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Tuberculose resistente: projeto-piloto para sequenciamento de nova geração é lançado no Hélio Fraga/ENSP

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Publicado em:18/04/2024
Por Barbara Souza

A Fiocruz, em parceria com a Foundation for Innovative New Diagnostics (FIND) e a Agência de saúde global (Unitaid), deu início ao projeto-piloto "Implementação do sequenciamento de próxima geração direcionado (tNGS) para detecção abrangente de tuberculose resistente a medicamentos (TBDR) no Brasil", o Seq&Treat Brasil. Financiado pela FIND e apoiado pelo Ministério da Saúde, o projeto é coordenado pelo chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP), Paulo Victor Viana. 



Durante a semana de 8 a 12 de abril de 2024, pesquisadores e técnicos do Laboratório Referência Nacional em Tuberculose do CRPHF e do laboratório regional em tuberculose do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) receberam treinamento de pesquisadores internacionais da FIND. O treinamento é considerado fundamental para a implementação de uma das técnicas mais avançadas de diagnóstico de tuberculose, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para o coordenador do projeto no Brasil, a iniciativa “representa um marco significativo na luta contra a tuberculose no país”. Paulo Victor Viana afirmou que o sequenciamento de nova geração possibilita identificar com precisão as cepas resistentes aos medicamentos, o que permite uma abordagem mais eficaz e personalizada no tratamento de pacientes. “Além disso, este projeto amplia a capacidade de vigilância epidemiológica, traçando um perfil genético detalhado das cepas de tuberculose e das resistências existentes. A colaboração entre o CRPHF/ENSP/Fiocruz e a FIND não apenas qualifica nossos profissionais com formação de ponta, mas também reforça a estratégia de cooperação internacional do Centro, essencial para o sucesso da vigilância e controle da doença.”


No lançamento, realizado no Centro de Referência no dia 8 de abril, os participantes discutiram a importância da inovação e da colaboração internacional na luta contra a tuberculose. Os envolvidos acreditam que, com o apoio de entidades nacionais e internacionais, o projeto Seq&Treat deve ser crucial para o avanço das estratégias de diagnóstico e tratamento da tuberculose no Brasil.

A coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Tânia Fonseca, lembrou que, neste ano, celebra-se o aniversário de 40 anos de operações e contribuições que classifica como inestimáveis do CRPHF no combate à tuberculose. “A integração de tecnologias avançadas de sequenciamento como este de nova geração amplifica nossa capacidade de diagnosticar e tratar eficientemente a tuberculose, fortalecendo nosso papel crítico na saúde pública nacional e internacional.” 

Também presente no evento, a pesquisadora da FIND e coordenadora global do projeto Seq&Treat, Swapna Uplekar, explicou a relevância da fase de implantação do projeto, após um longo período de desenvolvimento e pesquisa. “Esta colaboração entre Fiocruz, FIND e outros parceiros globais é um exemplo de como a inovação e a cooperação internacional podem transformar a luta contra doenças infecciosas. Estamos entrando em uma nova era de diagnóstico da tuberculose, na qual podemos não apenas detectar a doença mais rapidamente, mas também identificar as cepas resistentes aos tratamentos existentes”, disse.

Fernanda Dockhorn (à esquerda) e Tânia Fonseca

Já a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose do Ministério da Saúde, Fernanda Dockhorn, enfatizou a importância do projeto para as metas nacionais do Programa Brasil Saudável para a tuberculose: reduzir a incidência para menos de dez casos por 100 mil habitantes e diminuir o número de mortes para menos de 230 óbitos por ano até 2030. “Este projeto-piloto é essencial para nossa estratégia de erradicação da tuberculose como um problema de saúde pública”, salientou. 

Segundo a coordenadora-substituta da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB), Karen Gomes, a precisão no diagnóstico da tuberculose proporcionada pelo sequenciamento de nova geração é “revolucionária”. Ela explicou que, com a técnica, “podemos oferecer tratamentos personalizados que são decisivos para a recuperação dos pacientes e para o controle da disseminação da tuberculose resistente”.

O projeto-piloto ocorrerá até dezembro deste ano no CRPHF/ENSP/Fiocruz e no Laboratório de Referência Regional de Tuberculose e Micobactérias Não Tuberculosas do INI/Fiocruz, estabelecendo um novo padrão em diagnósticos e tratamentos eficazes contra a tuberculose. A iniciativa Seq&Treat também ocorre na China, Geórgia, Índia e África do Sul. 

Confira mais registros da semana de primeiros passos do Seq&Treat Brasil:





Com informações de Gov.br.


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