Pesquisadoras listam recomendações para Assistência Farmacêutica na preparação e na resposta a desastres
Por Barbara Souza
Crucial no campo da saúde também em contextos de desastres, a Assistência Farmacêutica precisa estar bem estruturada e preparada para situações de emergência. A falta de planejamento de ações, tanto de preparação quanto de resposta a momentos críticos, tende a agravar os danos. Tragédias causadas por eventos climáticos extremos, como as chuvas que inundaram grande parte do Rio Grande do Sul, devem ocorrer cada vez mais frequentemente, como alerta o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Por isso, é urgente que municípios se organizem para fornecer Assistência Farmacêutica para estes cenários.
O Informe ENSP abordou o tema em entrevista com as farmacêuticas Claudia G. S. Osorio de Castro e Elaine Miranda. Claudia é pesquisadora titular do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (NAF), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Já Elaine, mestre e doutora pelo Programa de Saúde Pública da ENSP, é professora associada da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde atua na coordenação do Programa de Pós-graduação em Administração e Gestão da Assistência Farmacêutica.
Confira as principais recomendações e os comentários das especialistas para a preparação e a resposta da Assistência Farmacêutica dos municípios aos desastres.
PREPARAÇÃO
Como consequências do despreparo dos gestores em relação à preparação da Assistência Farmacêutica para desastres, há perda de estoques de medicamentos já adquiridos, além de compras e recebimento de doações de produtos desnecessários naquele momento, por exemplo. “Se o gestor não pensou na preparação, também não definiu um lugar estratégico geograficamente para armazenar tais produtos, uma Central de Abastecimento Farmacêutico” adequada, explica Elaine. “Armazenar dá trabalho e tem um custo de infraestrutura física, de material e de recursos humanos. Em caso de não uso, ainda haverá o descarte, que também gera gastos”, completa Claudia.