Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita: ENSP alerta sobre a doença em tempos de Covid
Um estudo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mostrou que, nos últimos anos, os números de casos da doença cresceram. O estudo apontou que, de 2010 a 2020, foram registrados, no Brasil 783, mil casos. Para a integrante da Coordenação de Vigilância Epidemiológica do
Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Liza Bueno Rosso, o aumento de casos pode ser explicado por uma soma de fatores. Um deles, o desabastecimento mundial da penicilina por volta de 2015, um problema, segundo ela, já resolvido em território nacional. Além disso, a coordenadora citou outros fatores, como relações sexuais desprotegidas e múltiplas parcerias sexuais, a não adesão ao tratamento de pessoas infectadas e o não tratamento da parceria sexual concomitantemente, a falta da educação em saúde e, por conta da crise pandêmica da Covid-19, a diminuição da procura aos serviços de saúde pelo receio de contaminação pelo vírus.
Considerando a importância da epidemia de sífilis hoje, principalmente neste contexto da Covid-19, a integrante do projeto explicou que, mesmo no auge da pandemia, os diagnósticos laboratoriais permaneceram disponíveis e, inclusive, “não houve prejuízo na dispensação de penicilina.” Além disso, ressaltou a importância de manter estratégias como a disponibilidade da testagem, inclusive TR, identificação de casos reagentes, início precoce do tratamento tanto do usuário como de suas parcerias sexuais e o estímulo à realização do tratamento adequado e seguimento laboratorial de controle. “Isso ajuda no enfrentamento desse problema de saúde pública, ” salientou.
Cuidados e orientações para infectados
Depois do recebimento do diagnóstico, alguns pacientes podem ficar perdidos e até mesmo com medo de enfrentar a doença. A Sífilis tem cura, mas, para isso, o paciente precisa seguir o tratamento e orientações propostas. Liza listou alguns dos cuidados para o combate à doença. “Orientação para investigação e tratamento das parcerias sexuais, tratamento simultâneo das parcerias, estímulo ao uso de preservativos, ressaltar a importância de fazer o tratamento completo, com o intervalo adequado entre as doses e a realização dos exames de monitoramento para confirmar o sucesso do tratamento.”
Para ter sucesso no tratamento, é importante manter a continuidade e não abandonar no primeiro momento. Para garantir isso, Liza explicou que o essencial é o monitoramento individual de cada um, além da sensibilização da importância da cura da infecção. “Curitiba implantou a Tutoria da Sífilis, na qual um membro da equipe de saúde de cada Unidade Básica de Saúde fica responsável pelo acompanhamento dos casos, abrangendo desde o momento de diagnóstico, a conclusão do tratamento e a realização dos exames de controle, até a alta do caso.”
Projetos de combate à Infecção Sexualmente Transmissível
Liza Bueno Rosso também faz parte do projeto “A Hora é Agora”, cujo objetivo é ampliar o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento imediato do HIV/Aids para populações vulnerabilizadas nos municípios de Curitiba, Florianópolis e Campo Grande. No último dia 29, o projeto foi lançado para a população de Porto Alegre. Para saber mais sobre o projeto, acesse a matéria Projeto "A Hora é Agora" é lançado em Porto Alegre.
Seções Relacionadas:
Divulgação Científica
Divulgação Científica
Nenhum comentário para: Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita: ENSP alerta sobre a doença em tempos de Covid
Comente essa matéria:
Utilize o formulário abaixo para se logar.