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Andrey Cardoso desenvolve ações de saúde indígena e vigilância epidemiológica na Fiocruz MS

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Publicado em:30/05/2025
Por Bruna Abinara 

Durante sua atuação como Professor-Pesquisador Visitante Sênior (PVS) na Fiocruz Mato Grosso do Sul, Andrey Cardoso buscou promover saúde para as populações vulnerabilizadas, em especial, dos povos indígenas. O pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) conclui, este ano, a participação na iniciativa da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), cujo objetivo é diminuir as desigualdades regionais e fortalecer a integração nacional do sistema de ensino, pesquisa e inovação da Fiocruz. 

Além de Andrey, o pesquisador Reinaldo Souza dos Santos encerra seu trabalho como pesquisador visitante na Fiocruz MS neste ano. Já Andrea Sobral, André Perissé e Enirtes Caetano darão início às suas atividades em 2025, com o objetivo de contribuir para a estruturação e o fortalecimento de programas de pós-graduação nos diversos escritórios e unidades regionais da Fiocruz. 

A história de Andrey Cardoso como PVS na Fiocruz Mato Grosso do Sul começou em agosto de 2023. Com o término do primeiro ano de atividades, ele solicitou renovação por mais um ano. "A proposta era de continuidade do projeto inicial, mas com ênfase no desenvolvimento de um Inquérito de Saúde Indígena na etnia Guató", explicou. A proposta foi aceita e Andrey deu início ao segundo ano como pesquisador-professor visitante, que termina em julho.  

O pesquisador considerou que o edital de PVS foi uma excelente experiência por permitir que ele aprofundasse parcerias antigas. Andrey contou que colabora com atividades de ensino e pesquisa na Fiocruz MS desde 2019, quando ministrou duas disciplinas no curso de Doutorado Acadêmico em Epidemiologia, Equidade e Saúde Pública no Mato Grosso do Sul, por meio de uma parceria entre o Escritório e o Programa de Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP/Fiocruz. "O Edital de PVS abriu a oportunidade para aprofundar essas parcerias e desenvolver novas atividades. Minha proposta de atuação foi de cooperar para o fortalecimento da pesquisa em epidemiologia e em saúde de populações vulnerabilizadas, em particular os povos indígenas", afirmou o pesquisador.  

Durante sua atuação, Andrey colaborou com a equipe local e com o professor da ENSP Reinaldo Souza dos Santos, também selecionado como PVS, na construção do primeiro Programa de Pós-Graduação da Fiocruz MS, com a oferta de um Mestrado Profissional em Saúde Única, aprovado recentemente pela CAPES. "Pude conhecer profundamente as atividades de ensino, pesquisa e cooperação desenvolvidas pela Fiocruz MS e seus pesquisadores, e reconhecer a excelência e volume da produção cientifica e técnica naquela instituição", compartilhou.  


Para Andrey, os benefícios trazidos pelo edital de PVS são inúmeros, tanto diretos quanto indiretos. O pesquisador citou o fortalecimento de atividades de ensino, pesquisa e cooperação nas Unidades da Fiocruz, a formação de pessoal, o incremento da produção técnico-científica e o aprimoramento do SUS. Além disso, ele também elencou o estabelecimento de parcerias com outras instituições como forma de criar redes de produção de conhecimento e de capilarização dessa produção, contribuindo para o fortalecimento do SUS no país. 

+ Confira a entrevista completa  

Como foi o trabalho desenvolvido como professor-pesquisador visitante na unidade?   

Tem sido uma excelente experiência. Em 2019, oferecemos um curso de Doutorado Acadêmico em Epidemiologia, Equidade e Saúde Pública no Mato Grosso do Sul, por meio de uma parceria entre a Fiocruz-MS e o Programa de Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Tive a oportunidade de ministrar as disciplinas de Epidemiologia I e II no curso e orientar duas alunas, em coorientação com duas pesquisadoras da Fiocruz-MS e uma pesquisadora da ENSP. Desde então, venho colaborando em atividades de ensino e pesquisa com o Escritório da Fiocruz-MS.  

O Edital de PVS abriu a oportunidade para aprofundar essas parcerias e desenvolver novas atividades. Minha proposta de atuação como PVS foi de cooperar com o Escritório Regional da Fiocruz no Mato Grosso do Sul para fortalecimento da pesquisa em epidemiologia e em saúde de populações vulnerabilizadas, em particular os povos indígenas, e construção coletiva do diagnóstico de demandas regionais e delineamento de proposta de oferta de curso de pós-graduação na área de saúde coletiva orientada pelo diagnóstico participativo das demandas regionais.   

