Residência Multiprofissional em Saúde da Família da ENSP/Fiocruz é premiada em Mostra sobre saúde da população negra
A Mostra sobre Boas Práticas de Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) apresentou projetos inovadores. Entre eles, a iniciativa de letramento racial com idosos em Manguinhos, no Centro de Saúde Escola da ENSP, que recebeu premiação.
Os projetos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da ENSP/Fiocruz selecionados na Mostra foram:
"A Academia Carioca e o Resgate da Herança Africana no Rio", de Ian Maria, residente da ENSP, e Ana Cláudia, profissional da Academia Carioca;
"Letramento Racial com Idosos no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/Fiocruz)", iniciativa premiada, de Ian Maria, residente da ENSP, e Carlos Bizarro, psicólogo do CSEGSF;
"Construção Étnico-Racial de Crianças no Programa Saúde na Escola: Oficina de Turbantes e Tranças", dos residentes Ian Maria, Fernanda Ferrini e Tamara Almeida.
Letramento racial transforma a vida de idosos em Manguinhos
Entre as iniciativas premiadas, destacou-se o projeto desenvolvido no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, que promove rodas de conversa sobre raça, identidade e memória com idosos participantes do Programa de Atenção à Saúde do Idoso (PASI).
Com atividades que mesclam música, debates e reflexões sobre ancestralidade, o projeto envolveu cerca de 30 idosos, entre 60 e 89 anos - a maioria negros, moradores de Manguinhos. Dinâmicas com músicas de artistas como Wilson Simonal e Jorge Ben Jor abriram espaço para relatos sobre experiências de racismo. Já a discussão sobre palavras de origem africana (como "axé", "moleque" e "dengo") revelou conexões inesperadas com as histórias pessoais dos participantes.
"Os resultados superaram as expectativas: além de reconhecerem vivências antes silenciadas, muitos participantes passaram a valorizar traços culturais e físicos anteriormente estigmatizados. A iniciativa também despertou o desejo de compartilhar esse conhecimento com familiares, fortalecendo vínculos intergeracionais. De baixo custo e fácil replicação, a metodologia mostrou-se eficaz não apenas para a saúde física, mas também emocional e cultural. A demanda por novos encontros surgiu naturalmente, com pedidos para aprofundar temas como saúde da população negra e religiosidade de matriz africana. A experiência reforça a importância de incorporar o letramento racial às políticas de saúde para idosos no SUS, especialmente em territórios periféricos. Em Manguinhos, os participantes do PASI seguem transformando memórias de dor em narrativas de resistência, provando que valorizar a identidade é um passo essencial para um envelhecimento digno", destacou Ian Maria.
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