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América Latina e a diplomacia da saúde na encruzilhada da covid-19, artigo de Paulo Buss

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Publicado em:04/01/2021

Paulo Buss, diretor do Centro de Relações Internacionais da Fiocruz, aponta em artigo que uma tendência crescente no número de novos casos e mortes por Covid-19 tem sido confirmada diariamente desde novembro nas Américas, que são hoje o epicentro da pandemia global. O percurso letal continua na região, que detém mais da metade dos casos e mortes do mundo, com os Estados Unidos e o Brasil ponteando, lamentavelmente, esta triste estatística.

Cerca de 30 milhões de casos e 800 mil mortes foram registrados desde o início da pandemia até 12 de dezembro. Nestes números estão incluídos os 14 milhões de casos e as 500 mil mortes registradas na América Latina. O Brasil está próximo de 200 mil mortes e 8 milhões de casos.

Mas todos estes números, hemisféricos, sub-regionais e nacionais, são seguramente mais elevados, pois a testagem é reduzida e muitas mortes ainda deverão ser confirmadas.

Porque a América Latina vem sendo tão intensamente fustigada pela pandemia? Em primeiro lugar, pela acentuada pobreza na qual vive grande parte da população.

A Cepal estimou que a pobreza, que já vinha em elevação desde 2017, cresceu de 185,5 milhões em 2019 para 230,9 milhões em 2020, um incremento de 45,4 milhões de pessoas. Isto significa que hoje 37,7% da população latino-americana vive em situação de pobreza.

Ademais, a mesma instituição projeta que o coeficiente de Gini se incrementaria entre 1% e 8% e que as maiores economias da região exibiriam os piores resultados.

Além da desigualdade de renda, a pandemia de Covid-19 escancarou também outras dimensões da desigualdade na América Latina: pobres, negros, indígenas, moradores de periferias, favelas, quilombos e aldeias são mais afetados pela enfermidade que os demais.

É muito claro que com a pobreza e a desigualdade cresce também espantosamente a vulnerabilidade da população: quanto mais pobres, mais suscetíveis a adoecer pela Covid-19 e maior fatalidade, isto é, óbitos por casos.

As autoridades sanitárias (e as lideranças nacionais) dos países estão atônitas e muitas vezes perdidas em atuar de forma eficiente para atenuar ou mitigar as consequências sanitárias, sociais e econômicas causadas pela pandemia. No Brasil e, talvez, no México, a situação é ainda mais caótica, com a postura negacionista dos respectivos presidentes e a incompetência escancarada do Ministério da Saúde.

Não obstante, formulam-se muitas propostas de enfrentamento desta situação tão calamitosa, de forma heterogênea, seja nos planos nacionais, seja no regional e nos arranjos sub-regionais de países.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Fonte: Associação Brasileira de Saúde Coletiva
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