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Neepes/ENSP e parceiros realizam Mostra Audiovisual Indígena na Cinemateca do MAM

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Publicado em:29/08/2023
O Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), junto ao Lasat/Fiocruz-PE, Territórios Indígenas Tingui Botó e Xukuru do Ororubá, vai realizar a Mostra Audiovisual da Plataforma Narrativas Indígenas do Nordeste. O evento terá exibições de filmes on-line de 31 de agosto a 20 de setembro, quando ocorrerá um encontro presencial para debates e exibição de filmes na Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro, às 18h30. A Mostra é apresentada pelo ciclo ‘Redes em Movimento’, da Cinemateca do MAM, que destaca a ‘Plataforma Narrativas Indígenas do Nordeste’, um espaço de partilha com o objetivo de promover o diálogo intercultural e de visibilidade das lutas por saúde, dignidade, direitos territoriais e preservação da cultura dos povos indígenas.

O evento de encerramento contará com a presença dos coordenadores do projeto, André Monteiro (Lasat/Fiocruz-PE), Marina Fasanello (Neepes/ENSP/Fiocruz) e Kleber Xukuru (Xukuru do Ororubá/PE), além de Ruy Gardnier, coordenador de programação da Cinemateca do MAM-Rio. Em seguida, haverá exibição dos documentários produzidos no âmbito da pesquisa e um debate sobre o Marco Temporal com a presença de Ana Pontes (ENSP/Fiocruz), Iran Xukuru (Xukuru do Ororubá/PE), Marcelo Tingui (Tingui-Botó/AL) e Marcelo Firpo (Neepes/Fiocruz), como mediador.

A 'Plataforma Narrativas Indígenas do Nordeste’ é fruto do projeto de pesquisa “Narrativas, memórias e diálogos interculturais: construindo uma rede audiovisual indígena do Nordeste como estratégia de agroecologia e promoção da saúde para o fortalecimento do SasiSUS nos territórios” construído e coordenado por André Monteiro do Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho (Lasat/Fiocruz-PE), Marina Fasanello do Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP/Fiocruz) e pesquisadores dos Territórios Indígenas, Marcelo Tingui (Tingui-Botó/AL) e Kleber Xukuru (Xukuru do Ororubá/PE), com a colaboração da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Norte de Minas e Espírito Santo (Apoinme), Núcleo Interdisciplinar de Cinema e Educação da Universidade Federal do Sergipe (Nice/UFS), Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas (IP/UFAL), Universidade de Pernambuco/Campus Garanhuns, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC/PT) e VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz. Programa Inova – Encomendas Estratégicas Saúde Indígena da Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz.

A Mostra nasce inspirada na Mostra Maracá (curadoria de Sérgio Borges), no âmbito deste projeto de pesquisa e é composta por filmes disponibilizados em cinco sessões online, com debates temáticos entre intelectuais, lideranças e cineastas, tanto indígenas como da academia. A partir do diálogo intercultural e da produção e circulação de narrativas audiovisuais que apoiam ações e práticas tradicionais de saúde dos povos Xukuru e Tingui-Botó, a pesquisa demonstra que as lutas indígenas contemporâneas buscam o reconhecimento para que o território, o corpo território, possa ser apropriado e vivido por lógicas coletivas não subordinadas às racionalidades excludentes. Portanto, uma experimentação de futuro passaria pela retomada dos saberes ancestrais.

Em sessões on-line, destacamos parte da produção audiovisual presente na plataforma, e abordaremos as diferentes estratégias de difusão dessa produção e suas temáticas de resistência. Confira mais detalhes e a programação completa da Mostra, que terá exibição on-line de filmes de 31 de agosto a 20 de setembro. Para assistir, acesse aqui


Sessão 1. Animações em contextos indígenas
+ Xakriabá - Reconstrução do Mundo de Edgar Correa Xakriabá. Brasil, 2012. Animação. 2’. 
+ Mãtãnãg, a encantada de Shawara Maxakali e Charles Bicalho. Brasil, 2019. Animação. 14’ 
+ Konãgxeka – o dilúvio Maxakali de Isael Maxakali e Charles Bicalho. Brasil, 2016. Animação. 13’. 
+ Era uma vez tudo verdim de alunos da Escola Estadual Ângelo Pereira Xavier e da Escola Estadual Anexa Ângelo Pereira Xavier. Brasil, 2013. Animação. 11’. 

Debate virtual - 05/09 - 15h
Participantes:
Isael Maxakali
Charles Bicalho - INAP/UEMG
Marina Fasanello (Neepes/ENSP/Fiocruz)  - mediadora

Sessão 2. Covid: a pandemia a partir de outro olhar - 06/09 - 15h
A pandemia atingiu a população de todo mundo, causou milhões de mortes e modificou a vida das pessoas. No caso das populações indígenas brasileiras, sob um governo que só diminui a assistência à população, o desafio se tornou ainda maior, e as comunidades tiveram elas mesmas que criar estratégias para lidar com a pandemia. A produção audiovisual indígena se tornou um importante canal de comunicação dentro das comunidades e ampliou a criação de redes entre as diversas etnias. Os filmes desta sessão mostram um pouco dessas iniciativas, desse debate e questionam a condução do Estado diante da crise sanitária, bem como da atuação humana de descuido e devastação ambiental. Para os indígenas a aparição da Covid-19 é uma resposta da natureza a estas ações de descuido e escancara o projeto de desprezo à vida e aos direitos dos povos indígenas.

