Dengue: pesquisa analisa metodologia de monitoramento

Análise comparativa entre as metodologias de monitoramento da infestação do Aedes aegypti, associadas à transmissão de dengue nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro, é o título da dissertação, orientada pelas pesquisadoras Nildimar Honório, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários, do Instituto Oswaldo Cruz, e Cláudia Codeço, do Programa de Computação Científica da Fiocruz . A pesquisa foi realizada no âmbito do Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Comperj, desenvolvido pela ENSP.
Atualmente, existe ampla discussão quanto à eficiência e eficácia da vigilância entomológica do Ae. aegypti no Brasil e em outros países endêmicos para dengue. Nesse sentido, é necessária a busca de processos e metodologias que visem à detecção e determinação da distribuição do vetor em áreas urbanas de forma ágil e que subsidiem o rumo das ações a serem desencadeadas em âmbito federal, estadual e municipal.
Ovitrampa: método alternativos sensível de detecção de presença do Ae. aegypti

Por outro lado, Mário Sergio afirma que a ovitrampa é um dos métodos alternativos mais sensíveis de detecção de presença do Ae. aegypti. Por conta disso, segundo ele, partiu-se do pressuposto que os índices baseados na armadilha seriam relevantes parâmetros de comparação.
“As armadilhas são mais eficientes que os métodos convencionais para o monitoramento, assim como a definição de índices de infestação confiáveis que possam gerar alertas de risco, que permitem o entendimento das características biológicas de populações do Ae. aegypti. Em função disso, o trabalho teve como objetivo comparar o método atual do LIRAa para monitoramento de Ae. aegypti com metodologias entomológicas alternativas, visando subsidiar possíveis estratégias de maior precisão às ações de vigilância entomológica nos municípios de Itaboraí e Guapimirim”, explicou.
A dissertação revelou que, em Itaboraí, de um total de 400 ovitrampas instaladas nos imóveis onde o LIRAa foi realizado, nas quatro pesquisas durante os meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, 101 (25,25%) foram positivas para Ae. aegypti. Por outro lado, apenas 12 imóveis (3,0%) foram positivos na pesquisa do LIRAa, com achado de larvas e/ou pupas desse mosquito. Em Guapimirim, embora a diferença tenha sido menor, também houve uma proporção superior de ovitrampas positivas nos imóveis em que o LIRAa foi realizado: 27 (13,5%) ovitrampas foram positivas em 200 imóveis, e apenas 6 (3,0%) o foram durante a pesquisa do LIRAa.
Trabalho indica o desenvolvimento de estratégias integradas de monitoramento
De acordo com o estudo, as ovitrampas apresentaram elevada sensibilidade para detectar a presença do Ae. aegypti em todos os bairros nos dois municípios avaliados, quando comparadas ao método LIRAa. “Embora a armadilha de oviposição não seja um bom indicador da população de adultos, os resultados demonstram a presença e elevadas densidades do Ae. aegypti, mesmo em estratos onde o LIRAa apresenta situação satisfatória ou de alerta”, admitiu Mário Sergio.
Pelo fato de a metodologia do LIRAa ser utilizada pelo Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD/MS) como ferramenta entomológica para definição de áreas de maior risco para transmissão do dengue, o trabalho indica o desenvolvimento de estratégias integradas de monitoramento.
“Nossos resultados apontaram para a necessidade de se considerar o uso integrado de metodologias alternativas, como as ovitrampas e a captura de mosquitos adultos, que apresentaram maior sensibilidade como indicador entomológico da presença do Ae. aegypti. Destacou-se também a necessidade de atualização das bases cartográficas, qualificação profissional dos agentes de saúde e uniformidade na estratificação dos estratos do LIRAa, com intuito de melhor informar as decisões de intervenção para essa grave doença que acomete nossa população, o dengue”.
O Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Comperj é coordenado pelos pesquisadores Luciano Toledo e Paulo Sabroza.
O Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Comperj é coordenado pelos pesquisadores Luciano Toledo e Paulo Sabroza.
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