Na ENSP, seminário sobre vigilância dos expostos ao amianto é marcado por homenagens
No dia 8 de abril, um dia após o Dia Mundial da Saúde, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) deram início ao IV Seminário Internacional sobre Vigilância dos Expostos ao Amianto: Saúde, Trabalho e Meio Ambiente. O ponto alto do 1º dia de evento foi a homenagem aos percursos da luta antiamianto no Brasil, prestada pelo deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ), autor da Lei estadual 357/01 de desamiantagem - a primeira no Brasil. Fernanda Giannsi recebeu a Medalha Tiradentes, da Alerj, por ser uma das mais importantes e atuantes ativistas na luta pelo banimento do amianto no Brasil e no mundo. Fernanda é umas das fundadoras da Abrea. O pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) Hermano Albuquerque de Castro, ex-Vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) e ex-Diretor da ENSP, recebeu a Moção de Congratulações e Louvor pelos relevantes serviços prestados à saúde, com ênfase na saúde do trabalhador e na luta antiamianto no Brasil e no mundo.
As ex-diretoras da Abrea Rosa Amélia Alves de Araújo e Ruth Maria Nascimento, foram homenageadas postumamente pela Alerj com o prêmio Anna Nery de Saúde. Vítimas da asbestose, doença causada pela inalação do pó de amianto, elas lutaram até o fim pela causa do banimento, diagnóstico, tratamento e reparação aos contaminados.
Foram homenageados também com prêmio Anna Nery de Saúde Maria Lúcia Nascimento do Carmo da Abrea, Eliézer João de Souza, presidente da Abrea desde 1998 e incansável aos seus 80 anos na luta pelo banimento do amianto no Brasil e no mundo. Foi trabalhador da indústria de amianto em Osasco, onde se contaminou por asbestose. Outra homenageada foi Vanda D`Acri, co-fundadora da Abrea-RJ, professora e pesquisadora titular da ENSP/Fiocruz.
As homenagens aconteceram logo após a mesa de abertura do evento, formada pelo diretor da ENSP/Fiocruz, Marco Menezes, pela Vice-Procuradora-Chefe do MPT-RJ Isabela Maul, pelo Coordenador-Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (MS), Luís Leão e pelo Presidente da Abrea, Eliézer João de Souza.
“É com senso de responsabilidade e compromisso que dou início à abertura deste seminário, que representa um marco histórico na construção da pauta saúde-trabalho-ambiente, agora em sua 4ª edição. Realizá-lo um dia após o Dia Mundial da Saúde reforça a relevância desse debate para o Brasil e para o mundo. Estamos falando da luta pelo banimento do amianto, da defesa da vida, da democracia, do compromisso com a formulação de políticas públicas e com o fortalecimento do SUS. Banir o amianto é uma urgência! A reparação histórica às vítimas e o desenvolvimento de pesquisas sanitárias articuladas aos movimentos sociais são diferenciais que marcam a atuação da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Este evento tem como objetivo dar continuidade às ações e aos debates sobre os riscos associados à exposição ao amianto — reconhecidamente cancerígeno — tanto nos ambientes de trabalho quanto no meio ambiente. Serão definidas estratégias para a vigilância, diagnóstico, tratamento, registro e compensação das vítimas desse mineral, além da apresentação de experiências de desamiantagem”, declarou Marco Menezes, diretor da ENSP/Fiocruz.
O evento reuniu técnicos, lideranças das associações de vítimas, trabalhadores, membros da Abrea/RJ, membros do MPT e do MPF, peritos do MPT. Além de participantes internacionais como Drexel Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, Fundação Colombiana Livre de Amianto (FundClas), Instituto de Pesquisa de Doenças de Amianto e Poeira – ADDRI, Austrália Instituto Superior de Saúde, Roma, Itália – ISS Instituto Superior Técnico- Universidade de Lisboa- IST Macquarie, Universidade de Sidney- Australia, SOS Amianto - Portugal, Universidade do Piemonte Oriental "Amedeo Avogadro" – UNIPMN, Itália. O encontro contou também com representantes da Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT/SVSA), Ministério da Saúde Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (DVAST/SESAB/BA), Divisão de Saúde do Trabalhador, Centro de Vigilância Sanitária, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (DVST/SES/SP), Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Grupo de Estudos em Meio Ambiente, Trabalho e Sustentabilidade - GP Metas (UFSC/CNPQ), Hospital de Câncer de Barretos, Fundação PIO XII Instituto Nacional do Câncer (INCA), Ministério Público Federa (MPF) Ministério Público do Trabalho (MPT), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade de São Paulo – Faculdade de Medicina (UFMUSP).
Ainda na manhã do primeiro dia de evento, foi realizado debate sobre os seguintes temas: “SUS: as ações de vigilância (DATAMIANTO) e os sistemas de registro (SINAN, SIM)”; “Experiências Nacionais na Vigilância dos Expostos ao Amianto”; e “Experiências Internacionais na Vigilância dos Expostos ao Amianto”.
Nenhum comentário para: Na ENSP, seminário sobre vigilância dos expostos ao amianto é marcado por homenagens
Comente essa matéria: