Rede de Informações sobre a exposição aos Agentes da SARS-Cov-2 libera terceiro informe destinado aos trabalhadores rurais
Trabalhadores da área rural é o enfoque do terceiro informe da Rede de Informações sobre a exposição aos Agentes da SARS-Cov-2. O documento traz orientações conjuntas do CDC e do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, entidades que fornecem modelos de ação para a proteção desses trabalhadores, já que, na agricultura, os principais desafios para a redução da Covid-19 são as habitações e os transportes compartilhados pelos profissionais rurais.
O texto alerta que, até o momento, não há evidências de que animais, plantações ou produtos manuseados por trabalhadores sejam fontes de infecções da Covid-19, mas o contato próximo com colegas de trabalho pode contribuir para o espalhamento da doença nessa classe. Para evitar essas contaminações, o texto destaca pontos como a gerência do setor agrícola para avaliar o surgimento de possíveis casos e as orientações de prevenção e controle, que devem considerar a habitação dos trabalhadores, dentre outros.
Além disso, o documento lista a hierarquização de controle como algo importante para a contenção do vírus. Ela é composta da eliminação e substituição do perigo, controle de engenharia, do administrativo e EPI. O informe explica, de forma detalhada, cada uma delas, utilizando texto, imagem explicativa, além de salientar o grau de importância de cada componente na pirâmide.
Os riscos para a exposição dos trabalhadores agrícolas
O informativo expõem os três principais riscos que podem levar os trabalhadores do setor agrícola à exposição ao vírus. O distanciamento entre eles, a duração do contato, já que, segundo o documento, eles passam muito tempo próximos, seja na área de trabalho ou em outros ambientes, e o tipo de contato, qu,e devido à proximidade, podem ser contaminados por gotículas de espirros ou tosse de agricultores contaminados.
Ademais, o texto traz outros fatores que podem aumentar o risco pra alguns trabalhadores, como a divisão de alojamentos, a vivência em comunidades, a mobilidade da força de trabalho, dentre outros.
Para diminuir ou controlar os números de infectados pela Covid-19, o documento enfatiza sobre a criação de um plano de avaliação e controle que reflita uma região de trabalho específica, o espaço de local do trabalho dentre outros recursos da fazenda onde esses trabalhadores atuam, além de dicas de triagem e monitoramento dos trabalhadores.
Gerenciamento para trabalhadores já infectados
Separar, imediatamente, os trabalhadores do restante do grupo e enviar para o isolamento social, longe dos demais, é a principal recomendação do Informe para pessoas que apresentem o sintoma da doença, ficando longe, inclusive, dos animais, já que, segundo o informativo, não se sabe ao certo quais animais podem transmitir a doença.
Receber informações de cuidados médicos, serviços da atenção primária, além fornecer material de EPI para os trabalhadores que gerenciam os possíveis contaminados devem ser algumas das práticas do gerenciamento, que são listadas no documento para evitar novas infecções. Para o retorno ao trabalho dos trabalhadores contaminados pela Covid, o informe ainda mostra orientações que devem ser seguidas para esse funcionário.
O documento traz ainda, de forma bem detalhada, como deve ser elaborado o plano de controle pelos empregadores para proteger a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, permeando pelas formas de higienização até as formas de utilização dos equipamentos de proteção individual.
Acesse o documento aqui
Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-COV-2
A Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-COV-2 surgiu devido à crescente demanda dos trabalhadores por informações, para orientar os planos de contingência e protocolos por local de trabalho e ramos produtivos, conhecendo, assim, as condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores dos serviços essenciais que estão atuando não apenas junto a pacientes, como também à população potencialmente infectada pelo SARS-CoV-2, para subsidiar ações de mitigação dos riscos à saúde.
A rede utiliza dados, informações, conhecimento e comunicação para produzir os documentos que servirão de base para esses trabalhadores. A rede é constituída pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), incluindo o Centro de Estudos e Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz), a Plataforma Renast On-line - Fiocruz Brasília, a Universidade Federal da Paraiba e o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e Ambientes de Trabalho (Diesat).
Instituições internacionais também estão na articulação feita pela rede para dinamizar o trabalho e cooperar com o desenvolvimento das metodologias do projeto, com base em três áreas do conhecimento, ciência da computação — pela The University of British Columbia, epidemiologia ocupacional — pela Fondazione IRCCS Ca' Granda Ospedale Maggiore Policlinico e ação coletiva — pela Universidad Nacional de Colombia.
O Informe ENSP acompanhará as ações com a divulgação dos documentos e as denúncias feitas pelos trabalhadores.
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