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Rua ao lado do Cesteh receberá nome de trabalhadora que lutou contra o amianto

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Publicado em:17/02/2017
"Alameda Rosa Amélia". Esse é o nome que será dado para uma pequena e ensolarada rua que passa ao lado do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP). A homenagem, decidida no último Conselho Deliberativo da ENSP, será feita no dia 2 de maio, Dia do Trabalhador. Dona Rosa, como é conhecida essa militante que é um símbolo da luta pelo banimento do amianto, é um personagem emblemático na trejetória do Cesteh, como explica Kátia Reis, coordenadora do Centro, na breve entrevista abaixo.
 
Informe ENSP: Kátia, conte um pouco da história da Dona Rosa Amélia.
 
Rua ao lado do Cesteh receberá nome de trabalhadora que lutou contra o amiantoKátia Reis: A Dona Rosa, como ficou conhecida Rosa Amélia Alvez de Araújo entre aqueles que lutam contra a poderosa indústria do amianto, chegou ao Cesteh nos anos 1990. Ela veio procurar nosso ambulatório de pneumologia para ser atendida e chegou-se ao diagnósitco: ela desenvolveu uma doença especifica relacionada a exposição a poeira do amianto, chamada asbestose. Dona Rosa passou a ser acompanhada pelo ambulatório e a fazer parte do nosso grupo de pesquisa, que ainda hoje estuda a relação entre o amianto, ambiente, trabalho e saúde.
 
Informe ENSP: Como era a atuação dela nesse grupo de pesquisa?
 
Kátia Reis: Ela ajudou a reunir ex-trabalhadores da indústria do amianto, de modo que foi possível estudar e dar visibilidade aos problemas de saúde que elas tinham. Desse grupo, surgiu a sede da Associação Braileira de Expostos ao Amianto (Abrea) no Rio de Janeiro. A Dona Rosa conseguiu agregar os trabalhadores na luta contra o amianto dentro do Cesteh. O fato da Abrea do Rio ter sido construído aqui é bastante significativo para gente, porque somos um centro que se posiciona ao lado dos trabalhadores.
 
Informe ENSP: A homenagem que será feita no dia 2 de maio é mais do que justa, portanto?
 
Kátia Reis: Sem dúvida. Dona Rosa Amélia constriu uma vida de luta, na organização dos trabalhadores no Brasil e também no mundo, já que a luta dela teve repercussão internacional. Essa pequena homenagem, ao nomearmos uma rua como "Alameda Rosa Amélia", é para que fique para sempre colocado intramuros da nossa instituição o nome de uma trabalhadora que adoeceu e morreu em função de uma exposição a uma poeira que é altamente nociva à saúde humana. O nome de uma mulher lutou bravamente até o final da vida para que outros trabalhadores não viessem a sucumbir.

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