Imersão no Verão: atividade desperta interesse sobre a ciência em alunas do ensino médio do Rio de Janeiro
Por Danielle Monteiro
Esta semana foi de muito bate-papo, aprendizado e troca de experiências entre futuras cientistas de escolas públicas e pesquisadoras da ENSP. Nesta quinta e sexta-feiras (9 e 10\02), aconteceu a Imersão no Verão na Escola, atividade que integra o programa Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz. Promovida pela Fundação, a iniciativa selecionou 100 alunas do ensino médio do estado do Rio de Janeiro para participar de atividades de pesquisa em laboratórios e nos diversos espaços do campus da instituição, sob a supervisão de pesquisadoras. A ENSP recebeu dez alunas, supervisionadas por 14 pesquisadoras. O objetivo da atividade é estimular as futuras cientistas a conhecer as atividades desenvolvidas na instituição, além da trajetória de pesquisadoras e a diversidade de oportunidades de inserção e realização profissional que se colocam para as mulheres na área acadêmica.
Segundo a vice-diretora de Pesquisa e Inovação da ENSP, Luciana Dias de Lima, a Imersão no Verão na ENSP é uma oportunidade diferenciada para as estudantes, já que o contato com as pesquisadoras pode despertar nas meninas o interesse pela área acadêmica e de pesquisa. “Nossa expectativa é plantar essa sementinha, despertar o interesse delas, falar sobre o que é a pesquisa na área da Saúde Pública e da Saúde Coletiva, que é o diferencial da Escola. Esse ano programamos, além da Imersão no Verão, mais duas atividades, pois, para a ENSP, o programa Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz é estratégico para criar oportunidades e estímulos para novas pesquisadoras que venhamos a incorporar”, afirmou.
Cursando o terceiro ano do ensino médio, Raíssa Ramos, aluna do Ciep - Brizolão 169 Maria Augusta Correia, contou que o que mais a motivou a participar da Imersão no Verão na ENSP foi seu fascínio pela ciência, que, segundo ela, transformou a sua vida: “Uns anos atrás, eu não estava passando por um bom momento e isso afetou minha saúde mental. Então, eu comecei a pesquisar sobre neurociências e descobri informações que me salvaram. Desde então, eu tenho feito pesquisas a respeito e pretendo cursar neurociências. Participar dessa atividade agrega meu currículo e me traz conhecimento sobre a área de pesquisa científica e de saúde, e me faz conhecer a Fiocruz. Eu não tinha noção da dimensão da Fundação”.
Na parte da tarde, as meninas se encontraram com a equipe dos Cadernos de Saúde Pública, com a participação da editora da publicação, Marilia Sá Carvalho. Em seguida, o grupo foi dividido para um encontro com as outras pesquisadoras da Escola, Bianca Dieile, Cristiane Andrade, Delaine Costa e Isabela Soares Santos. Na manhã de sexta-feira (10/02), aconteceu uma roda de conversa com todas as participantes da Imersão no Verão na Fiocruz na tenda da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).
Presente entre as pesquisadoras que supervisionaram as estudantes, Vera Marques, que também é representante da ENSP no Grupo de Trabalho Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz, definiu a Imersão no Verão na Escola como um momento de encontros intergeracionais, de saberes de vida, saberes científicos e de diferentes agendas de pesquisa em prol da saúde da população. “Foi também um momento de sonhos: os sonhos das meninas de conhecer a Fiocruz, o que a Fundação faz e conhecer o trabalho das pesquisadoras. Para mim, como pesquisadora, além de me reconhecer nos sonhos dessas meninas - também fui uma menina que sonhava ser cientista -, esse encontro me impulsiona a sonhar e lutar por uma sociedade melhor, mais justa, na qual meninas e mulheres, especialmente negras, trans, com deficiência e indígenas, possam estudar e produzir conhecimento, e que esse conhecimento seja reconhecido”, afirmou. Segundo Vera, é notório que é preciso ainda avançar em políticas voltadas à igualdade de oportunidades, que assegurem a permanência na academia de meninas da periferia, das comunidades e das classes mais empobrecidas da sociedade, porém, tudo começa com o sonho de ser cientista. “É esse sonho que objetivamos nesse momento inspirar”, disse.
Além de participar da Imersão no Verão, a ENSP vai promover duas atividades adicionais vinculadas ao programa Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz. A primeira será a Roda de Conversa Ciência e Educação: caminhos para a inclusão, que vai contar com a apresentação e debate de três vídeos: Conexão sem Violência; Mais meninas e mulheres na ENSP/Fiocruz: construindo caminhos para uma ciência emancipatória II; e Lápis de Cor. Parceria entre as vice-direções de Pesquisa e Inovação e de Ensino da Escola, a iniciativa é voltada para docentes e discentes; trabalhadores e trabalhadoras de setores diversos da ENSP, além de professores, professoras e estudantes de escolas públicas do Rio de Janeiro. Para participar, é preciso se inscrever. Inscreva-se aqui. Já a segunda atividade será o Ceensp Compartilhando saberes e experiências institucionais para a promoção da equidade de gênero nas ciências, que vai acontecer em 15 de fevereiro. O evento será transmitido pelo canal da Escola no Youtube. Na ocasião, será divulgada a Carta de Recomendações, produto da oficina Mais meninas e mulheres na ENSP/Fiocruz: construindo caminhos para uma ciência emancipatória, realizada em 2022.
Nenhum comentário para: Imersão no Verão: atividade desperta interesse sobre a ciência em alunas do ensino médio do Rio de Janeiro
Comente essa matéria: