Câncer do colo do útero, saúde bucal e taxas de cesariana são destaques de agosto em CSP
Por Clara Rosa Guimarães, jornalista de CSP
O Editorial de agosto em CSP, assinado pelo Editor Associado Arn Migowski, reflete sobre os limites do modelo atual de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil e aponta caminhos para uma transformação necessária. Dialogando com artigo deste número, o Editor Associado questiona por que, mesmo após décadas de programa, seu impacto segue aquém do desejado. “Portanto, a chave para uma mudança efetiva está na transformação do modelo organizacional do programa”, afirma Migowski.
O artigo que originou o Editorial analisa a cobertura de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil entre 2021 e 2023, com base em dados do SISCAN. Os resultados reforçam a necessidade de aprimorar os indicadores utilizados para monitorar o programa. Ao apontar disparidades regionais e simular cenários de maior eficiência, o estudo fornece subsídios importantes para gestores e formuladores de políticas públicas que buscam ampliar a cobertura do rastreamento e reduzir a incidência e mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil.
A edição também apresenta o artigo Evolução das desigualdades socioeconômicas em saúde bucal e utilização de serviços odontológicos na população adulta brasileira entre 2013 e 2019, que evidencia avanços no acesso a produtos de higiene e cuidados odontológicos, mas ressalta a persistência das desigualdades, sobretudo na dentição funcional e no uso de serviços preventivos.
Outro estudo, Entre normas e práticas: implementação e repercussões regionais de mudanças nas políticas de atenção primária à saúde no Brasil, analisa experiências no Rio de Janeiro e no Paraná entre 2017 e 2022. A pesquisa destaca convergência na valorização da Estratégia Saúde da Família, mas também aponta diferenças regionais no processo de trabalho, organização das equipes e cobertura assistencial.
O fascículo traz ainda a investigação Tendências temporais recentes das taxas de cesariana no Brasil segundo o sistema de classificação de Robson. Com base em mais de 25 milhões de nascimentos registrados entre 2014 e 2022, o estudo revela um excesso de cesarianas, especialmente em grupos de baixo risco obstétrico, e reforça a importância de políticas voltadas para reduzir o uso desnecessário do procedimento.
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