Durante minha atuação, foi possível colaborar com a equipe local e com outro PVS da ENSP, Prof. Reinaldo Souza Santos, na construção da Apresentação de Proposta de Curso Novo (APCN) para a CAPES, relativa ao primeiro Programa de Pós-Graduação da Fiocruz-MS (PPGSU), com a oferta de um Mestrado Profissional em Saúde Única, aprovado recentemente pela CAPES. Nessa atividade, pude conhecer profundamente as atividades de ensino, pesquisa e cooperação desenvolvidas pela Fiocruz-MS e seus pesquisadores, e reconhecer a excelência e volume da produção científica e técnica naquela instituição. Além disso, venho participando ativamente de disciplinas e debates técnico-científicos com alunos e pesquisadores, e contribuindo com antigas e novas pesquisas na área de epidemiologia, vigilância e saúde única, com ênfase na saúde indígena, e na cooperação com municípios do estado.  

Poderia fazer um balanço das ações realizadas até agora? Para os próximos meses, o que ainda deve ser feito?    

Como disse, colaborei na elaboração do projeto de APCN submetido e aprovado pela CAPES, para a primeira oferta de um Mestrado Profissional em Saúde Única, recém aprovada. Além disso, venho colaborando para o fortalecimento do ensino, da pesquisa, da produção científica e da cooperação com o SUS na região, por meio de oferta de disciplinas, oficinas de artigos científicos e debates técnico-científicos no campo da epidemiologia e da saúde indígena; participação em bancas de qualificação e defesa de Mestrado em Saúde da Família (PROFSAÚDE); colaboração na produção de artigos científicos vinculados a pesquisadores e alunos e seus projetos de pesquisa; aprofundamento de pesquisas em andamento e proposição de novas pesquisas na área de saúde indígena, vigilância em saúde e Saúde Única na região de fronteira internacional Brasil-Bolívia e na região de Dourados, bem como na submissão de propostas para agências de fomento à pesquisa nacionais e regionais; e fortalecimento do SUS, por meio de cooperação técnico-científica com o município de Corumbá, onde foi proposto e será realizado o primeiro Inquérito de Saúde Indígena na população Guató.  

A população Guató vive majoritariamente na Terra Indígena Guató, na Ilha Ínsua, localizada a 6 horas de barco de Corumbá, na fronteira Brasil-Bolívia, no bioma Pantanal. Parte da população vive na sede do município de Corumbá, mantendo contato frequente com a população aldeada. Trata-se de uma população que vive em contexto de potenciais ameaças, entre as quais podem ser destacadas a localização do seu território em fronteira internacional com a Bolívia, aumentando a possibilidade de interação com a população e com unidades militares daquele país e a introdução de patógenos circulantes fora do território nacional; a localização do território no bioma pantanal, em contato próximo com uma grande diversidade de fauna, cuja proximidade pode resultar maior contato com vetores e reservatórios animais, resultando em zoonoses; a localização remota e acesso exclusivo hidroviário ou aéreo, o que confere complexidade à logística de atenção à saúde, particularmente à rotina de atenção primária e vigilância à saúde, bem como a remoção de casos de urgência e emergência. Além disso, os Guató residem em um estado com forte produção agrícola mecanizada, podendo estar expostos a um vasto número de substâncias tóxicas no solo, na água e no ar, com potencial nocivo à saúde, como os agrotóxicos. Esses aspectos definem o território Guató como estratégico para as ações de vigilância em saúde na fronteira.  

Quais são os benefícios que a integração entre unidades pode gerar?  

De fato, são inúmeros benefícios, diretos e indiretos, tanto para a unidade visitada, quando para a unidade que visita. Os benefícios são mútuos e de “mão dupla”.   

Os diretos já foram mencionados, como o fortalecimento de atividades ensino, pesquisa e cooperação nas Unidades da Fiocruz fora do Rio de Janeiro, incluindo a formação de pessoal, o incremento da produção técnico-científica e o aprimoramento do SUS.   

Os indiretos (ou intermediários) são inúmeros, como a construção de parcerias de pesquisa e ensino entre pesquisadores de diferentes Unidades da Fiocruz e entre essas Unidades e outras instituições de ensino e pesquisa regionais, como a UFMS, a UCDB, as Secretarias Municipais de Saúde e a Secretaria de Saúde Indígena (no caso do Mato Grosso do Sul), construindo redes de produção de conhecimento e de capilarização dessa produção, contribuindo para o fortalecimento do SUS no país; intercâmbio e interação de professores e pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento e atuação, gerando ações multiprofissionais e transdisciplinares mais amplas, integrais e potencialmente mais eficientes no campo da Saúde Pública; reconhecimento da excelência e integração de pesquisadores regionais em ações da Fiocruz desenvolvidas nas unidades do Rio de Janeiro; e fortalecimento de pesquisas e ampliação da atuação dos Pesquisadores Visitantes em temas e regiões que teriam mais dificuldades de atuar sem a cooperação com as demais Unidades da Fiocruz fora do Rio de Janeiro, entre outras. 

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