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Pesquisadora da ENSP participa de debates sobre água, justiça climática e educação ambiental na COP30

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Publicado em:28/11/2025
A pesquisadora Adriana Sotero Martins, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA/ENSP/Fiocruz) e coordenadora do Projeto de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, participou de uma série de atividades oficiais e paralelas da COP30, realizada em novembro, em Belém (PA). Entre mesas de debate, painéis temáticos, exposições, plenárias e atos públicos, sua atuação destacou o protagonismo das mulheres nas lutas ambientais, a centralidade da justiça climática e a urgência de fortalecer a participação social na defesa do saneamento como direito humano.

Na Green Zone da COP30, Adriana apresentou as ações da Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, que articula comunidades, movimentos e pesquisadores para ampliar o controle social e denunciar impactos da privatização da água e dos serviços de saneamento, especialmente sobre grupos historicamente vulnerabilizados. Ainda nesse espaço, participou da Plenária Final da Cúpula dos Povos, que aprovou o documento de reivindicações encaminhado à Blue Zone, reafirmando que as negociações oficiais da conferência não refletem, necessariamente, as demandas e realidades das populações mais afetadas pelas crises climática e socioambiental.

No dia 12 de novembro, Adriana participou da mesa “Mulheres e Águas: Territorializando as Diretrizes da Educação Ambiental Climática”, na Cúpula das Águas e Florestas, realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA). Em diálogo com outras mulheres de atuação destacada na educação ambiental, apresentou experiências do grupo de pesquisa Saúde, Ambiente e Saneamento e ressaltou como a mercantilização crescente da água e dos serviços de saneamento afeta diretamente a vida das mulheres, que também enfrentam dificuldades de participação e reconhecimento nos espaços de decisão.

Ainda no mesmo dia, foi aberta a exposição “Arpilleras: bordando resistências”, da qual Adriana Sotero foi curadora. Registrada como evento oficial da COP30, a mostra reuniu 13 peças produzidas por mulheres de movimentos sociais do Rio de Janeiro, pesquisadoras e integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), abordando temas como crimes ambientais, injustiças urbanas, alternativas de abastecimento e resistências femininas frente à crise climática. A exposição dialogou com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 6 e 13 e integrou o eixo de cidades justas e periferias vivas da Cúpula dos Povos.

No dia 13 de novembro, a pesquisadora integrou o painel “Águas, Mulheres e Mata Atlântica”, na Casa da Mata Atlântica, em Belém, apresentando a arpillera “Devastação, queimadas e poluição ambiental na Mata Atlântica”, que denuncia a degradação do bioma, a pressão do agronegócio, a poluição marinha e as vulnerabilidades impostas às populações periféricas. O encontro reuniu lideranças femininas e pesquisadoras de diferentes regiões, destacando saberes locais e resistências ambientais nos territórios urbanos e rurais.


"No espaço Green Zone à noite, fizemos uma apresentação do projeto e participamos da Plenária Final, com aprovação do documento que seria levado para a Blue Zone, reivindicações de deliberações das várias atividades da Cúpula dos Povos. Estive ao lado de Roberto Oliveira do MAB-RJ, bolsista do nosso projeto de pesquisa", contou a pesquisadora. "Nós do Rio de Janeiro nos somamos a esse esforço da Cúpula dos Povos junto a centenas de organizações de todo Brasil e do mundo para dizer que o que está discutido na COP oficial não necessariamente representa os direitos e os anseios das populações que sofrem com as crises climática, ecológica, ambiental e com as desigualdades. Esses dias foram importantíssimos de discussão e integração entre os movimentos e os coletivos. Precisamos apontar para um projeto que supere o capitalismo predatório nas nossas regiões. seguimos com grandes desafios", disse Roberto (MAB/RJ).

No dia 14, Adriana esteve também na 3ª Jornada Internacional do Tratado de Educação Ambiental, também na UFPA, participando do painel “Mulheres e Diretrizes de Educação Ambiental Climática”. Na ocasião, apresentou duas arpilleras que abordam violência política de gênero e racismo ambiental, enfatizando como esses fenômenos atingem, de forma desproporcional, mulheres e comunidades vulnerabilizadas em diferentes regiões do país.

A participação se encerrou no dia 15 de novembro, com a participação na Marcha pelo Clima, que reuniu mais de 70 mil pessoas nas ruas de Belém. Ao lado de Rejany Ferreira e Natasha Handam, Adriana integrou o bloco que denunciou a mercantilização das águas e defendeu serviços públicos de qualidade, com faixas que reafirmavam que “Água não é mercadoria”, “Águas para a vida, e não para a morte” e a importância da Vigilância Popular em Saneamento e Saúde na defesa dos territórios e do direito à água. O ato marcou o encerramento das mobilizações da Cúpula dos Povos durante a COP30 e reforçou o papel central da sociedade civil organizada na busca por justiça climática.

Pós-COP 30:

Como desdobramento da COP30, dois eventos estão programados para os próximos dias. Entre 28 e 29 de novembro será realizado o Encontro de Vigilância Popular em Saneamento, Saúde e Clima, com inscrições gratuitas pelo Even3 e credenciamento oficial como evento Pós-COP30. Saiba mais aqui. A programação inclui mesas temáticas, oficinas e convidados motivacionais. Também como atividade Pós-COP30, a exposição “Arpilleras – bordando resistência” será apresentada durante o Pré-Congresso da Abrasco 2025, em Brasília, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), no Auditório Nêgo Bispo 3. A mostra dá continuidade ao trabalho desenvolvido em Belém e reafirma o papel da arte têxtil como ferramenta de memória, denúncia e mobilização social.

Veja mais imagens das atividades na COP 30:













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