Em artigo, pesquisadores apresentam reflexões e recomendações no contexto da Covid-19
Publicado em:29/04/2020
A Revista Brasileira de Epidemiologia acaba de publicar uma nova edição (Vol.23 – abril 2020) on-line e traz, em seu editorial, reflexões sobre ações necessárias diante da pandemia de coronavírus. O texto O que é urgente e necessário para subsidiar as políticas de enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil? teve a contribuição da pesquisadora da ENSP, do Programa de Computação Científica da Fiocruz (PROCC) e editora-chefe do Cadernos de Saúde Pública, Marília Sá Carvalho. Confira o artigo.
Estabelecer um sistema de informação unificado e ágil, enredar esforços para que sejam padronizadas as definições de casos suspeitos, confirmados e descartados da Covid-19, ampliar substancialmente a capacidade de realização de testes diagnósticos (RT-PCR) de sintomáticos e seus contatos, bem como, em momento oportuno e seguindo a dinâmica da epidemia nas diferentes regiões do país, realizar estudos com o objetivo de estimação da população infectada foram os principais pontos levantados pelos pesquisadores.
Além de Marília, Mauricio Barreto, Aluisio Jardim Dornellas de Barros, Claudia Codeço, Pedro Curi Hallal, Roberto Medronho, Claudio Struchiner, Cesar Victora e Guilherme Loureiro Werneck são autores do editorial. No texto, eles afirmam que estão, assim como muitos outros membros da comunidade de epidemiologistas e da saúde coletiva, e de diversas outras comunidades científicas, atuando diuturnamente no esforço de gerar informações em tempo real sobre o curso e os efeitos da epidemia do novo coronavírus no país. O objetivo é ter informações que possam subsidiar a tomada de decisão de agentes públicos envolvidos no controle da epidemia e da sociedade em geral.
“O insuficiente conhecimento científico sobre o novo coronavírus, sua alta velocidade de disseminação e capacidade de provocar mortes em populações vulneráveis geram incertezas quanto à escolha das melhores estratégias a serem utilizadas para o enfrentamento da epidemia em diferentes partes do mundo. No Brasil, os desafios que se apresentam são ainda maiores, pois pouco se sabe sobre as características de transmissão da Covid-19 num contexto de grande desigualdade social e demográfica, com populações vivendo em condições precárias de habitação e saneamento, sem acesso constante à água, em situação de aglomeração e com alta prevalência de doenças crônicas”, apontam eles.
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