Busca do site
menu

Pesquisador da ENSP afirma que mudanças climáticas, do ponto de vista da SP, devem ser tratadas como emergências climáticas

ícone facebook
Publicado em:27/01/2022

Calor extremo, inundações por chuvas, incêndios devastadores e secas debilitantes estão entre os eventos extremos que, cada vez mais frequentes, têm gerado impactos na saúde das populações, na economia e o no meio ambiente. Em podcast para o blog do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz Antonio Ivo de Carvalho, o pesquisador da ENSP, Carlos Machado, também coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde da Fiocruz (Cepedes), explica como e por que os eventos climáticos se tornam desastres e como podemos reduzir esses impactos no curto, médio e longo prazo. 


De acordo com Carlos, a variabilidade climática faz parte da história do planeta e da humanidade, mas, desde o surgimento da agricultura, essas variações climáticas foram se tornando mais importantes. “A elevação da temperatura observada hoje é algo completamente diferente do que conhecíamos até então. Isso resulta em mudanças muito rápidas e bruscas, podendo ocasionar uma série de desastres”, alertou. 

O aumento da frequência de eventos extremos, como falta de água, excesso de chuvas, furacões e tufões, explica o pesquisador, decorrente das mudanças climáticas, constitui emergências climáticas e pode afetar ainda mais as condições de vida e saúde das populações. A Por isso, as mudanças climáticas do ponto de vista da saúde publica devem ser tratadas como emergência climática. 

Como observa Carlos Machado, a ação direta do homem, e o tipo de sociedade industrial estabelecida têm sido determinantes nas alterações do clima. “Nossa sociedade industrial ainda é absolutamente dependente dos combustíveis fósseis e não quer abrir mão disso, o que resulta em emissões de dióxido de carbono e aumento da variabilidade climática, assim como, a elevação da temperatura do planeta”, destaca. 

Carlos Machado observa, ainda, que há outras possibilidades de geração de energia nas quais é possível apostar. “O Brasil tem potencial enorme para avançar nisso, e avançou muito pouco. Dispõe de energia eólica em abundância, de energia gerada por recursos hídricos, também em abundância, e que poderiam ser largamente utilizadas, além de outras possibilidades”, considera. 

Em situação de emergência climática e seu impacto sobre a saúde, conforme destaca o pesquisador, é preciso pensar em estratégias de prevenção, mitigação e resposta. “Além da mudança da nossa matriz energética, redução de desmatamento e das queimadas”, propõe. “No médio e longo prazo, pensar em estratégias de reconstrução dos nossos modos de vida, nas cidades campos e florestas; pensar em processos de reflorestamento, na mudança da nossa forma de organizar a agricultura intensiva, em reduzir a concentração da população em grandes centros urbanos. Além, dos processos de cuidado com a água, não apenas pela falta d'água, mas pela poluição ambiental e pela falta de saneamento”, conclui.



Fonte: CEE-Fiocruz

Nenhum comentário para: Pesquisador da ENSP afirma que mudanças climáticas, do ponto de vista da SP, devem ser tratadas como emergências climáticas