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Tuberculose é debatida na Escola do Legislativo do Rio de Janeiro

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Publicado em:27/08/2012

O deputado estadual Gilberto Palmares, presidente da Frente Parlamentar de Mobilização e Combate ao HIV e Tuberculose no Estado do RJ, reuniu cerca de 30 pessoas no auditório da Escola do Legislativo no dia 15 de agosto com o objetivo de debater e avaliar as políticas públicas e os indicadores de tuberculose no estado. Participaram da mesa de debates a coordenadora geral do Cedaps (Fórum ONG TB/RJ), Wanda Guimarães; a gerente do Programa de Controle à Tuberculose (SES), Ana Alice Teixeira; a pesquisadora do Centro de Referência Hélio Fraga, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Margareth Dalcolmo; a superintendente de Segurança Alimentar da SEASDH, Cláudia Regina Fernandes; e o deputado estadual Gilberto Palmares.

Durante o evento, os presentes puderam debater os índices de casos de tuberculose no estado, além de medidas que podem ser tomadas para a redução dos números. “Como médica, e também pelo ponto de vista social, existem algumas considerações que devem ser feitas: o número de infectados não está aumentando no país. Ele está diminuindo, só que de uma forma muito lenta”, revelou Margareth, que ainda frisou que o tratamento deve ser mais humanizado.

Apesar da redução do número de contágio, o Estado do Rio de Janeiro é um dos que mais apresentam casos da doença. Os fatores socioeconômicos e demográficos têm importante papel na disseminação da tuberculose. Ana Alice Teixeira, da Secretaria Estadual de Saúde, alerta: “A nossa densidade demográfica facilita a transmissão da doença. Enquanto nossa população passar horas e horas trabalhando, sem poder ir a um posto de saúde porque tem medo de perder emprego, enquanto os trabalhadores passarem grande tempo dentro do transporte público e, no fim, não tiverem condições para se tratar, a situação só vai piorar”.

O debate também levantou a questão da participação de todos os setores da sociedade, não somente os de saúde. “É preciso mobilizar outros gestores e contar com a ajuda de todos os setores na luta pelo controle da tuberculose”, disse Gilberto Palmares.

Números da tuberculose

Pesquisas revelam que, de 2000 a 2010, a taxa de incidência passou de 91,2 para 70,7 casos por 100 mil habitantes. Em 2004, o Estado do Rio de Janeiro apresentava menos de 20% dos seus casos, com resultado do tratamento conhecido. Em 2009, o estado contabilizou 14.534 casos notificados, sendo 5.924 novos. A taxa de cura dos casos de tuberculose no estado foi de 69,2%, e o abandono foi de 15,8%. Em 2010, o número de casos notificados caiu para 14.302. Desses, 5.881 foram novos casos, com 61% de cura e 12,8% de abandono de tratamento. De acordo com o último boletim, o Estado do Rio de Janeiro tem taxa de incidência da doença de 70,7/100 mil habitantes.

No estado, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro é a responsável pela grande maioria dos casos de tuberculose, registrando o total de casos notificados de 11.113 e incidência de 87,1/100 mil habitantes. Isso ocorre por causa da grande densidade demográfica da região, de 5.269,20 habitantes/km², de acordo com o censo demográfico de 2010.

Estudos mostram que o número de pessoas infectadas está, em sua maior parte, na população de rua, carcerária, indígenas e portadores de HIV/Aids. Apesar da redução de 3,54% em 2011, a doença ainda é a quarta causa de mortes no país. As regiões mais carentes são as que mais apresentam casos de infecção. Muitas casas populares não têm ventilação adequada, saneamento básico para a saúde dos moradores, e muitas comunidades estão longe da rota dos postos de saúde e hospitais, impossibilitando que o trabalhador, que vive com um salário mínimo, se desloque para os locais que oferecem tratamento para a tuberculose.

O Cedaps trabalha assessorando associações de base comunitária e apoiando no planejamento e instrumentalização para ações comunitárias nas áreas de maior vulnerabilidade do Rio sobre DST/Aids, tuberculose e outras doenças. “Nossos esforços têm que chegar às comunidades. A população mais pobre não consegue ter acesso adequado ao tratamento, e isso é um fato alarmante. O país pode ter medicamento suficiente para tratar todos os nossos doentes, além de hospitais, mas também há a dificuldade de acesso ao ‘Bolsa Família’, ao ‘Aluguel Social’, ao Vale Transporte para deslocamento até o tratamento. Essas são políticas que precisam avançar muito. A gente sabe que existe, mas nem todo mundo tem acesso”, encerrou Wanda.

Fonte: Target Assessoria de Comunicação
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