Busca do site
menu

Alunos da ENSP compartilham experiência de registrar, pesquisar e analisar participação social na 17ª

ícone facebook
Publicado em:21/09/2023
Por Barbara Souza

Uma força-tarefa para estudar a construção e o desenvolvimento de um imenso processo de controle social. Foi isso que 150 pesquisadores fizeram durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde ao levantar dados sobre os diversos agentes envolvidos nesse grande sistema de participação social, um dos pilares da democracia no país. Estudantes da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) compuseram esse grupo. Num evento realizado nesta terça-feira (19/9), no auditório da ENSP, eles compartilharam experiências e impressões sobre a pesquisa ‘Saúde e Democracia: estudos integrados sobre a participação social nas conferências nacionais de saúde’, que ajudaram a realizar na 17ª em Brasília, de 2 a 5 de julho. 


Os sete discentes de doutorado da ENSP participantes da pesquisa disseram ter sido uma vivência marcante e transformadora tanto do ponto de vista da formação, quanto pelo aspecto da atuação como profissionais de saúde. Cátia Tavares, Edith de Carvalho, Israel Dias, Jéssica Barreto, Jessica Lima, Luna Trot, e Micaela Alves contaram desde o processo seletivo para compor o grupo de pesquisadores, o que se deu por meio de chamada pública, passando pelos preparativos e treinamentos, até chegar às práticas de coleta de informações através de formulários, entrevistas semiestruturadas e em profundidade. Foram muitos os desafios, mas também muito aprendizado, como conta a doutoranda do programa de Saúde Pública, Edith França de Carvalho. “Foi um momento muito rico para a minha formação. Nós ficamos, às vezes, muito fechados nas nossas pesquisas, no nosso campo ou no grupo em que estamos inseridos. Poder estar num espaço e ver toda essa dinâmica e a diversidade foi muito importante e, sem dúvidas, mudou o meu olhar sobre o meu tema de estudo e a minha formação enquanto profissional”, relatou Edith.

O encontro na ENSP foi uma das atividades alusivas ao aniversário de 69 anos da instituição que, neste ano, tem como tema ‘O amanhã é hoje: construção de um país justo e democrático’. "A participação dos estudantes no dia a dia da nossa Escola é muito importante. Aliás, a ampla participação está no DNA desta casa", reforçou Marco. O diretor lembrou ainda que este foi um dos três eventos da programação do aniversário da ENSP que tem como tema a Conferência, que se baseia em princípios de participação social. "Estamos chamando essas atividades de Ecos da 17ª não à toa. Queremos que reverbere, pois temos o grande desafio do monitoramento da implementação das diretrizes definidas lá em Brasília", afirmou o diretor.

A atividade na Escola foi prestigiada pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, que se disse muito feliz por participar de uma das celebrações dos 69 anos da instituição. “Este mês de setembro já está prevendo um ano de comemorações pelos 70 anos da ENSP. Que possamos continuar nos desafiando, o que eu acho que temos conseguido inclusive no estreitamento dessa relação com a ENSP. Temos realizado cursos e outras atividades, como as Conferências Livres que a ENSP apoiou, assim como a própria Fiocruz”. Promovida pelo CNS, a pesquisa debatida no evento da ENSP está na sua segunda edição, cuja coordenação é do professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do integrante da comissão de relatoria da 17ª pela Rede Unida, Alcindo Antônio Ferla.
 

Durante a mesa coordenada pela pesquisadora da ENSP e conselheira de saúde representando os usuários Vera Lucia Luíza, os discentes participantes da pesquisa sobre a 17ª também apresentaram alguns resultados preliminares. A discente Cátia Tavares contou que foram aplicados 3.253 questionários, o que representa 56% dos trabalhadores, gestores, usuários e convidados presentes na conferência em Brasília. Deste total, 60% são pessoas delegadas, 60,4% mulheres, 54% pretos e pardos, 4,6% indígenas e 6,3% pessoas com deficiência. “Tivemos momentos prévios de capacitação, o que foi muito importante, mas muito do que aprendemos e fomos aprimorando ocorreu na prática. Foi uma experiência muito singular e ao mesmo tempo de grupo, de coletividade. Tivemos muita motivação e voltamos com o sentimento de que valeu muito à pena”, relatou Cátia. A pesquisa foi desenvolvida a partir de três estratégias metodológicas principais: formulários auto aplicados, entrevistas semiestruturadas, entrevistas em profundidade e observação participante.
 

A aluna Luna Trot destacou a troca e a relação estabelecida com os sujeitos da pesquisa principalmente nas entrevistas, quando foi possível conhecer, além do perfil, a trajetória dos participantes da 17ª. “O que a gente queria escutar era pouco do histórico na participação social, então foi algo para os pesquisadores que estiveram mais na parte qualitativa. Chamou a atenção ver que cada um ali tinha uma trajetória muito própria e uma trajetória de representatividade muito forte de seus territórios. Foi muito importante poder escutar e registrar essas histórias. Foi muito bonito também a gente perceber a presença de pessoas que estão desde a 8ª Conferência. A entrevistas foram muito importantes nesse sentido serem um registro de histórias pessoais que são histórias coletivas do nosso país, que são histórias coletivas da saúde pública”. 

Assista à mesa na íntegra aqui


Seções Relacionadas:
17ª CNS 69 anos ENSP

Galeria Relacionada:
Nenhum comentário para: Alunos da ENSP compartilham experiência de registrar, pesquisar e analisar participação social na 17ª