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Pesquisadora representa país na discussão sobre poluentes orgânicos

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Publicado em:19/06/2012
A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) Sandra Hacon foi designada pelas Nações Unidas, com aprovação do Ministério das Relações Exteriores, para ser a representante do Brasil na segunda fase do Programa de Monitoramento Global dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) para a América Latina e Caribe (Grulac). A indicação faz parte da atuação da pesquisadora na primeira fase do programa e, no que concerne a produtos químicos, é um dos temas centrais discutidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Em entrevista ao Informe ENSP, Sandra fala sobre a atuação do Brasil na ONU, a discussão sobre os POPS na Rio+20 e as principais contribuições do grupo.
 
Informe ENSP: A convenção POPs entrou em vigor em 2004 e é considerada um dos mais importantes instrumentos de promoção da segurança química global, destacando-se por incluir no seu escopo a determinação de obrigação dos Países Parte de adotarem medidas de controle relacionadas a todas as etapas do ciclo de vida. Como se dá a composição do Grupo da América Latina e Caribe? 
 
Pesquisadora representa país na discussão sobre poluentes orgânicosSandra Hacon: O Plano de Monitoramento Global (GMP) sob a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes é um programa que permite a coleta de dados de monitoramento comparáveis de todas as regiões do mundo para avaliar a eficácia da Convenção de Estocolmo em minimizar a exposição humana e ambiental a poluentes orgânicos persistentes (POPs).
 
Os POPs são substâncias que apresentam ampla distribuição geográfica e permanecem nos ecossistemas por longos períodos, além de se acumularem no tecido adiposo dos seres vivos, podendo causar sérios riscos à saúde humana e ao meio ambiente. A Convenção de Estocolmo é um tratado internacional elaborado para eliminar globalmente a produção e o uso de POPs, constituindo-se em um instrumento internacional para a proteção da saúde humana e do meio ambiente dos efeitos nocivos oriundos dessas substâncias químicas. Portanto, para detectar se os níveis de POPs estão aumentando ou diminuindo ao longo do tempo, informações sobre níveis de exposição humana e ambientais desses produtos químicos devem permitir a detecção das tendências. 
 
Dessa forma, cada país signatário da Convenção apresenta seu representante indicado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com a concordância do Ministério das Relações Exteriores, assim como dos demais ministérios. O grupo regional ao qual pertencemos é o da América Latina e Caribe, o Grulac. São cinco os grupos que fazem parte da implementação do Plano de Monitoramento Global de Poluentes Orgânicos Persistentes. Cada representante do seu país tem de assessorar o GT das Nações Unidas referente aos POPs e elaborar o Relatório Técnico. 
 
Os membros selecionados pelo Grulac são: Rigoberto Blanco Sáenz, da Costa Rica; Lorenzo Caballero Urzúa, do Chile; eu, Sandra Hacon, pelo Brasil; Ana Patrícia Martínez, México; Malverne Spencer, Reino das Ilhas de Antígua e Barbuda; e Carola Resabala Zambrano, do Equador.
 
O plano foi concebido para fornecer dados de monitoramento comparáveis para apoiar a avaliação da eficácia do artigo 16 da Convenção. Esse artigo trata da avaliação da eficiência da Convenção. Grupos de Organizações Regionais (ROGs) foram estabelecidos nas cinco regiões das Nações Unidas para facilitar a implementação regional do GMP.
 
Informe ENSP: Quais têm sido as contribuições do Grupo da América Latina e Caribe na ONU? 
 
Sandra Hacon: Elaboramos o primeiro relatório regional de monitoramento dos POPs, cujo objetivo era estabelecer um programa de monitoramento dos poluentes que pudesse evidenciar e dar suporte à Convenção. Para esta primeira fase eu também fui indicada pelo MMA e fui responsável pelo Relatório Técnico do Brasil, quando coordenei os trabalhos da Convenção em Genebra e indiquei um especialista em POPs, o pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP, Thomas Krauss, cuja contribuição foi fundamental para todo o Grulac. 
 
Informe ENSP: Como tem sido a participação da Fiocruz no trabalho de monitoramento dos POPs?
 
Sandra Hacon: Minha indicação como representante do Brasil para esta segunda fase se deu principalmente ao nosso trabalho realizado na primeira fase e a confiança técnica científica que o MMA tem pelo trabalho desenvolvido na Fiocruz. Além disso, devo ressaltar o projeto em desenvolvimento coordenado pelos pesquisadores Ana Braga e Thomas Krauus, do Cesteh, sobre o monitoramento de dioxinas e furanos em leite materno. Este estudo será fundamental para o nosso relatório referente à segunda fase da implementação da Convenção.
 
Informe ENSP: Como será sua participação na Rio+20?
 
Sandra Hacon: Uma das formas de participação será por meio da exibição do filme Queimadas na Amazônia: uma ameaça ao ambiente e à saúde, desenvolvido no âmbito dos projetos Inova ENSP, da Escola Nacional de Saúde Pública, e Rede Clima, que coordeno junto com o pesquisador Cristovam Barcellos.

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