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ENSP no 12º CBA: feijões e favas em território do semiárido são tema de relato de experiência

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Publicado em:22/11/2023
Por Barbara Souza

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) apresenta trabalhos em três dos 16 eixos temáticos do 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia. Dois fazem parte do eixo ‘Saúde e Agroecologia’, um do eixo ‘Construção do Conhecimento Agroecológico’ e outro do ‘Biodiversidade e Conhecimentos das/os Agricultoras/es, Povos e Comunidades Tradicionais’. As apresentações ocorrem num dos ambientes estruturantes do CBA, os Tapiris de Saberes. Concentrados nas manhãs dos dias 21, 22 e 23, eles são espaços de partilha dos trabalhos científicos, dos relatos técnicos e dos relatos populares em texto e em vídeo. 


‘Feijões e favas do território Xukuru do Ororubá: recurso precioso para uma agricultura digna e justa no semiárido’ foi o título do relato de experiência técnica exposto por Samuel de Abreu Lopes nesta terça-feira (21/11). O estudante de graduação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) que atua em parceria com pesquisadores do Núcleo Ecologias e Encontros de Saberes para a Promoção Emancipatória da Saúde (Neespes). Iran Neves Ordonio, Edgar Oliveira de Almeida, Marina Tarnowski Fasanello e o coordenador do grupo, Marcelo Firpo Porto, são co-autores do trabalho. Parte do eixo temático ‘Biodiversidade e conhecimentos dos Agricultores, Povos e Comunidades Tradicionais’, o relato registra a visita realizada em junho de 2023, no estado de Pernambuco, durante o encontro: “O tempo-encanto e a liberdade criativa da agricultura do sagrado: reflorestar mentes por uma ecologia ancestral contribuindo com o Bom Conviver”, uma etapa do projeto de pesquisa “Promoção da saúde em territórios indígenas no semiárido como estratégia de mitigação de processos de vulnerabilização socioambientais decorrente das mudanças climáticas e do agravamento de problemas de saúde por meio de saberes e práticas tradicionais.”, do programa Inova Fiocruz, coordenado por André Monteiro (Lasat/Fiocruz-PE), Marina Fasanello (Neepes/ENSP/Fiocruz), Marcelo Tingui e Kleber Xukuru.


Durante o encontro, foram observadas diversas espécies e variedades de feijões e favas, o que indicou a presença e o resgate de tais sementes pelos Xukuru, que perderam parte de suas terras. Após terem retomado o território, eles têm feito a semeadura e identificação de espécies e variedades, num processo de sistematização e recuperaçãoda diversidade biológica de feijões e favas. “Ao todo foram observados 20 tipos de feijões e favas na Casa de sementes Mãe Zenilda, no território Xukuru do Ororuba, sendo eles de diversos tamanhos, formas e cores. A identificação das espécies e variedades  e/ou o processo que vem ocorrendo no território é um indicador marcante de como as populações indígenas recorrem aos usos e saberes tradicionais nos cenários globais de mudanças climáticas e insegurança alimentar de forma que alcançam a soberania e resiliência nos seus territórios”, explicou Samuel Lopes.

Tapiri é uma palavra indígena no tronco tupi muito presente no vocabulário das populações ribeirinhas e diversos povos tradicionais na região Norte do Brasil, e representa a palhoça, o lugar onde as pessoas se reúnem para dialogar, comer, descansar e trocar experiências. Esse é o nome dado ao espaço de apresentação dos trabalhos nos CBAs desde 2015. Os Tapiris estão concentrados no prédio da Associação Cristã de Moços (ACM), localizado na Rua da Lapa 86, no Rio de Janeiro.

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