VI Simbravisa tem início na cidade de Porto Alegre
Tatiane Vargas
O VI Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária/II Simpósio Pan-Americano de Vigilância Sanitária teve início no domingo (27/10), com uma grande mesa de abertura. Participaram da atividade representantes de governos e de instituições parceiras para debater os grandes temas que giram em torno da vigilância sanitária no Brasil. Na ocasião, o presidente do evento e coordenador do Grupo Temático de Vigilância Sanitária da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Geraldo Lucchese, comentou que o modelo de desenvolvimento que adotamos não foi capaz de distribuir riqueza de forma justa e questionou a maneira como a vigilância sanitária contribui para essa desigualdade. O simpósio, organizado pela Abrasco, contou também com a tradicional apresentação cultural, que ficou a cargo da Camerata de Porto Alegre.
Participaram da solenidade de abertura o presidente da Abrasco, Luis Eugenio Soares, o presidente do evento, Geraldo Lucchese, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Augusto Cassanha Galvão, o representante da Opas Brasil, Cristopher Rerat, a representante do Instituto de Vigilância Sanitária de Porto Alegre, Laura Cruz, e o representante da prefeitura de Porto Alegre, José Carlos Sangiovanni.
Geraldo Lucchese falou sobre os rumos da vigilância sanitária (Visa) no âmbito dos sistemas de saúde. Ele afirmou que vivemos em um país marcado pela desigualdade social, o que evidencia que o modelo de desenvolvimento que adotamos não foi capaz de distribuir riqueza de forma justa. “A pergunta que devemos fazer é se estamos realmente contribuindo para a Visa ou apenas reproduzimos um modelo de desigualdade?”, questionou. Para Lucchese, a vigilância deve trabalhar com a noção de equidade, e não trabalhar de maneira linear como se todos tivessem as mesmas necessidades.
Lucchese citou também a questão das demandas de tecnologia e inovação, além da participação social, e ressaltou que, atualmente, vivemos uma situação que exige uma base complexa para atender a todas as demandas. “Esses novos quadros exigem interlocução com diferentes disciplinas que nos permitam uma ação mais iluminada”. É preciso pensar na eficácia dos modelos de vigilância dentro da nova ordem que vivemos, ou se estamos apenas reproduzindo práticas ineficazes”, apontou.
Por fim, o presidente do simpósio deixou questões para discussão, entre elas: Como articular Visa e os modelos de desenvolvimento? Que demandas esses modelos trazem para a vigilância sanitária? Como dimensionar as ações de Visa de maneira a responder às inovações tecnológicas? “Para respondermos todas as questões estamos realizando o VI Simbravisa. Este é o momento de saber se estamos no caminho certo e se precisamos corrigir algumas rotas. É o momento para debater, estudar e trocar com nossos amigos da área”, finalizou.
Na ocasião, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel, destacou que os modelos de produzir e consumir estão no centro da nossa vida, e a saúde pública é fundamental nesse contexto. “Precisamos pensar em como a saúde se coloca frente aos novos desafios que vivemos e colocar a Visa a partir da lógica do controle social, olhando sempre para os desafios. A população brasileira merece um Sistema de Saúde que responda a seus anseios”, finalizou.
Simbravisa 2013