Busca do site
menu

Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita: ENSP alerta sobre a doença em tempos de Covid

ícone facebook
Publicado em:18/10/2021
O terceiro sábado do mês de outubro ficou conhecido por celebrar o Dia do Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, cujo objetivo é conscientizar sobre os riscos da doença, os métodos de prevenção durante as relações sexuais e o cuidado preventivo. Causada por uma bactéria, a doença tem vários estágios – Sífilis primária, secundária, latente e terciária – e diversas formas de manifestação clínica. Sua transmissão acontece por meio de relação sexual desprotegida com um parceiro(a) contaminado(a) ou pode ser transmitida para crianças pela gestação ou parto.

Um estudo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mostrou que, nos últimos anos, os números de casos da doença cresceram. O estudo apontou que, de 2010 a 2020, foram registrados, no Brasil 783, mil casos. Para a integrante da Coordenação de Vigilância Epidemiológica do 
Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Liza Bueno Rosso, o aumento de casos pode ser explicado por uma soma de fatores. Um deles, o desabastecimento mundial da penicilina por volta de 2015, um problema, segundo ela, já resolvido em território nacional. Além disso, a coordenadora citou outros fatores, como relações sexuais desprotegidas e múltiplas parcerias sexuais, a não adesão ao tratamento de pessoas infectadas e o não tratamento da parceria sexual concomitantemente, a falta da educação em saúde e, por conta da crise pandêmica da Covid-19, a diminuição da procura aos serviços de saúde pelo receio de contaminação pelo vírus.                          

Considerando a importância da epidemia de sífilis hoje, principalmente neste contexto da Covid-19, a integrante do projeto explicou que, mesmo no auge da pandemia, os diagnósticos laboratoriais permaneceram disponíveis e, inclusive, “não houve prejuízo na dispensação de penicilina.” Além disso, ressaltou a importância de manter estratégias como a disponibilidade da testagem, inclusive TR, identificação de casos reagentes, início precoce do tratamento tanto do usuário como de suas parcerias sexuais e o estímulo à realização do tratamento adequado e seguimento laboratorial de controle. “Isso ajuda no enfrentamento desse problema de saúde pública, ” salientou. 

Cuidados e orientações para infectados

Depois do recebimento do diagnóstico, alguns pacientes podem ficar perdidos e até mesmo com medo de enfrentar a doença. A Sífilis tem cura, mas, para isso, o paciente precisa seguir o tratamento e orientações propostas. Liza listou alguns dos cuidados para o combate à doença.  “Orientação para investigação e tratamento das parcerias sexuais, tratamento simultâneo das parcerias, estímulo ao uso de preservativos, ressaltar a importância de fazer o tratamento completo, com o intervalo adequado entre as doses e a realização dos exames de monitoramento para confirmar o sucesso do tratamento.”

Para ter sucesso no tratamento, é importante manter a continuidade e não abandonar no primeiro momento. Para garantir isso, Liza explicou que o essencial é o monitoramento individual de cada um, além da sensibilização da importância da cura da infecção. “Curitiba implantou a Tutoria da Sífilis, na qual um membro da equipe de saúde de cada Unidade Básica de Saúde fica responsável pelo acompanhamento dos casos, abrangendo desde o momento de diagnóstico, a conclusão do tratamento e a realização dos exames de controle, até a alta do caso.” 

Projetos de combate à Infecção Sexualmente Transmissível

Liza Bueno Rosso também faz parte do projeto “A Hora é Agora”, cujo objetivo é ampliar o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento imediato do HIV/Aids para populações vulnerabilizadas nos municípios de Curitiba, Florianópolis e Campo Grande. No último dia 29, o projeto foi lançado para a população de Porto Alegre. Para saber mais sobre o projeto, acesse a matéria Projeto "A Hora é Agora" é lançado em Porto Alegre


Seções Relacionadas:
Divulgação Científica

Nenhum comentário para: Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita: ENSP alerta sobre a doença em tempos de Covid