Retomada do mestrado profissional e compromisso contra tuberculose marcam 40 anos do Hélio Fraga
Por Bruna Abinara e João Guilherme Tuasco*
A solenidade teve ainda a participação do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, do chefe do Hélio Fraga, Paulo Victor Viana, da coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Tânia Fonseca, e de autoridades da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), além da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) e do Observatório de Tuberculose Brasil. Os convidados enfatizaram a capacidade técnica do Centro e a articulação com a sociedade e o governo.
O presidente da Fiocruz também manifestou apoio à ministra em seu discurso ao afirmar que há um “esforço arquitetado” contra Nísia. Ao falar sobre as ações pelo fim da tuberculose, Mario Moreira destacou que a capacidade técnica da Fiocruz é fundamental para a erradicação da doença, além da garantia dos direitos constitucionais e reafirmou o compromisso da instituição. “A Fundação Oswaldo Cruz produz ciência, pesquisando os impactos sociais, as questões científicas relacionadas à doença e às pessoas acometidas. Nós desenvolvemos e inovamos no campo do diagnóstico, dos medicamentos e, recentemente, no das vacinas. Todas as áreas estão engajadas nesse processo”, afirmou.
Já Tânia Mara Fonseca lembrou que, para ampliar as pesquisas contra a tuberculose, a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz investiu R$ 8 milhões nos laboratórios do Hélio Fraga nos últimos anos. Ela celebrou os resultados do investimento. "Foram inúmeras reuniões, incontáveis estresses e, hoje, é com muito prazer que a gente vem saudar esse momento, porque o Hélio Fraga não só se habilitou, como continuou como referência nacional. Hoje, ele se senta à mesa da Opas/OMS com o peso da sua história, mas também com capacidade de ser polo, de trazer os grupos para treinamentos, de usar as instalações do laboratório, de servir de referência de fato como um modelo de NB3 [Nível de Biossegurança 3]".
A importância da participação dos movimentos sociais também foi o tema da fala do representante do Observatório de Tuberculose Brasil, Carlos Basília. "Uma das características do movimento social é que o tempo passa, mas a sociedade civil continua registrando, monitorando e fazendo parte dessa história”, declarou. Em seguida, o representante da Organização Pan-americana de Saúde (Opas/OMS), Kleydson Andrade, abordou a carga social da doença: 73% dos pacientes de tuberculose drogarresistente sofrem com a perda de 20% ou mais da renda devido ao adoecimento. Com isso, o custo do deslocamento pode ser um obstáculo ao tratamento. O tema foi detalhado na palestra apresentada em seguida no simpósio. Segundo Andrade, projetos como o Ambulatório Itinerante, que leva o atendimento até a população, são fundamentais. O representante também declarou que a “Opas/OMS segue de portas abertas para continuar as colaborações com a Fiocruz, com a ENSP e com o CRPHF”.
A representante da Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ), Elisabete Dorighetto, também reforçou a importância da parceria com o Hélio Fraga. Elisabete afirmou que o Centro de Referência tem o papel de resgatar e aprofundar a formação, junto à Secretaria, para capacitar os profissionais de Saúde da Família com um novo olhar.
O evento também contou com a cerimônia de descerramento da placa do jubileu de comemoração dos 40 anos do CRPHF. Os participantes da mesa de abertura receberam a Medalha Hélio Fraga, que reconhece a presença deles neste momento histórico. A pesquisadora e fundadora do Centro, Margareth Dalcolmo, e Rivaldo Venâncio, da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, também foram homenageados.
*Sob supervisão da jornalista Barbara Souza
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