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‘The Guardian’ destaca estudos da ENSP/Fiocruz sobre saúde do povo Munduruku

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Publicado em:06/12/2024
Pesquisas desenvolvidas na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) sobre o impacto do garimpo ilegal de ouro na Amazônia à saúde do povo indígena Munduruku foram destaque no jornal britânico ‘The Guardian’. A reportagem publicada em 28 de novembro aborda o aumento alarmante de problemas congênitos na região de Itaituba, no Pará. A cidade é conhecida como a “capital” da mineração ilegal de ouro do Brasil, já que concentra três quartos de todo o ouro ilícito produzido no país. 

Pesquisador da ENSP e coordenador do grupo de pesquisa ‘Ambiente, Diversidade e Saúde’, Paulo Basta falou ao jornal sobre o trabalho que investiga a contaminação de bebês indígenas por mercúrio. Confira um trecho traduzido da matéria:

"Mais de seis em cada 10 Munduruku em três aldeias apresentaram níveis de mercúrio acima das normas de segurança reconhecidas internacionalmente, e 15% das crianças tinham problemas de neurodesenvolvimento, de acordo com um estudo inovador realizado por universidades, instituições estatais e sociedade civil em 2020.

O principal autor do relatório, Paulo Basta, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), observou o “nascimento cada vez mais frequente de crianças com anormalidades físicas, deficiência intelectual e síndromes neurológicas raras”, na última década.

Basta está conduzindo um estudo de longo prazo que visa medir os efeitos da exposição pré-natal ao mercúrio no neurodesenvolvimento de crianças indígenas que vivem em áreas afetadas pela mineração de ouro.

“Nossa meta é inscrever 300 gestantes e 300 recém-nascidos e monitorar os bebês até os dois anos de idade”, ele diz. Até agora, 91 gestantes estão participando do estudo, e 48 crianças nasceram. O estudo começou em março de 2023 e vai até dezembro de 2026."


O texto de ‘The Guardian’ também aborda a comparação feita com o conhecido desastre de envenenamento por mercúrio em Minamata, no Japão, nas décadas de 1950 e 1960. A matéria também traz declarações de Cleidiane Carvalho, enfermeira de campo destacada em uma das comunidades Munduruku em 2010, quando identificou características da doença de Minamata numa criança. Anos mais tarde ela se tornou coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Rio Tapajós, sediado em Itaituba. O estudo que mostra que a ingestão diária estimada de mercúrio através do consumo dos peixes na região - de duas a nove vezes superior aos limites permitidos - também foi citado na reportagem. 


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