+ Guerreiros Xukuru em Combate à Covid-19, de Kleber Xukuru. Brasil, 2020. 6’ 
+ Povos indígenas – prevenção contra a Covid-19, de Marcelo de Campos. Brasil, 2020. 6’ 
+ “Tempo do quietai”: recomendações de dona Maria da Glória de Jesus contra COVID-19, de Robert Tupinambá, Célia Tupinambá. Brasil, 2020. 10’ 
+ Ações Núcleo Fulni-ô de Enfrentamento ao Covid-19, de Divanice Santos. Brasil, 2020. 1’ 
+ Medidas de tratamento da Covid-19 povo Xukuru do Ororubá, de Ororubá Filmes. Brasil, 2020. 5’ 
+ A História se repete: Povos Indígenas e Covid 19, de Jéssica Tupinambá. Brasil, 2020. 46’. Classificação indicativa livre.

Debate virtual - 06/09 - 15h
Participantes:
Elisa Pankararu
Marina Fasanello - Neepes/Fiocruz
Paulo Lara - VideoSaúde/Fiocruz
José Quental - Cinemateca MAM - mediação

Sessão 3. Lutas e resistências no cinema indígena - 12/09 - 15h
Lutar por seus direitos, sua cultura, sua dignidade, suas vidas. Resistir à dor do sangue derramado dos parentes, ao roubo de suas terras, à destruição do meio ambiente, à uma cultura egoísta e individualizante de desprezo pelo outro e pelos outros seres vivos. O audiovisual indígena é movido antes de tudo pela urgência. Os filmes são armas de luta, são flecha e escudo. São arcos que impulsionam a sua palavra, o seu canto, contra as opressões da cultura dominante. Resistir através das imagens! Neste programa apresentamos obras que trazem críticas contundentes ao tratamento bárbaro que os povos indígenas foram submetidos pelos brancos “civilizados” e o poder público; que rememoram lutas e resistências do passado como guia para o presente e o futuro; que refletem sobre o racismo estrutural a que são acometidos; mas que também carregam em si uma outra urgência: a de serem vistos e ouvidos.

+ Igualdade é para todos, de Casa de Cinema. Brasil, 2018. 4’. 
+ Igualdade Racial, de Casa de Cinema. Brasil, 2018. 3’ 
+ Índio não é fantasia, de direção Coletiva (Pankararu). Brasil, 2018. 3’ 
+ Índio Não é Fantasia, de direção Coletiva (Xukuru). Brasil, 2018. 4’ 
+ Índio não é fantasia, de direção Coletiva (Kapinawá). Brasil, 2018. 4’ 
+ Lenda das Guardiãs das Águas, de Célia Tupinambá. Brasil, 2017.13’

Debate virtual - 12/09 - 15h
Participantes:
Sergio Borges - Cineasta/Curador da Plataforma Narrativas Indígenas do Nordeste
Jacy Tabajara
Mika Xukuru
Alexandre Pankararu - mediação

Sessão 4. Cinema Indígena como estratégia intercultural e de visibilidade de saberes e lutas - 14/09 - 15h
Seja pelo discurso crítico que analisa o comportamento humano e a destruição ambiental, que tornam o planeta inviável para as próximas gerações humanas e, que alerta para a urgência de mudanças na relação dos humanos com a terra, os seres vivos e entre os próprios humanos; seja pela intervenção na micropolítica da sociedade, na relação horizontalizada com os outros seres vivos e com seres invisíveis; seja pelo desejo e pela fabulação de um mundo onde a natureza é forte e viva, os filmes desses realizadores indígenas espelham a atuação cotidiana dos povos indígenas pela preservação da natureza. Com a força dos espíritos a seu lado, eles lutam e reconstroem o mundo todos os dias. E alargam um pouco mais o céu para que continuemos vivos.
+ Casa de Farinha dos Tingui-Botó, de Tinguí Filmes, dir. Coletiva.  (Tingui-Botó), Brasil, 2017. 15’
+ Mãos de Barro, dir. Alexandre Pankararu e Graciela Guarani. (Pankararu), Brasil, 2018. 20’
+ Dure Nãt Sarõ: manter aceso | queima tradicional de cerâmica Xakriabá, de Edgar Correa Xakriabá. Brasil, 2020. 8’ 
+ A Pornunça, de Ororubá Filmes.2'

Debate virtual - 14/09 - 15h
Participantes:
Graciela Guarani
João Arriscado CES/UC/PT
Ruy Gardnier - Cinemateca do MAM - mediação
Bruno Fulni-ô - a confirmar
Edgar Xakriabá - a confirmar

Sessão 5. Sessão Complementar às sessões 2, 3 e 4.
+ Guerreiros Tinguí Botó, de Tingui Filmes. Brasil, 2016. 17'
+ Minha alma não tem cor, dir. Graciela Guarani. Brasil, 2019. 22'
+ Xicão Xukuru, de Ororubá Filmes. Brasil, 2008. 16'
+ Ethxô Nandudya, de Thul'se Audiovisual. Brasil, 2021. 10'
+ É tempo de parar, dir. Hugo Fulni-ô. Brasil, 2020. 3’
+ Txhleka Fale Comigo, dir. Hugo Fulni-ô. Brasil, 2021. 14'
+ Tingui-Botó: Batalha, Resistência, de Tingui Filmes. Brasil, 2020. 2'
+ Nhandesy, dir. Graciela Guarani. (Pankararu), Brasil, 2021. 3’
+ Xupapoynãg, dir. Isael Maxakali. (Maxakali), Brasil, 2012. 16’
+ Equilíbrio, dir. Olinda Muniz Wanderley. (Pataxó Hã Hã Hãe), Brasil, 2020. 11’
+ Opará: Morada dos Nossos Ancestrais, dir. Graciela Guarani (Pankararu). Brasil, 2020. 20'
+ Tempo circular, dir. Graciela Guarani e Alexandre Pankararu. Brasil, 2019. 20'

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