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Pesquisadora da ENSP coordena Rede de Pesquisa em Saúde Pública e Sistemas de Saúde dos Brics

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Publicado em:04/07/2025
Por Barbara Souza

Nos dias 6 e 7 de julho, o Rio de Janeiro sediará a 17ª Cúpula dos Brics. Ao presidir o bloco pela quarta vez, o Brasil definiu saúde como tema prioritário para ações de cooperação entre os membros. Uma das frentes nessa área é liderada pela pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) Adelyne Mendes Pereira, que coordena a Rede de Pesquisa em Saúde Pública e Sistemas de Saúde dos Brics, junto com Claudia Hoirisch, pesquisadora do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz). O convite para a coordenação surgiu devido a seu trabalho sobre o enfrentamento desses países à Covid-19, um estudo apoiado pelo Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Aplicado à Saúde Pública da ENSP. “Essa pesquisa cresceu e fomos além do tema da pandemia, produzindo então uma análise abrangente do sistema de saúde de cada país dos Brics”, contou Adelyne.

A pesquisadora discursou na 15ª Reunião de Ministros da Saúde dos Brics, realizada em 17 de junho. “A cooperação em saúde no bloco é estratégica para o enfrentamento das desigualdades no Sul global, pois sistemas de saúde pública robustos podem gerar melhorias sociais e econômicas”, afirmou aos ministros. Adelyne destacou ainda que a Rede de Pesquisa oferecerá três produtos concretos visando o fortalecimento dos sistemas de saúde dos países Brics por meio de cooperação técnica, formação de quadros e pesquisa. 

“Teremos uma cesta de boas práticas que servirá de base para cooperação técnica entre os países. Será como um guia para os ministérios da saúde estabelecerem parcerias. Estamos preocupados em fortalecer esse tipo de integração no atual momento de crise do multilateralismo no mundo”, explicou a pesquisadora ao Informe ENSP. O segundo produto será um livro sobre os sistemas de saúde do bloco feito a partir da narrativa de cada país. “Trata-se de uma importante base material para que os Brics possam se conhecer mais”, comentou. A rede fornecerá ainda um mapeamento de convergências de interesses dos países membros a fim de proporcionar o desenvolvimento de iniciativas conjuntas na produção de pesquisas e na formação de quadros. 

Além do encontro presencial em Brasília, duas reuniões remotas com os países integrantes da Rede foram realizadas este ano. Em abril, os representantes apresentaram um panorama de seus sistemas de saúde e identificaram áreas de interesse comum. A partir dessa troca, foram definidas seis prioridades para a cooperação: atenção primária à saúde; saúde digital e sistemas de informação; desenvolvimento e fornecimento de vacinas e insumos estratégicos; vigilância epidemiológica; envelhecimento e doenças crônicas; e mudanças climáticas. No mês seguinte, os debates se concentraram na governança da cooperação e no intercâmbio de boas práticas. Os membros da rede também foram convidados a desenvolver projetos de pesquisa ou atividades de formação de quadros, considerando os seis assuntos prioritários. A Rede de Pesquisa em Saúde Pública e Sistemas de Saúde dos Brics se reunirá novamente em agosto, de forma virtual. 

Enquanto instituição estratégica do país, a Fiocruz coordena três dos oito temas prioritários destacados na Declaração dos Ministros da Saúde dos Brics, assinada durante a reunião de Brasília. Além do aprofundamento da Rede de Pesquisa em Saúde Pública e Sistemas de Saúde dos Brics, os eixos coordenados pela Fundação são o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas dos Brics e a realização da Conferência de Institutos Nacionais de Saúde dos Brics. Confira um balanço das iniciativas aqui.

O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.

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