Fiocruz apresenta resultados de pesquisa sobre crack e exclusão social

A atividade será coordenada pelo psicólogo Francisco Netto, membro do Programa Institucional de Álcool, Crack e outras Drogas da Fiocruz e mestre em Saúde Pública pela ENSP, e contará com a participação do psiquiatra e ex-diretor de Articulação e Projetos da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça e Cidadania, Leon Garcia, e de profissionais que atuaram na equipe da pesquisa Crack e Exclusão Social: Roberto Dutra Torres, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), e os sociólogos Brand Arenari e Ricardo Visser, além dos estudantes de graduação da UENF Vanessa Henriques e Filipe Coutinho. Participará também, como debatedora, a médica de Família e Comunidade Valeska Holst Antunes, integrante do projeto Consultório na Rua em Manguinhos.
Disponível on-line, a pesquisa representa parte do esforço articulado entre governo e academia no intuito de aprofundar o debate sobre as pessoas que usam drogas no Brasil e seus contextos de vida. Segundo Leon Garcia, que assina a apresentação do relatório da pesquisa, quando o tema das drogas ganhou destaque no panorama político-midiático brasileiro, em 2010, não foi o álcool a droga que mais impactou a saúde pública e que atraiu as atenções e, sim, o crack, que ocupou o centro do cenário. “Ao uso de crack passou a ser atribuída responsabilidade por crimes violentos e pela suposta degradação moral de parte da juventude brasileira. Jornalistas, lideranças políticas e religiosas não tiveram dificuldade em encontrar especialistas dispostos a corroborar esses e outros mitos, como o que reza que o crack vicia na primeira tragada e mata seus usuários em seis meses. Como se sabe, a primeira vítima das guerras é a verdade. Na assim chamada guerra às drogas, não tem sido diferente”, argumentou Leon.
A pesquisa Crack e Exclusão Social foi estruturada em dois eixos inter-relacionados: a reconstrução das trajetórias de vida dos usuários em diferentes esferas da vida social (família, escola, trabalho, sistema jurídico etc.) e o trabalho de algumas instituições de recuperação dos usuários (CAPSAD e Comunidades Terapêuticas). O relatório está organizado em duas partes, que refletem os eixos mencionados – Classe social e trajetórias de vida e Instituições sociais e trajetórias de vida. Pensada como um conjunto de diagnósticos e propostas, a pesquisa busca oferecer orientações para a formulação de políticas públicas eficazes na área. O estudo aponta que o poder discricionário dos agentes institucionais que controlam o acesso a bens e serviços estatais em contato direto com os indivíduos usuários de crack, torna altamente improvável que as diretrizes e premissas formuladas pelo poder político formal, jurídica e democraticamente constituído, ocupem o primeiro plano enquanto fator estrutural. Os principais resultados da pesquisa serão apresentados no Seminário Crack e Exclusão Social. Participe!
Serviço:
O quê? Seminário Crack e Exclusão Social
Quando? 21 de outubro, sexta-feira, das 9 às 13 horas
Onde? Auditório térreo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz)
Quem pode participar? Aberto a todos os interessados

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