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Combate à Tuberculose: Pesquisadores da ENSP apresentam projetos em seminário do CNPq e MS

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Publicado em:17/06/2024

Dois pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) apresentaram projetos voltados para o combate à tuberculose no Seminário Marco Zero. Realizado recentemente, em Brasília, o evento reuniu os coordenadores dos mais de 300 projetos contemplados pelas Chamadas Públicas lançadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com o Ministério da Saúde em 2023.

Chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, Paulo Victor Viana está á frente do projeto ‘Ambulatório Itinerante: Melhoria da adesão ao tratamento da Tuberculose Drogarresistente em um município Baixada Fluminense, RJ’. Já a pesquisadora do departamento de Endemias, Alexandra Sánchez, que também é líder do Grupo de Pesquisa do CNPq ‘Saúde nas Prisões’, coordena o projeto ‘Impacto e a exequibilidade de estratégicas biomédica e comunitária para redução da TB em prisões de alta endemicidade’. Ambos estão entre as 16 propostas contempladas pela Chamada Nº 29/2023 - Pesquisas em tuberculose para o fortalecimento da vigilância e controle da doença. 

Organizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS/MS), o Seminário de Avaliação Marco Zero das Chamadas Públicas de 2023, realizado de 12 a 14 de junho, em Brasília, reuniu os coordenadores dos projetos aprovados nas Chamadas Públicas a fim de promover um diálogo técnico entre pesquisadores e as equipes do Ministério da Saúde. Assim, além da apresentação dos projetos selecionados, o seminário também possibilitou o alinhamento das iniciativas com as políticas de saúde e as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o evento é considerado um passo na integração de esforços entre governo, academia e sociedade civil para fortalecer a saúde pública no Brasil.

A mesa de abertura foi conduzida pelo secretário da SECTICS/MS, Carlos Augusto Gadelha, e contou com a presença da secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), Ethel Maciel, da diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), Mônica Felts, e do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão. “Esse evento demonstra a missão de toda a secretaria em melhorar a vida da população brasileira e avançar com os desafios do século XXI, contribuindo com uma nova política para a inovação tecnológica que vai tornar o Brasil menos dependente internacionalmente. Por isso, é importante que todo pesquisador tenha, também, o compromisso de informar bem a sociedade e combater as fake news”, destacou Carlos Augusto Gadelha.

Já Ethel Maciel frisou os novos tempos vividos pelo Brasil. "A retomada dos investimentos em pesquisas demonstra um compromisso renovado com o avanço tecnológico e o desenvolvimento científico do país, essencial para enfrentar desafios de saúde pública e promover a inovação”, disse. A SVSA/MS participou de duas chamadas: Estudos transdisciplinares em Saúde Coletiva e Pesquisas em tuberculose para o fortalecimento da vigilância e controle da doença. Ao todo, as chamadas públicas selecionaram 345 projetos em 2023, totalizando um investimento de R$ 357 milhões. 

Ambulatório itinerante contra TB Drogarresistente

Coordenado pelo chefe do CRPHF/ENSP, o objetivo deste projeto é implementar um ambulatório de referência terciária itinerante na Baixada Fluminense a fim de reduzir as faltas às consultas, aumentar a taxa de sucesso terapêutico e reduzir a interrupção do tratamento. O ambulatório vai oferecer um atendimento especializado e multidisciplinar de alta qualidade para pacientes com TBDR.

O projeto se destaca pela abordagem inovadora frente à complexidade do tratamento da TBDR, que exige um período prolongado de cerca de 18 meses e consultas frequentes. “Estas consultas são essenciais para a reavaliação clínica, monitoramento das reações adversas, controle bacteriológico, análises clínicas de marcadores bioquímicos, exames de imagem e eletrocardiogramas”, explica Paulo Victor Viana. Além da necessidade de uma abordagem médica rigorosa, o projeto enfatiza a importância de um cuidado multidisciplinar, envolvendo profissionais de enfermagem, serviço social, nutrição e farmácia.

Prisões TB Zero

Coordenado pela pesquisadora Alexandra Sanchez, líder do Grupo de Pesquisa CNPq ‘Saúde nas Prisões’, o projeto ‘Impacto e a exequibilidade de estratégicas biomédica e comunitária para redução da TB em prisões de alta endemicidade’ envolve três departamentos da ENSP (Densp, Demqs e CRPHF) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, as Secretaria Municipal e Estadual de Saúde do RJ, o Ministério Público, a ONG Eu Sou Eu, de egressos do sistema penitenciário e o Fórum Permanente de Saúde no Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro.

A pesquisa tem por objetivo diminuir a morbidade e a mortalidade por tuberculose nas prisões do Rio de Janeiro, onde é altamente endêmica. Seu caráter inovador consiste na utilização de unidade móvel de RX com interpretação das imagens por inteligência artificial (CAD), associada a estratégias de informação e educação em saúde dos presos e profissionais que atuam nesse contexto. 

Nas unidades prisionais selecionadas será realizado screening (rastreio) radiológico anual e exame sistemático de ingressos, o que permitirá a detecção precoce e tratamento dos casos, reduzindo assim, a transmissão intra institucional da tuberculose. Também será realizado o tratamento preventivo da infecção latente por tuberculose em detentos infectados pelo HIV/AIDS. 

"As prisões nas quais o projeto será desenvolvido servirão como centros de formação das equipes de atenção primária prisional (PNAISP) de outras prisões do Rio de Janeiro, o que permitirá a extensão gradual do programa a todas as Unidades Prisionais do estado e poderá servir de modelo para outros estados da federação", destacou Alexandra Sánchez. 

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*Com informações do Ministério da Saúde 
*Crédito foto: Acervo pessoal do pesquisador Paulo Victor Viana.

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