Residência em Saúde da Família é debatida no Ceensp
A
atividade contou com a participação das pesquisadoras do Departamento
de Ciências Sociais (DCS) Mirna Teixeira e Regina Ferro e da
pesquisadora da Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS) Ana
Laura Brandão, todos membros da Residência multiprofissional em Saúde.
A
história do programa, que completou 15 anos em 2020 e já formou mais de
200 alunos, foi contada pela pesquisadora do Departamento de Ciências
Sociais (DCS) Mirna Teixeira, que trouxe para o debate a
multiprofissionalidade da residência para o SUS. “O norte da residência
é a formação de sete categorias para o SUS, que surgiu na centralidade
do usuário e da família, o que exige a reconfiguração dos profissionais
de saúde, além da casualidade na atenção integral na saúde e a
necessidade de integração entre profissional e usuário”, salientou a
pesquisadora, que explicou as diversas etapas do curso e a importância
de cada uma delas.
A pesquisadora esclareceu,
ainda, como é feita a composição de equipes e sua tipologia dentro da
residência, o conceito de força de trabalho, os principais desafios, a
capacidade de enfrentá-los e a interdisciplinaridade oportunizada pelo
programa. “A residência proporciona a troca de saberes com sete
categorias profissionais, que são formadas para trabalhar em equipe e
ajudam na aprendizagem e aplicação do serviço.”
Já o
modelo político pedagógico da residência foi apresentado pela professora
e pesquisadora do Departamento de Ciências Sociais (DCS) Regina Ferro,
que salientou o fato de que “as estratégias pedagógicas não podem estar
dissociadas das questões políticas em saúde e da responsabilidade
ética”. A visão geral do modelo pedagógico político do programa é
baseada na problematização, o que, de acordo com a pesquisadora,
“prepara o residente para a reflexão crítica a fim de solucionar um problema,
num esforço coletivo de todos os atores do programa.”
Currículo
baseado nas competências profissionais, a capacidade de resolver um
problema em uma situação dada, integração formação-trabalho também fazem
parte do processo da residência. “O programa tem o desafio constante de
desenvolver atos educativos apresentados no dia a dia pelo usuário, o
que contribui para o aprendizado significativo, que faça sentido para
quem aprende”, ressaltou a docente.
Em conclusão da sua fala,
a pesquisadora explicou como todo esse aprendizado adquirido na residência se concretiza. Segundo ela, o programa é feito por meio de
unidades de aprendizagem em três áreas de competência, a organização do
processo de trabalho, cuidado com a saúde individual, familiar e o
coletivo, além do conhecimento político. “Essas áreas foram concebidas
em uma lógica articulada em saúde da família. Tivemos que incluir as
funções e práticas críticas para fazer um bom trabalho”, concluiu.
A
pesquisadora da Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS/ENSP)
Ana Laura abordou a construção compartilhada e a cogestão do espaço
dentro da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. De acordo
com a pesquisadora, mesmo tendo dificuldade na implementação de espaços
compartilhados, eles têm uma potência significativa.
Esse processo vem da constituição das rodas de conversas, o que aumenta a capacidade e a intervenção do coletivo e dos grupos. “A cogestão é centrada na porosidade da realidade mutável e mutante de ações de experimentação. Os espaços coletivos são apoiados por apoiadores institucionais. Os saberes coletivos orientam as práticas, e os apoiadores têm a tríplice tarefa de ativar coletivos, incluir multidisciplinaridades e a produção de objetivos, que se alternam nos espaços.
Esses espaços dentro da residência, conforme mencionou a pesquisadora, valoriza a experiência, participação, aprendizagem significativa e problematização, que seguem a política de aprendizagem popular, principalmente as voltadas para a saúde. “Por conta das demandas e necessidades apresentadas pelo programa, algumas dimensões - espaços - foram criadas ao longo do programa, por exemplo, o acompanhamento e deliberação, avaliação e formação e qualificação dos processos educacionais”, explicou ela, salientando que cada uma dessas perspectivas de construção funciona em caráter pedagógico para todos os participantes, afirmando que abertura, disponibilidade de escuta e troca, que compõem o processo formativo, são “importantes e firmam a potência desses espaços para a formação dos profissionais e o Sistema Único de Saúde (SUS).”
Lançamento do livro
Ao final da atividade, foi lançado o livro “De casulo à borboleta: a qualificação para o SUS na residência multiprofissional em saúde da família”, do Programa de Residência em Saúde da Família. Uma das colaboradoras do livro, a pesquisadora Maria Alice, agradeceu à presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o apoio e a redação do prefácio do livro, bem como todas as outras colaborações. O livro conta o início do processo pedagógico e as modificações das etapas, conforme a vivência do programa.
Assista o Ceensp completo no vídeo abaixo:
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