Semana do ACS discute violência e saúde em territórios vulnerabilizados
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Na ocasião, refletiu-se sobre os impactos da violência na área de Saúde e as várias formas de violência que atingem os usuários e os profissionais de Saúde, principalmente os ACS, que são o elo entre a equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o morador desses territórios vulnerabilizados. A ACS Anastácia dos Santos destacou como essa categoria é silenciada: “Nós somos silenciados de todas as formas e por todas as partes. Então, aprendemos muito a calar, e isso vai nos adoecendo cada dia mais. E falar sobre violência é muito complicado para quem mora na favela.”
Sobre o impacto da violência na área da Saúde, Vera Frossard apresentou dados de duas pesquisas do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli/ENSP. “A proximidade do convívio das equipes com a violência no cotidiano de serviços e a complexidade dos casos gera um sentimento de impotência, um sofrimento psíquico dos profissionais.” Para Vera Frossard, a área da Saúde não notifica as violências sofridas pela população, sejam elas policiais ou domésticas, e isso vai impactar a produção de estatísticas para políticas de combate àiolência. Segundo Vera Frossard, essa atitude se deve, às vezes, por receio, outras por falta de conhecimento do profissional de como funciona a rede de proteção social e seus serviços.
Para Jorge Nadais, a maior violência que a favela sofre é a desigualdade social. “Ela é a base de todos os problemas que estão presentes na favela. Ela é a base do direito à negação da saúde, é a base do direito à negação da moradia, ao saneamento básico, à educação”, destacou. Anastácia – moradora de Manguinhos, assim como Jorge – ressaltou que a violência tem recorte de classe e raça.
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