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Centro Hélio Fraga da ENSP comemora 30 com novo mestrado profissional

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Publicado em:29/12/2014
Tatiane Vargas

Em comemoração aos 30 anos do Centro de Referência Professor Helio Fraga (CRPHF/ENSP) foi realizada, no dia 17 de dezembro, a aula inaugural do mestrado profissional em Epidemiologia e Controle da Tuberculose, desenvolvido por meio de consórcio entre a Escola Nacional de Saúde Pública, a Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz e o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz Pernambuco). A atividade contou com a participação do professor titular do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) Maurício Barreto, que avaliou o controle da tuberculose no século XXI, as novas tecnologias e riscos inerentes à doença, além citar a relação dos determinantes sociais da saúde no processo saúde-doença. Na ocasião, foi descerrada uma placa em homenagem aos 30 anos de história do Hélio Fraga, criado em 1984 pela Campanha Nacional contra a Tuberculose.

Centro Hélio Fraga da ENSP comemora 30 com novo mestrado profissional

Em 2008, por determinação do Ministério da Saúde, o Centro de Referência, que já se destacava como órgão de apoio às ações nacionais em saúde pública, passou a compor a estrutura da ENSP/Fiocruz. Este ano o CRPHF recebeu, em conjunto com o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), o seu primeiro curso de mestrado profissional, cujo objetivo é formar gestores e profissionais de saúde para o fomento de pesquisa, ensino e desenvolvimento tecnológico no que diz respeito à vigilância e controle da tuberculose, além de outras micobacterioses de interesse sanitário.

A solenidade comemorativa contou com a presença do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, da Vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fundação, Nísia Trindade, do diretor da ENSP, Hermano Castro, do chefe do Hélio Fraga, Otávio Porto e do pesquisador do Centro, Miguel Aiub Hijjar, além da participações dos coordenadores do curso, Paulo Basta, pela ENSP e Fátima Militão, pelo Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães. O mestrado profissional é coordenado pelos pesquisadores Paulo Basta (ENSP), Jesus Pais Ramos (ENSP), Fátima Militão (CPqAM) e Haiana Charifker Schindler (CPqAM).

Durante a solenidade, Paulo Basta destacou sua enorme satisfação em coordenar uma iniciativa considerada pioneira, pois se trata da primeira turma de mestrado profissional do país que irá se dedicar integralmente ao estudo da tuberculose. A tuberculose é umas das mais antigas doenças das quais se tem notícia na história da humanidade e que em pleno século XXI permanece desafiando as autoridades de saúde de diversas parte do mundo, sobretudo pelo registro crescente das taxas de abandono do tratamento; pela emergência de formas resistentes as drogas; pela expansão da coinfecção com o HIV e mais recentemente pela associação ao diabetes; e pela concentração de casos em grupos vulneráveis da população, como pessoas em situação de rua, imigrantes, pessoas privadas de liberdade, populações indígenas e profissionais de saúde. “Por essas razões nós entendemos que a iniciativa do mestrado profissional é muito oportuna e de extrema relevância para a saúde pública nacional. Mais uma vez nossa instituição sai na vanguarda no que diz respeito a produção de conhecimento em tuberculose e coloca a Fiocruz em posição de protagonismo no cenário nacional”, destacou o coordenador.

Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz citou que a realização da atividade possui múltiplas dimensões diretamente ligadas ao desenvolvimento institucional, ao processo de formação e a aproximação das relações entre a Fundação e a sociedade. O presidente destacou ainda a importância de se pensar a função do profissional de saúde pública e o processo de atuação muito mais intenso ao longos das décadas no campo da tuberculose. “A cada momento o vigor das instituições significa elas estarem reencontrando aquilo que dá o seu sentido não só local, mas o sentido mais amplo de grandes projetos da sociedade, da nação. Esse desafio foi vivido de uma maneira gloriosa em alguns momentos, em outros de uma maneira muito sofrida, pelo Hélio Fraga ao longo desses 30 anos. Com o início desse mestrado profissional temos mais um processo de desenvolvimento estratégico na instituição, por meio da pós-graduação”, afirmou Gadelha.

O diretor da ENSP, Hermano Castro, que possui formação em pneumologia, ressaltou a importância de formar quadros para enfrentar um dos maiores desafios do século XXI: erradicar a doença, não apenas controlá-la, mas erradicar uma doença que já não existe mais em alguns países. Segundo Hermano existem enfrentamentos para tuberculose que não estão apenas no escopo da saúde. “Embora as ações de saúde sejam fundamentais é importante entender as enormes variáveis que temos na sociedade, principalmente no campo da determinação do processo saúde-doença. Os enfrentamentos da redução da tuberculose no país vem sendo seguidos de ações de saúde, mas também da melhoria das condições de vida da nossa população, talvez esse seja o principal mecanismo para enfrentar o problema da tuberculose em nosso país. A TB é uma doença da antiguidade, mas também muito contemporânea, pois ela é sensível a acontecimentos da contemporaneidade”, alertou.

A Vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade, declarou sua satisfação em comemorar o trigésimo aniversário do Hélio Fraga com uma atividade tão importante e desafiadora e ressaltou que essa iniciativa está dentro de uma visão sobre como a Fiocruz se coloca não apenas em relação as doenças negligenciadas, mas também a populações e questões de saúde pública negligenciadas. Nísia explicou que o mestrado possui uma construção compartilhada, que não é fácil, pois muitos desafios e tensões se colocam quando se tem como meta uma construção coletiva em torno de uma doença de investigações, e, principalmente, no caso de um mestrado profissional, da relação da academia com os serviços, pois essa é a marca dos mestrados profissionais. A vice-presidente citou também que é preciso de uma perspectiva ampla para pensar a tuberculose, que venha do campo da epidemiologia, das ciências sociais e das políticas públicas. “Ter uma perspectiva histórica é muito importante. Ver a tuberculose como ela está colocada hoje nos apresenta desafios que não são menores”, ponderou Nísia.

Confira, no Canal da ENSP no Youtube ou nos links abaixo, as considerações de todos os presentes na cerimônia de abertura do mestrado profissional:

Paulo Gadelha

Nísia Trindade

Hermano Castro

Paulo Basta

Fátima Militão

Miguel Aiub Hijjar

Otávio Porto


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