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Mais planos de saúde pra quê? Pesquisadora da ENSP comenta proposta de planos acessíveis de saúde

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Publicado em:08/09/2016
Mais planos de saúde pra quê? Pesquisadora da ENSP comenta proposta de planos acessíveis de saúdeO programa Sala de Convidados, do Canal Saúde, recebeu, mais uma vez, a pesquisadora da ENSP Isabela Santos para falar sobre os planos de saúde acessíveis. Ela debateu a questão correlacionando a proposta ao projeto do governo de subfinanciamento e fragmentação do Sistema Único de Saúde (SUS) e fortalecimento do setor privado. Além de Isabela, foram convidados do programa o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, Nelson Nahon, e o professor e pesquisador da Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Felipe Machado. Na opinião de Isabela, a proposta dos novos planos de saúde a baixo custo causará maior iniquidade no sistema. “O SUS ficará com as filas mais longas, a busca será pelos procedimentos mais caros e complexos. Com isso, haverá grande desigualdade das pessoas que acessam o sistema. Quase 90% da população, que são os pobres, usarão o que é pior do SUS, e os mais ricos usarão seus planos de saúde e o SUS para o que lhes interessar”, considerou ela.
 
Para Isabela, que também é diretora-executiva do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes), antes de qualquer coisa, é preciso lembrar por que o SUS foi criado. “Sua proposta foi construída por toda a sociedade e visava um sistema acessível a todos. De lá para cá, o SUS vem melhorando a cada ano. Ele, de fato, foi desenvolvido em rede, o que também otimiza os gastos e dilui os custos. Já a proposta de planos privados a baixo custo, fragmenta o sistema, e já temos estudos que mostram que o resultado desse tipo de ação não é bom. 
 
Confira o programa, na íntegra, em: 


Mais planos de saúde pra quê? Pesquisadora da ENSP comenta proposta de planos acessíveis de saúde

1 comentários
MARIA APARECIDA DE ASSIS PATROCLO
09/09/2016 07:43
Como profissional de saúde que atuou ate 2014 na atenção básica por 40 anos, no interior de MG, na Baixada Fluminense, no município do RJ, no complexo de favelas da Maré, em Vila Isabel, quero primeiro deixar claro, que hoje não existe espaço para opiniões divergentes em relação a qualidade do SUS, vários estudos são bastante tendenciosos e representam muito mais uma pseudo avaliação do que uma avaliação propriamente dita. As preferencias e opiniões da população e dos profissionais que não são contratados por OS ( empregos precarizados e vulneráveis) não esta sendo levada em consideração, os intelectuais que defendem a configuração existente utilizam planos de saúde e falam que o SUS melhorou e me pergunto para quem? A população com acesso aos planos e entre elas os profissionais de saúde continuam procurando as especialidades básicas: clinicos,pediatras e gineco obstetras, eu e minha filha sempre fomos usuárias do SUS no RJ e hoje considero que houve uma piora da qualidade da assistência médica, o atendimento nas baias/ "call center" por ACS ferem todas as dimensões do acolhimento e da dignidade humana, a retenção do usuário nesse nível do sistema quando ele deveria ser referido é algo bastante frequente, não só por fragilidade no SISREG mas sobretudo pela falta de habilidade na identificação de hipóteses que não são sensíveis a ABS. Considero que negar espeço a opiniões discordantes, que propõe que seja feita uma leitura crítica do sistema hoje oferecido e sua comparação com o que foi pleiteado em 1986, falar de algo do qual se esta distante, desconsiderar preferências, ignorar que a falta de mobilização da população em geral em prol do SUS pode ser reflexo de falta de aceitabilidade, adequação... é impedir a meu ver que possamos construir um SUS que de fato a maioria não opte por planos de saúde e sinta que seus direitos estão sendo violados quando haja ameça de desestruturação.