OMS: educação e prevenção para controle do diabetes
Aumentar a consciência global para a doença que acomete mais de 347 milhões de pessoas no mundo é um dos objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS) neste 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes. De acordo com dados da OMS, mais de 80% das pessoas com a doença vivem em países de baixa e média renda, motivo pelo qual a Organização e a Federação Internacional de Diabetes (FID) elegeram o tema Diabetes educação e prevenção para o quinquênio 2009-2013. No Brasil, pesquisa promovida pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa - Brasil), numa base de 14 mil participantes, indica prevalência de diabetes em 20% deles.
O 14 de novembro foi escolhido para marcar o aniversário do médico canadense Frederick Banting, que, junto com o fisiologista Charles Best, teve participação fundamental para a descoberta da insulina em 1922. Segundo a FID, a data é lembrada em todo o mundo por mais de 200 associações que compõem a Federação Internacional de Diabetes e em mais de 160 países e territórios, todos os Estados-membros das Nações Unidas, assim como outras associações e organizações, empresas, profissionais de saúde e pessoas vivendo com diabetes e suas famílias. “A OMS estima que o número de óbitos por diabetes duplique entre 2005 e 2030”, diz o alerta.
Diabetes no país
O Elsa-Brasil investiga os fatores que influenciam a manutenção da saúde e o desenvolvimento de doenças crônicas, principalmente as cardiovasculares e o diabetes, na população adulta brasileira. A amostra do projeto é constituída de pessoas de 35 a 74 anos, e a prevalência de 20% do diabetes encontrada nos participantes (14.690 pessoas) foi mais frequente em homens que em mulheres, segundo os dados preliminares.
“Cerca de metade desses casos informou que tinha diagnóstico prévio de diabetes ou que estava tomando medicação para diabetes. A outra metade dos casos alcançou o ponto de corte para diabetes em ao menos um dos três exames realizados (glicemia em jejum; glicemia 2 horas após ingestão de solução glicosada; hemoglobina glicada)”, explicou Dóra Chor, uma das coordenadoras do projeto na Fiocruz.
A pesquisadora do Departamento de Epidemiologia da ENSP ainda lembra que essa diferença entre homens e mulheres se mostrou diferente do que foi previsto no final da década de 1980. “Chama a atenção a prevalência elevada com aumento expressivo em relação ao inquérito ao final da década de 1980 (cerca de 7%). A maior prevalência entre homens, comparados às mulheres, também é uma tendência diferente daquela encontrada anteriormente”, comprovou.
O Elsa-Brasil
O Elsa-Brasil é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, e do Ministério da Ciência e Tecnologia, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A pesquisa está sendo desenvolvida por um consórcio de instituições de ensino e pesquisa nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste: Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro), Universidade de São Paulo (USP) e as Universidades Federais da Bahia (UFBA), Espírito Santo (Ufes), Minas Gerais (UFMG) e Rio Grande do Sul (UFRGS).