora, “prepara o residente para a reflexão crítica a fim de solucionar um problema, num esforço coletivo de todos os atores do programa.”

Currículo baseado nas competências profissionais, a capacidade de resolver um problema em uma situação dada, integração formação-trabalho também fazem parte do processo da residência. “O programa tem o desafio constante de desenvolver atos educativos apresentados no dia a dia pelo usuário, o que contribui para o aprendizado significativo, que faça sentido para quem aprende”, ressaltou a docente. 

Em conclusão da sua fala, a pesquisadora explicou como todo esse aprendizado adquirido na residência se concretiza. Segundo ela, o programa é feito por meio de unidades de aprendizagem em três áreas de competência, a organização do processo de trabalho, cuidado com a saúde individual, familiar e o coletivo, além do conhecimento político. “Essas áreas foram concebidas em uma lógica articulada em saúde da família. Tivemos que incluir as funções e práticas críticas para fazer um bom trabalho”, concluiu. 

A pesquisadora da Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS/ENSP) Ana Laura abordou a construção compartilhada e a cogestão do espaço dentro da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. De acordo com a pesquisadora, mesmo tendo dificuldade na implementação de espaços compartilhados, eles têm uma potência significativa.

Esse processo vem da constituição das rodas de conversas, o que aumenta a capacidade e a intervenção do coletivo e dos grupos. “A cogestão é centrada na porosidade da realidade mutável e mutante de ações de experimentação. Os espaços coletivos são apoiados por apoiadores institucionais. Os saberes coletivos orientam as práticas, e os apoiadores têm a tríplice tarefa de ativar coletivos, incluir multidisciplinaridades e a produção de objetivos, que se alternam nos espaços. 
Esses espaços dentro da residência, conforme mencionou a pesquisadora, valoriza a experiência, participação, aprendizagem significativa e problematização, que seguem a política de aprendizagem popular, principalmente as voltadas para a saúde. “Por conta das demandas e necessidades apresentadas pelo programa, algumas dimensões -  espaços -  foram criadas ao longo do programa, por exemplo, o acompanhamento e deliberação, avaliação e formação e qualificação dos processos educacionais”, explicou ela, salientando que cada uma dessas perspectivas de construção funciona em caráter pedagógico para todos os participantes, afirmando que abertura, disponibilidade de escuta e troca, que compõem o processo formativo, são “importantes e firmam a potência desses espaços para a formação dos profissionais e o Sistema Único de Saúde (SUS).” 

Lançamento do livro

Ao final da atividade, foi lançado o livro “De casulo à borboleta: a qualificação para o SUS na residência multiprofissional em saúde da família”, do Programa de Residência em Saúde da Família. Uma das colaboradoras do livro, a pesquisadora Maria Alice, agradeceu à presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o apoio e a redação do prefácio do livro, bem como todas as outras colaborações. O livro conta o início do processo pedagógico e as modificações das etapas, conforme a vivência do programa. 






Assista o Ceensp completo no vídeo abaixo:




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