Outubro rosa: só 25% das mulheres com recomendação realizam mamografia
Apenas um quarto das mulheres com idade entre 50 e 69 anos realizam exame de rastreamento de câncer de mama no Brasil. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que ao menos 70% das mulheres assintomáticas façam mamografia a fim de reduzir a mortalidade pela doença que mata uma a cada oito mulheres no mundo. As informações alarmantes foram expostas nesta terça-feira (25/10) pela responsável pelo setor de mastologia do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, Viviane Esteves, em evento na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz). Doutora em Saúde da Mulher, a médica participou do workshop Outubro Rosa e a Saúde da Mulher: diagnóstico e prevenção do câncer de mama no dia 25 de outubro. O evento foi promovido pelo Serviço de Gestão do Trabalho (SGT/ENSP).
“Esses dados são pós-pandemia de Covid-19. A gente imaginava que, neste ano de 2022, haveria uma corrida das mulheres para a realização de mamografia, mas o que se viu é que os números ficaram apenas semelhantes aos anteriores à pandemia, o que é muito ruim”, lamentou Viviane Esteves. Outro dado preocupante que a especialista destacou é que 40% das mulheres com a idade indicada realizaram mamografia há mais de três anos no país. Esse e os números são referentes a atendimentos no Sistema Único de Saúde.
A taxa de mortalidade por câncer de mama é de 16% no país. Esse percentual pode ser reduzido tanto com o aumento do rastreio e do diagnóstico precoce quanto pela adoção de hábitos preventivos. “Antigamente a gente falava pouco da importância do habito de vida. Hoje em dia a gente sabe como levar uma vida saudável pode prevenir em até 30% novos casos de câncer de mama. Isso é muito gratificante, porque lá no IFF sempre falamos de prevenção e, agora, a comunidade científica concorda que beber pouco, praticar atividade física, manter peso e alimentação adequados podem sim prevenir o câncer de mama”, afirmou a mastologista Viviane Esteves.
Além da palestra da especialista, o workshop teve uma intensa participação das mulheres presentes. Elas aproveitaram a presença da médica para tirar dúvidas e também compartilhar suas experiências e relatos a respeito das questões de saúde da mulher. Relatos sobre sintomas da menopausa, tipos de exame indicados para cada caso, tratamentos e outros assuntos marcaram a conversa.
“O workshop faz parte do calendário anual de eventos da área de Qualidade de Vida do Serviço de Gestão do Trabalho da ENSP e tem como objetivo oferecer um espaço para debater a questão do câncer de mama e principalmente divulgar informações que possam ajudar as trabalhadoras da instituição no diagnóstico e na prevenção da doença”, explicou Patricia Quintanilha, analista administrativo do SGT.
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