ENSP apresenta proposta de capacitação em Itaboraí
Publicado em:16/04/2014
Pesquisadores, alunos e colaboradores do Laboratório de Monitoramento Epidemiológico de Grandes Empreendimentos da ENSP (LabMep) estiveram no município de Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em companhia de diversos secretários municipais, para a exposição do projeto ‘Aprender Fazendo’, voltado para a qualificação de 500 profissionais de saúde. Na ocasião, o coordenador do LabMep, Luciano Toledo, promoveu o lançamento dos Cadernos de Monitoramento Epidemiológico e Ambiental e apresentou o curso de especialização em Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento Social, formulado pela ENSP a partir de uma demanda da secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí.
A proposta inovadora do curso é fruto do Plano de Monitoramento Epidemiológico que a ENSP realiza nas áreas influenciadas pelo Comperj, e alia a experiência da Escola nos campos do desenvolvimento social e da gestão da atenção básica. A iniciativa tem participação dos pesquisadores dos departamentos de Endemias, Administração e Planejamento e Saúde e Ciências Sociais, além da Escola de Governo em Saúde da ENSP e do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ.
Ao abrir a solenidade de lançamento do projeto Aprender Fazendo, o secretário municipal de Saúde, Edilson Francisco dos Santos, afirmou que a cidade vive um grande processo de transformação. Por conta disso, acordo com ele, deve ser cercar de parceiros para que não seja atropelada pelas consequências trazidas por empreendimentos como Comperj. “O desenvolvimento não pergunta se o município está preparado para recebê-lo. Por isso, é fundamental para Itaboraí estabelecer parcerias com instituições como Fiocruz e universidades como UERJ, UFRJ, UFF para compartilhar de conhecimentos. Vale ressaltar que esta associação é apenas de transferência de conhecimento e informação”, afirmou o gestor.
O coordenador do Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Comperj, o pesquisador Luciano Toledo, lembrou as reportagens publicadas pelo O Globo, na série Dilema Petroquímico, que retratam os impactos do empreendimento. Para ele, os contrastes observados a partir das obras devem alertar pesquisadores e gestores.
“Sabemos que um Complexo do tamanho do Comperj trará riquezas para a região, mas também deixará os pobres em situação mais vulnerável. Nós, enquanto Fiocruz, temos que pensar na melhoria da qualidade de vida da população. Parte do município está enriquecendo, mas temos que nos preocupar com aqueles que não serão contemplados com os benefícios do Comperj. Queremos contribuir na transferência de conhecimento para os profissionais dos municípios envolvidos”.Agentes de Saúde recebem Cadernos de Monitoramento
Luciano Toledo comentou que a parceria com o município de Itaboraí já ocorre há oito anos. Além de monitorar a situação epidemiológica do município, promove a capacitação dos profissionais da região, como no mestrado profissional em Vigilância em Saúde pra a Região Leste do Rio de Janeiro. O pesquisador falou ainda sobre o convite feito pela Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí para que a ENSP formulasse a proposta do curso de especialização Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento Social, com 25 vagas, para profissionais de sete municípios da região.
O encontro reuniu 200 convidados. Grande parte do público era formada por agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem do programa Estratégia Saúde da Família (ESF). Para eles, foram entregues os Cadernos de Monitoramento Epidemiológico e Ambiental. Os pesquisadores da ENSP Edinilsa Ramos e Gil Sevalho, o cartunista Mayrink e a pesquisadora da UFRJ Lúcia Abelha apresentaram os exemplares sobre os temas “Violência e Saúde”, “O que são os transtornos mentais?”, “Drogas: mitos e verdades” e “Movimentos Sociais”.
Os cadernos fazem parte de uma série de publicações periódicas destinadas aos temas importantes da atenção básica em saúde. O material possui uma linguagem de fácil compreensão e desenhos do cartunista Mayrink, que auxiliam no entendimento do público-alvo.
Para a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Suely Lopes, o trabalho de capacitação com as instituições de ensino fortalece a gestão executiva municipal. “As propostas destes cursos são bem-vindas. Temos agora que trabalhar para tirá-las do papel e concretizá-las na busca de um ambiente social mais favorável à nossa população. Estamos dando um passo sem volta e vivendo um momento histórico na cidade. A capacitação dos profissionais irá ajudar nos primeiros atendimentos à pacientes/consumidores de crack, álcool e outras drogas, além de ampliar as boas práticas de cuidado, acolhimento e escuta desses pacientes”, afirmou. Ao encerrar o evento, o secretário municipal de saúde destacou a oportunidade de reunir gestores, pesquisadores, alunos e profissionais de saúde numa mesma atividade.
O projeto aprender fazendo ainda contempla o programa Caminhos do Cuidado: Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas). A formação beneficiará todos os agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem do programa Estratégia Saúde da Família (ESF). Estiveram no evento no dia 8 e abril o coordenador-técnico do Plano de Monitoramento da ENSP no Comperj, Paulo Sabroza, a coordenadora de Gestão Técnico-Administrativa, Maria da Cunha Lana, além de alunos e colaboradores do plano. Ainda participaram a coordenadora do núcleo de Educação Permanente de Itaboraí, Rosângela Martins Gomes, e o subsecretário municipal de Atenção Básica, Ronaldo Veiga.
Fotos: Sandro Giron (Prefeitura de Itaboraí)
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