Busca do site
menu

Abrascão 2022: mesa aborda desafios e lições do SUS no enfrentamento da pandemia de Covid-19

ícone facebook
Publicado em:24/11/2022
Por Tatiane Vargas

A pesquisadora da ENSP, Margareth Portela, uma das responsáveis pelo monitoramento do Observatório Covid-19: Informação para a ação, participou na manhã de terça-feira, 22 de novembro, da mesa redonda “O SUS no enfretamento da pandemia: desafios e lições”, durante o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2022). Portela falou sobre a situação dos leitos hospitalares durante a pandemia, fazendo um panorama desde o surgimento do primeiro caso da doença no Brasil.


Segundo a pesquisadora, o primeiro caso de Covid-19 no país foi notificado em 26 de fevereiro de 2020. A partir daí, entre março e abril do mesmo ano, houve um crescimento importante da doença, concentrado principalmente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Manaus. “A partir de maio de 2020 a covid-19 se espalhou pelo país, tendo um declínio da curva em outubro de 2020 e novamente alcançando um grande pico em dezembro de 2020”, detalhou. 

Entre março e abril de 2021, de acordo com Portela, houve crescimento no número de mortes, que voltou a cair com a chegada da vacinação. “Com a vacinação começamos a ter diminuição no número de mortes, mas somente depois que a vacinação foi ampliada no país é que voltamos ao padrão mais esperado”. Ainda em 2021, “entre março e maio, houve o maior pico de casos e de óbitos no Brasil. Já em janeiro de 2022, com a vacinação ampliada no país, tivemos pico de casos, mas não de óbitos”, acrescentou ela. 

Desafios da assistência hospitalar

Após apresentar um panorama cronológico da Covid-19 no Brasil, Margareth Portela falou sobre os desafios da assistência hospitalar, principalmente no que se refere a oferta de leitos hospitalares. De acordo com a pesquisadora, com o grande crescimento no número de óbitos (no período descrito acima) o Brasil começou a expandir a capacidade de leitos. Ela citou ainda, a disputa global por equipamentos, dando como exemplo o colapso do sistema de saúde em Manaus, na primeira grande onda da Covid-19.

As desigualdades na distribuição de recursos de saúde e a necessidade de expansão da oferta de leitos, com destaque para a necessidade de leitos de UTI, foram elencados pela docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da ENSP como grandes desafios da assistência hospitalar durante a pandemia de Covid-19. “Os desafios foram inúmeros, mas as repostas também”, reforçou ela.

Margareth abordou ainda as lições aprendidas, salientando que as desigualdades estruturais precisam ser mitigadas de forma sistemática. “Ficou evidente que redes de serviços de saúde bem estruturadas - com mecanismos de regulação efetivos - são fundamentais no enfrentamento de uma crise sanitária". Para ela, o enfrentamento de uma pandemia exige a capacidade do sistema de saúde de expandir e retrair a oferta de serviços.

“O SUS foi responsável por cerca de 75% da cobertura do cuidado hospitalar para a Covid-19. A catástrofe teria sido muito pior sem ele. Mas é necessário reconhecer e enfrentar os problemas na qualidade do cuidado de saúde prestado e lidar com a desigualdade que também marca o acesso a serviços de qualidade”, concluiu a pesquisadora.

A mesa “O SUS no enfretamento da pandemia: desafios e lições” contou também com as apresentações de Maria Cecília Brito, do Conass (GO); Aylene Bousquat, da USP; e Ethel Maciel da Universidade Federal do Espírito Santo.

Seções Relacionadas:
Abrasco 2022

Galeria Relacionada:
Nenhum comentário para: Abrascão 2022: mesa aborda desafios e lições do SUS no enfrentamento da pandemia de Covid-19