Fiocruz lamenta a morte de Amâncio Ikõ Munduruku
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Amâncio vinha apoiando, em nome da Associação Indígena Pahihi'p, o trabalho de campo de uma equipe multidisciplinar coordenada pelos pesquisadores da ENSP Marcelo Firpo, Paulo Basta e Sandra Hacon, desde o segundo semestre de 2019. Os pesquisadores desenvolvem pesquisas sobre os impactos socioambientais e a saúde do garimpo de ouro na região, e o convívio com Amâncio, por seus conhecimentos e sabedoria, vinha sendo fundamental para o diálogo intercultural com o povo Munduruku.
Os Munduruku, assim como os Yanomami e outras etnias, têm sofrido com o garimpo em suas terras. Com a pandemia de Covid-19, tais atividades intensificam os riscos de contaminação e aumentam a vulnerabilidade dos povos atingidos. Somente nos últimos dias, quatro outros Munduruku faleceram em função do novo coronavírus: Vicente Saw (71 anos), Jerônimo Manhuary (86 anos), Angélico Yori (76 anos) e Raimundo Dace (70 anos). A perda representa um importante impacto sobre a cultura e a luta dos Munduruku, pois mais do que lideranças, eles eram guardiões da memória e das tradições de seu povo.
A Fiocruz expressa sua solidariedade à família de Amâncio, ao povo Munduruku e a todos os povos indígenas nesse grave momento de pandemia e assume o seu compromisso em defesa da saúde de todos os brasileiros.
Assista abaixo, vídeo, tributo do Núcleo Ecologías, Epistemiologias e Promoção Emancipatória da Saude (Neepes/ENSP/Fiocruz) ao Amâncio Ikon Munduruku, a todo povo Munduruku e a todos os povos indígenas que continuam a morrer pelo descaso e violência, mas mesmo assim ainda lutam pela vida e por dias melhores. Em 2 de junho de 2020 Amâncio faleceu vítima de Covid-19.
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