Divulga ENSP: Conheça a pesquisa realizada com as quebradeiras de coco babaçu

A melhoria do autocuidado, da saúde e da qualidade do trabalho das quebradeiras de coco babaçu

Para ajudar esse movimento de trabalho extrativista composto de mulheres, pesquisadoras da Fiocruz desenvolveram um projeto para auxiliar no trabalho e na vida dessas quebradeiras de coco babaçu. Ação Educativa Integradora das Quebradeiras do Coco Babaçu do Maranhão dirigida à Formação, ao Fortalecimento da Cadeia de Valor e ao Autocuidado da Saúde é uma pesquisa com financiamento do Edital Inova Fiocruz - Geração de Conhecimento, coordenada pela pesquisadora da ENSP Liliane Teixeira. Trata-se de um estudo cujo resultado, gerou vários outros produtos para beneficiar o trabalho dessas mulheres.
Um dos objetivos da pesquisa foi identificar e analisar as características de vida e trabalho das quebradeiras de coco babaçu, o que gerou o conhecimento do histórico organizacional, perfil socioeconômico, condições de vida e de trabalho das quebradeiras e sua rede de apoio. Esses resultados geraram um novo produto, a Tese de Doutorado de Scheila Regina Gomes Alves Vale, do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP, intitulada “Intervenção Ergonômica nas Situações de Trabalho de Quebradeiras de Coco Babaçu no Estado do Maranhão do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente” que avaliou o trabalho de 275 quebradeiras de coco babaçu, no município de Itapecuru-Mirim/MA por intermédio da Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
Dai, surgiu uma ferramenta de trabalho que auxilia muito na vida e na saúde dessas mulheres, a criação da mesa de quebrar coco babaçu — em processo de patente — que auxilia essas mulheres no alívio de dores causados pela postura na hora de quebrar o coco. O desenvolvimento da mesa foi uma parceria com o Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, com a contribuição do pesquisador Luiz Ricardo Moreira (Coppe/UFRJ). Além disso, outra parceria foi iniciada. Visando melhorar cada vez mais as queixas de dores relatadas pelas quebradeiras, a fisioterapeuta e especialista Carolina Olyntho, da Coordenação da Saúde do Trabalhador/Fiocruz, utilizou o método McKenzie de Diagnóstico e Terapia Mecânica (MDT), utilizado em casos de dor de origem musculoesquelética que podem ser resolvidos pelo próprio indivíduo. Para ensinar essas mulheres, a fisioterapeuta enviou vídeo com cinco exercícios para que elas possam praticar em minutos de pausa do trabalho.
A implementação das ações de fortalecimento da identidade coletivas das quebradeiras de coco babaçu foi outro objetivo da pesquisa e também gerou outro produto, uma identidade coletiva mais fortalecida, o que tornou algumas quebradeiras capazes de ocupar espaços políticos para lutar pela garantia de direitos e a sobrevivência da cultura tradicional extrativista na área de abrangência do projeto. “Mulheres quebradeiras, resistência nos babaçuais” é uma frente parlamentar em defesa da agricultura familiar e reforma agrária no Maranhão que conta com o apoio a participação dessas quebradeiras.
Mas, o processo continua! O projeto é válido até o final do ano de 2020 e, até lá, a busca por ajuda e melhorias no trabalho dessas mulheres resistentes continuam.
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1 comentáriosGINA TORRES REGO MONTEIRO
10/10/2020 22:50
Parabéns Scheila por sua trajetória de vida e por seu trabalho de doutorado que favoreceu essas mulheres valentes!
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