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Especialistas falam das políticas de saúde e concepções de surdez e de deficiência auditiva no SUS

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Publicado em:09/09/2021

Duas concepções teóricas são centrais na discussão sobre a deficiência auditiva e a surdez: a orgânico-biológica e a socioantropológica. Elas são fundamentalmente distintas na definição de uma hipotética fronteira da normalidade e no entendimento dos surdos como uma minoria linguística. Com base neste trabalho, o Cadernos de Saúde Pública entrevistou Carla Soleman, doutoranda da Faculdade de Saúde Pública da USP e fonoaudióloga da secretaria municipal de Saúde de São José do Rio Preto (SP); - Aylene Bousquat – professora da Faculdade de Saúde Pública da USP e coordenadora do programa de pós-graduação de Saúde Pública da mesma instituição, pesquisadora do CNPQ, autoras do artigo Políticas de saúde e concepções de surdez e de deficiência auditiva no SUS: um monólogo?. Está disponível no canal da ENSP no YouTube.

O objetivo do artigo foi o de identificar como essas concepções se expressaram nas políticas de saúde voltadas às pessoas com deficiência auditiva/surdez no Sistema Único de Saúde (SUS). Foi realizada uma pesquisa documental com foco nas políticas de saúde voltadas à deficiência auditiva/surdez de 1990 a 2019. Os documentos foram identificados na Biblioteca Virtual em Saúde e no Sistema de Legislação da Saúde.

Os resultados evidenciam que todas as políticas analisadas foram pautadas na concepção orgânico-biológica, pois nenhuma referência às particularidades linguísticas e culturais do surdo foi identificada. Essa lógica pode contribuir para dificultar o acesso dessa população ao sistema de saúde, especialmente ao aumentar a barreira comunicacional. Para que de fato se cumpram os princípios doutrinários do SUS é central que as políticas de saúde incorporem os aspectos socioculturais, refletindo em suas formulações o surdo como um cidadão que apreende o mundo pelas vivências e experiências prioritariamente visuais, no qual a língua de sinais é elemento central.

A condução da entrevista foi feita por Bárbara Goulart, professora associada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pesquisadora do CNPQ e editora associada de CSP.  A apresentação foi do jornalista Vinícius Mansur.


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Fonte: CSP
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