Farmácia do CRPHF/ENSP garante distribuição nacional de medicamentos para tuberculose resistente durante a pandemia
Publicado em:24/03/2021
Apesar de ser evitável e curável, a tuberculose (TB) continua a ser a doença infecciosa mais mortal do mundo, levando a óbito 1,4 milhão de pessoas a cada ano. Um quarto da população mundial, quase 2 bilhões de pessoas estão infectadas com a tuberculose. Em 2019, 10 milhões de pessoas, incluindo 1,1 milhão de crianças, adoeceram pela doença. A comunidade global fez progressos substanciais na luta para acabar com a TB, e é fundamental que o progresso feito na prevenção, cuidado e tratamento da TB não seja revertido pela pandemia Covid-19. Por isso, mesmo diante do cenário de emergência sanitária, o Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP/Fiocruz segue garantindo a distribuição nacional do medicamento para tratamento da doença.A crise instaurada pelo vírus está afetando a economia global, a saúde pública e o modo de vida da população. O novo coronavírus já infectou mais de 125 milhões de pessoas em todo o mundo, matou aproximadamente 2,8 milhões de pessoas e levou os governos a tomarem medidas drásticas para limitar a sua propagação. Aproximadamente metade da população global vive sob restrições de mobilidade, as passagens de fronteira internacionais foram fechadas e a atividade econômica foi diminuída drasticamente, visto que muitos países optaram pela restrição de comércios não essenciais.
“A pandemia de Covid-19 exerceu enorme pressão sobre os sistemas de saúde pública em todo o mundo, principalmente no Brasil. Em diversos países, esses desafios muitas vezes resultaram na interrupção dos serviços de atenção à TB, atrasos no diagnóstico e tratamento, além do aumento de doenças e mortes de pacientes com TB”, admite o pesquisador Paulo Victor Vianna, do CRPHF/ENSP.
A necessidade de continuidade dos serviços essenciais de atenção à TB durante a pandemia de Covid-19 no Brasil, seguindo as recomendações internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS), exigiu esforços da unidade. Desse modo, a farmácia do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), mesmo com todos os desafios do ano de 2020 resultantes da pandemia, manteve a distribuição nacional de medicamentos, garantindo, de forma ininterrupta, o início ou a continuidade do tratamento dos pacientes com TBDR e Micobactéria não tuberculosa (MNT) não só no Rio de Janeiro, mas também em todos os estados do país.
Durante o ano de 2020, a farmácia do CRPHF garantiu o fornecimento de tratamento para TBDR e MNT de aproximadamente 1700 pacientes, incluindo aqueles em quarentena, os suspeitos ou confirmados para Covid-19. Portanto, realizou o atendimento de 955 pedidos de envio de medicamentos para o tratamento de tuberculose resistente, atendendo um total de 327 de unidades de saúde espalhadas por todo o Brasil e em todas as 27 Unidades Federativas.
Sobre a farmácia do Centro de Referência Professor Hélio Fraga
O Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), criado em 1984 pela Campanha Nacional Contra a Tuberculose, é a instituição nacional de referência do SUS para tuberculose e outras pneumopatias, destacando-se como órgão de apoio às ações nacionais em saúde pública.
O CRPHF se localiza no bairro de Curicica, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. A Farmácia do CRPHF atua assegurando o acesso aos medicamentos para tuberculose através de ações integradas com o Programa Nacional de Controle da Tuberculose do MS, atual Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas (CGDR/DCCI/SVS/MS). Realiza também atendimento de pacientes oriundos do Ambulatório de Pesquisa Germano Gerhardt (APGG). Dentre os serviços prestados, destaca-se a consulta farmacêutica, que consiste em orientar os pacientes quanto à tomada diária dos medicamentos, condições de armazenagem, interação com outros medicamentos, ocorrência de reações adversas esperadas e a importância da adesão ao tratamento.
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