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Observatório reúne dados sobre mortes evitáveis de crianças

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Publicado em:05/05/2022

Duas em cada três mortes de bebês de até 1 ano poderiam ser evitadas no Brasil com ações como vacinação, amamentação e acesso à atenção básica de saúde. O país registra, nessa faixa etária, mais de 20 mil óbitos anuais por causas evitáveis, como diarreia e pneumonia, e vê aumentar o risco à saúde das crianças com a queda da cobertura vacinal. Os dados são do Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância, que reúne pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates. 

A partir do cruzamento de grandes bases de dados próprias e dos sistemas de informação nacionais, o Observa Infância identifica as causas de mortes evitáveis entre crianças menores de 5 anos. “Nosso trabalho é perguntar a essas bases aquilo que a sociedade não pode ignorar: o que mata as nossas crianças? O que podemos fazer para evitar essas mortes?”, conta Patricia Boccolini, pesquisadora do Observa Infância vinculada ao Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (Nippis), uma cooperação entre a Fiocruz e a Unifase.

Patricia investiga os fatores que podem gerar impacto na cobertura vacinal, como o acesso à atenção básica à saúde e  programas de proteção social, como o Bolsa Família. “A partir de grandes bases de dados nacionais, nós olhamos para cada um dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros. O que percebemos é que existe muita desigualdade em relação à cobertura vacinal. E essa desigualdade está relacionada, principalmente, com o acesso à atenção básica. Onde a atenção básica não chega, a queda da cobertura vacinal é mais acentuada”, observa a pesquisadora.

“Mais da metade dos bebês mortos por ano poderiam ter sido salvos por um pré-natal adequado e uma boa atenção das gestantes no pós parto”, complementa Cristiano Boccolini, pesquisador do Observa Infância que atua no Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Ele destaca que o aleitamento materno tem relação direta com a prevenção de grande parte dos óbitos infantis e que é necessário fortalecer políticas públicas para promover a amamentação na primeira hora de vida e o aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses.

“Um desafio nesse sentido é a regulação do marketing de produtos que concorrem com o aleitamento materno, como fórmulas artificiais, chupetas e mamadeiras. Em alguns países, 8 em cada 10 mulheres que viram conteúdo promocional desses produtos tiveram acesso a essas publicidades na internet”, alerta Cristiano, que destaca que o alcance dessas publicações é três vezes maior que o de posts informativos sobre amamentação.

“Esse tipo de marketing escapa da regulação, porque não trabalha exatamente com anúncios. São influenciadores digitais, grupos de mães e bebês, promoções personalizadas. Por isso, precisamos de novas formas de regulação e monitoramento do marketing de produtos que concorrem com o aleitamento materno”, aponta Cristiano.

Clique aqui e leia a matéria na íntegra. 

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

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