Cesteh 40 anos: Seminário discute desafios atuais do campo produção-trabalho, ambiente e saúde
O terceiro e último dia do seminário "Cesteh Rumo aos 40 Anos de Formação na Ação: Raízes e Sementes" foi marcado por reflexões sobre os desafios contemporâneos da institucionalização das políticas públicas nas áreas de saúde do trabalhador, meio ambiente e organização do SUS. A programação teve início com a mesa 'A institucionalização do campo da saúde, trabalho e ambiente: desafios atuais', moderada por Rita Mattos, coordenadora do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP).
Participaram do debate a pesquisadora titular da ENSP e colaboradora do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, Maria Helena Machado, e o médico pediatra, ex-vereador e ex-deputado estadual pelo PSOL-RJ, Paulo Pinheiro, trazendo diferentes perspectivas sobre o enfrentamento das desigualdades no mundo do trabalho e a construção de políticas públicas mais humanizadas e participativas.
Ao abrir a mesa, Rita Mattos destacou os avanços alcançados nas últimas décadas na área da saúde do trabalhador, mas também reforçou as dificuldades ainda persistentes para articular os movimentos sociais e institucionais em torno de um modelo de gestão do SUS que seja territorializado, participativo e conectado com as reais demandas da sociedade.
+ Leia mais em: bit.ly/ConferenciaLivre5ªCNSTT.
A Conferência Livre, promovida pela Fiocruz e pela Abrasco, será realizada de forma híbrida e constitui uma etapa preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CNSTT). O evento acontecerá das 8h30 às 17h, no auditório da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Na organização da conferência estão envolvidos o próprio Cesteh/ENSP, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), a Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Fiocruz) e o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN). A atividade também conta com a participação de importantes movimentos sociais, como o Movimento Unidos dos Camelôs (MUCA) e a Associação de Cuidadores do Estado do Rio de Janeiro (ACIERJ), entre outros.
Durante a mesa, Rita Mattos propôs duas questões centrais para nortear o debate. A primeira sobre as contradições do SUS no campo da saúde do trabalhador e da trabalhadora, especialmente na interface entre produção, trabalho, ambiente e saúde, e o que essas contradições apontam como possíveis caminhos de mudança. Já a segunda questão refletiu sobre quais dinâmicas e estratégias são necessárias para fortalecer o diálogo com os trabalhadores e movimentos sociais, promovendo transformações institucionais mais humanizadas, com participação ativa e autonomia dos cidadãos e seus coletivos.
A coordenadora relembrou ainda a importância histórica da 8ª Conferência Nacional de Saúde, considerada um marco na consolidação do SUS e na construção da saúde como direito universal. “Foi ali que a sociedade civil, organizada, participou de forma decisiva pela primeira vez. Dali emergiram os princípios que dariam origem ao SUS, como a saúde como dever do Estado, a reformulação do sistema nacional de saúde e a definição do financiamento setorial”, destacou.
“O seminário "Cesteh Rumo aos 40 Anos de Formação na Ação" reafirma, assim, o compromisso da Fiocruz e da ENSP com a formação crítica, a produção de conhecimento e a defesa de um SUS público, universal, equitativo e construído com a participação ativa da sociedade”, destacou Rita Mattos.
Com diferentes trajetórias, os convidados trouxeram contribuições valiosas ao debate. Paulo Pinheiro compartilhou sua experiência na gestão pública e nas lutas sociais em defesa do SUS no Rio de Janeiro, enquanto Maria Helena Machado abordou aspectos relacionados à gestão do trabalho e à valorização dos profissionais de saúde no sistema público.
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Direito à Saúde: como está o acesso aos serviços públicos?
Encerrando o seminário "Cesteh Rumo aos 40 Anos de Formação na Ação: Raízes e Sementes", o último debate teve como foco os direitos à saúde e o acesso da população aos serviços públicos.
A mesa contou com a participação de Allan Rodrigo de Campos Silva, pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp); Eliandra Rosa Fernandes, da Direção Nacional do MST no Espírito Santo; e Alan Brum Pinheiro, coordenador do Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão (CEPEDOCA) e diretor e Co-fundador do Instituto Raízes em Movimento. A mediação foi realizada por Fátima Pivetta, pesquisadora do Cesteh/ENSP.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, também prestigiou o evento que celebrou os 40 anos do Cesteh.
+ Assista ao debate na íntegra no canal da ENSP no YouTube.
Uma animada Roda de Samba encerrou o seminário que celebrou os 40 anos do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP/Fiocruz. A confraternização contou com a participação dos trabalhadores do Cesteh e convidados do evento!
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