Estudo investiga epidemiologia de 'barbeiros'

De acordo com o artigo intitulado Uma investigação entomoepidemiological da doença de Chagas no Estado do Ceará, região Nordeste do Brasil, desde a descentralização do sistema de saúde brasileiro, as medidas de controle do vetor nativas têm sido da responsabilidade dos governos municipais, que nem sempre têm alcançado os resultados desejados devido a dificuldades operacionais e políticos e falta de recursos financeiros.
“Em regiões onde as espécies de triatomíneos (barbeiros) silvestres são predominantes, o baixo efeito residual de inseticidas, juntamente com a degradação do ambiente natural em torno das cidades facilita a invasão da casa e colonização por triatomíneos de domicílios humanos e anexos”, relata o texto.
O artigo afirma que o foco das campanhas de prevenção atuais são espécies de triatomíneos nativos nos habitats selvagens ou peridomicílio, que estão cada vez mais invadindo ou reinvadindo áreas em regiões endêmicas como conseqüência do desmatamento. Segundo a pesquisa, este fenômeno é característico não apenas do Estado do Ceará, mas também de outros estados da Região Nordeste do Brasil. Nesses estados a ameaça real de transmissão do Trypanosoma cruzi (agente etiológico da Doença de Chagas) vem de outras espécies, como peridomésticas, Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata, Triatoma sordida e Panstrongylus megistus. Portanto, recomenda a pesquisa, são indicadas medidas de vigilância contínua para evitar o agravamento de doença de Chagas na região.
Os participantes diagnosticados com a doença de Chagas receberam orientação no que diz respeito ao tratamento e monitoramento e a Secretaria de Saúde foi notificada dos casos.
O artigo Uma investigação entomoepidemiological da doença de Chagas no Estado do Ceará, região Nordeste do Brasil foi elaborado pelos pesquisadores Carolina Fausto de Souza Coutinho e Neilane Bertoni dos Reis, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Reinaldo Souza-Santos, da ENSP, Natalia Faria Daflon Teixeira, Taís Ferreira Gomes, Marcio Neves Boia, Alexandre de Oliveira Maia, e Marli Maria Lima, do Instituto Oswaldo Cruz; e Ingebourg Georg , do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas. A publicação saiu na revista Cadernos Saúde Pública, volume 30 número 4, de abril de 2014.
(Foto: Acervo CCS/Fiocruz)
(Foto: Acervo CCS/Fiocruz)
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