Artigo retrata vulnerabilidade dos povos indígenas frente às doenças infecciosas

Santos e Coimbra são investigadores ligados ao Grupo de Pesquisa sobre Saúde dos Povos Indígenas da ENSP/Fiocruz e ao Grupo de Trabalho sobre Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Abordando desde os primórdios dos testes da vacina contra o sarampo nos anos 1960, o trabalho analisa e contextualiza narrativas da biomedicina sobre a vulnerabilidade dos povos indígenas frente às doenças infecciosas ao longo de meio século.
O estudo, na interface entre história, antropologia e saúde coletiva, envolveu, inclusive, consulta a arquivos pessoais de pesquisadores no exterior (como textos científicos, cartas pessoais e mesmo pareceres emitidos acerca de artigos, publicados em periódicos como Science, dentre outros). Situa as questões no âmbito dos debates ocorridos durante a ditadura militar, quando um dos argumentos propostos para o futuro dos povos indígenas era a "assimilação".
A Constituição de 1988 deu novos rumos, reconhecendo o direito de permanência dos povos indígenas como sociedades diferenciadas. O texto do artigo principal é seguido por comentários de uma dezena de pesquisadores de diversas partes do mundo. A réplica de Santos, Coimbra & Radin, que começa com uma epígrafe da música “Oração ao Tempo” de Caetano Veloso, chama atenção para o fato de que as discussões sobre epidemias, vulnerabilidade e povos indígenas persistem (“Tempo, tempo, tempo...”). Passados tantos anos, essas debates se reatualizam no atual contexto da pandemia de Covid 19.
O plano é, em breve, publicar uma tradução em português de todo esse material, incluindo debates adicionais com lideranças indígenas.
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